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Sérião, mores! Amo vocês.
Amanhã tem mais!
[...]
Pouco antes do anoitecer, resolvi requentar a comida para o jantar e ao invés de deixar vovó fritar os bifes, resolvi eu mesma fazer. Afinal, se ela queria minha independência, teria de deixar eu ter obrigações de adultos e ponto final.
A partida de Marc deveria ter me deixado chateada, "deveria" caso eu não tivesse algumas coisas para conversar com minha avó. Por tudo o que eu havia entendido sobre emancipação, eu deveria já agir como uma adulta, ter minhas responsabilidades de adulta e tudo o que envolve "adulto" deveria estar em minha lista de afazeres. Seria exatamente dessa forma, se não, vovó estaria dando um tiro em seu próprio pé. De qualquer forma, esperei que ela terminasse de jantar para iniciar o assunto – respirei fundo e me preparei para colocar algumas questões indiscutíveis sobre a mesa.
— Vó! — chamei sua atenção toda para mim, fui observada por olhos curiosos e levemente assustados —já que a senhora irá me emancipar, terei de saber viver lá fora. A partir de amanhã, quero começar a pagar as contas e usar um taxi ou ônibus para isso. Quero poder ir à escola dando meus pulos, pois precisarei saber como sair de minha casa para ir em outro local sem que eu me perca ou me sinta com medo de estar sozinha — percebi que sua reação era apenas me encarar sem nada para dizer — enfim, eu quero começar a ter responsabilidades e arcar com todas as minhas ações - sozinha -.
Fui instantaneamente penetrada por seus olhos afiados. Talvez tudo o que eu dissera à ela, não entraria de forma alguma em sua cabeça, portanto, eu também não iria desistir de convencê-la. Seus lábios ameaçaram me contrariar – sim, ela iria me contrariar.
Levantei uma mão para o alto a impedido de falar rapidamente. Não dessa vez, vó...
— Não adianta vó, além do mais, vocês mesmos estão sendo negativos quanto a sua própria recuperação e isso significa muita coisa! Olha... Eu acredito que irá se curar, mas como você não consegue ter essa certeza, terei de começar a me virar o quanto antes para que tudo ocorra bem nesse tal de "processo". Eu não irei aceitar um não dessa vez, não irei mesmo. Além do mais — respiro antes de continuar — eu vou ter que aprender todas essas coisas um dia ou outro e é melhor que seja agora do que ser pega de surpresa e não saber se quer ir comprar um pão.
Aquela tosse, justamente aquela maldita tosse a pegou de jeito novamente e tive de esperá-la tossir mil vezes antes que conseguisse pronunciar algo. Marc estava certo quando chamou sua atenção, vovó mostrava-se com uma imunidade muito baixa para estar andando descalça pela casa e sua tosse só vinha piorando no decorrer dos dias.
— Você está certa — me surpreendi, talvez ela estivesse mesmo muito negativa quanto sua doença. Droga! — mas de inicio você precisa ir com alguém para te ensinar, não é assim do nada que se aprende tudo, Alice. A cidade não é como andar de nossa casa até o riacho no sítio, aqui os carros não param, as pessoas não te olham e parecem não enxergar ninguém... Você irá sim fazer tudo o que disse, mas com a ajuda de algum amigo, ou um adulto confiável até que saiba se virar sozinha.
— Tudo bem — concordo — mas isso começará logo amanhã. Irei pra escola de ônibus ou chamarei um amigo para me acompanhar... Está de acordo, vó?
Quando vi sua cabeça se mexendo de forma positiva, um alivio espalhou-se por todo meu corpo e eu já sabia muito bem como faria para ir à escola.
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Ensina-me
RomancePara aqueles que gostam de um cliché cercado de drama e aventuras perigosas no amor, a história vem recheada com romance proibido e momentos dramáticos. Maria Alice foi criada no interior e se viu encantada ao pisar pela primeira vez num colégio d...