Capítulo setenta e um - Eu continuo mandando.

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NARRADO POR MARC.


– Você quem manda! – sorri com malicia – sentiu minha falta?

Firmei meus olhos na movimentação das ruas para continuar dirigindo, ela pareceu satisfeita quando a disse que ela era quem mandava, mas claro que blefei. 

Cortei uma rua da qual se afastava de sua casa e se aproximava da minha. 

Desde que deixei algumas ordens a ela sobre tudo o que iria a proteger caso me escutasse de fato, percebi que Alice escutou por um ouvido e soltou pelo outro. Logo no baile do qual a presenteei com tanto carinho, ela não se esforçou muito para se afastar de quem pedi. E o que isso resultou? Em tudo o que acontecera depois.

Diante disso, era impossivel deixar meus negócios de lado por alguém de meias palavras.

Eu não tenho dúvidas de que tudo o que essa garota passou a traumatizou, claramente ela havia mudado, pois o peso da sua vida na cidade a obrigou a acordar de seu mundo perfeito de antes para viver a realidade cruel. Ela aprendeu da pior forma a sobreviver, e até agora essa garota não sabia o que era viver, no sentido bom da vida.

Quem poderia proporcionar tudo isso a ela?

Exatamente...

– Eu disse claramente que queria ir pra minha casa! – ela se expressou irritada.

– E eu estou te levando pra minha casa, simples.

– Eu disse que quero ir pra casa, então me leve pra... – sua voz sumiu de repente quando minha mão esquerda pousou em sua coxa e a apertou sutilmente.

Olhei para frente e ignorei seu rosto, justamente por saber como estava sua expressão. Apesar de contrariada, ficou nervosa. Sorri.

– Você quer provar alguma coisa a alguém? – questionei.

– Não entendi...

–  Está diferente, eu sei que sofrer causa alterações na personalidade, você aprende que tem que se defender... Mas sinceramente eu acho que você continua a mesma menininha, a mesma! – levemente aperto novamente sua coxa – da pra sentir a tensão sexual em você. É dificil controlar né?

Ela se ajeita no banco com suas pernas se pressionando uma contra a outra.

– Você só pensa em sexo – bufou com raiva – você só me vê como sexo, e eu estou cansada disso. Você antes de me deixar disse que me amava, Marc. Disse que me amava e...

– E agora estou aqui?

– E eu sei que usou essa frase pra me prender à você, porque se realmente me amasse, teria feito muito mais por mim.

– Se eu não trabalhar, eu não poderei fazer mais nada, nem por mim. Amor não sustenta relacionamento... Entenda.

Adentrei meu condomínio, segui com o carro até minha casa e estgacionei na garagem.

Alice prontamente desceu e foi em direção a porta enquanto eu pegava algumas malas.

Quando abri a casa, esperei que ela passasse. Deixei as malas no hall de entrada e posicionei uma de minhas mãos nas costas de minha menina que estava sem jeito como antigamente.

– Está nervosa? – a olhei de canto e a vi estreitar o cenho – vamos para o quarto, pedi para que Elza deixasse algo especial em minha sacada.

Não era difícil impressiona-la, lá estava seus olhos brilhando novamente, lá estava a simplicidade de quando ela chegou na cidade.

Ela apressou os passos na escada, quase correu no corredor e quase perdeu o ar antes de abrir a porta de meu quarto.

Claro que as cortinas estavam fechadas. Alice me olhou como quem pedisse autorização para seguir em frente, e eu que ja havia alcançado o controle, acionei para que as cortinas se abrissem. Eu não perdi se quer um segundo de suas reações.

Seus olhos brilhavam como nunca quando viu em um canto diversas sacolas de presentes como logos de marcas incriveis, sempre. Minha menina merecia o melhor desse mundo, simplesmente o melhor.

– Não vai ir abrir todos? –  questionei com satisfação.

Ela sorriu e logo estava sentada entre os presentes enquanto também olhava de canto a mesa posta ao lado.

Enquanto eu a via abrir algumas sacolas e sorrir impressionada, fui tirando meu blazer. Ficando apenas com minha camisa onde arregaçei as mangas e abri alguns botões.

Alice nesse momento me olhava de baixo pra cima com a boca em um perfeito O.

– Esse celular é um iphone! E esse Macbook... – ela pousou uma mão em seu coração – Essas sacolas da Chanel, Valentino, Versace... Meu Deus!!! 

Eu não aguentei ver sua felicidade, somente eu poderia causar isso em Alice. Isso era um fato, e me impressionei que ela havia gravado esses nomes em mente, com certeza por conta de sua carreira. 

– Em cima da cama está mais algumas caixas, quero que faça o que eu pedir – ordenei – há um amigo esperando você se banhar pra depois instruir você com as roupas, cabelo e tudo o que precisa. Pode confiar nele, pois será ele quem irá te ajudar daqui pra frente com o visual.

Ela estava com alguns pontos de interrogação acima da cabeça, mas não disse nada além de um "ok".

Eu dei as costas a ela e segui para meu escritório, tinha uma reunião breve com Camilla antes de me arrumar para uma noite promissora. Sorri.

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