Capítulo sessenta e seis.

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Quando saí do banho, esperava um Marc com sombra nos olhos pronto para me dar um sermão e provar que mais uma vez ele estava certo e eu era uma menina inconsequente. O encarei dessa vez sentado com seus cotobelos apoiados nos braços de sua poltrona, e suas pernas abertas e relaxadas. Seus olhos me fitaram por um tempo antes de começar a falar.

– Se arrume e vamos fazer isso logo – me espantei – se é isso que quer, e se for ajudá-la, então que façamos de uma vez.

– Obrigada – agradeci sem jeito e passei a me trocar.

Notei que ele não se moveu por um segundo até que eu estivesse de fato pronta, mas seus olhos me acompanharam pensativos me fazendo ter uma dúvida cruel sobre o que ele realmente estaria pensando sobre tudo isso.

O mais insano, era ele manter Jonas em cárcere privado – ou pelo menos era o que imaginei.

Em minha mente, o encontraria todo machucado, magro e ferrado com as mãos e pés presos. Talvez em uma cadeira capenga, num local insalubre.

Entramos no carro.

Todo o trajeto fora tremendamente silencioso, exceto pelas musicas Soul de Marc fazendo trilha sonora para o que estava por vir.

Haviam muitos sentimentos me assombrando, muitas dúvidas, e muita raiva também. Nojo...

– Você tem mais alguma exigência? – ele me pergunta olhando para frente. E sério.

– Sim, quero falar a sós com ele – o ouvi bufar, mas não me questionou.

E eu posso dizer que levou em torno de 40 minutos até chegarmos num local até que bonito.

Descemos do carro e haviam dois homens altos caminhando em nossa direção. Mas para facilitar, também caminhamos até eles até estarmos frente a frente e proximos da entrada de uma charmosa casa.

– Alice, essa é uma chácara que herdei de meu pai – assenti com a cabeça e ele voltou a falar agora com os homens – ele está onde?

Ambos entenderam perfeitamente, e após comprimentarem Marc, os seguimos para dentro da casa. Lá dentro, seguimos até uma porta branca, que seria o ultimo quarto de um espaçoco corredor e só até ai, já estava caindo por terra o local insalubre onde estava Jonas. Bufei.

Um dos homens abriu a porta, e Marc segurou em minhas mãos me puxando para entrar finalmente.

Lá estava ele.

Lá estava o monstro que abusou de mim, sentado em uma poltrona, de fato com o rosto machucado, e fumando um cigarro tranquilamente enquanto nos encarava sem expressão.

– Pode sair Marc... – sussurrei perplexa.

Eu imaginei que ele não deixaria eu sozinha com aquele projeto de lixo. Mas a porta atrás de mim se fechou deixando apenas eu e Jonas fechados naquele cômodo de tamanho mediano.

Bem em sua frente, havia uma cama desarrumada que fora onde me sentei. E naquele momento, eu o olhei no fundo dos olhos e o vi tragar seu cigarro novamente e soltar a fumaça em minha direção.

– Tudo o que aconteceu parece mentira – interrompi nosso silêncio – Marc me mostrou que tudo o que eu achei que fosse loucura de minha cabeça, era real. Você me bateu, me machucou, e abu...

– Abusei de você? – sua voz me embrulhou o estômago e quase quis vomitar – eu acho que já apanhei o suficiente para entender que estou fodido. Acabou pra mim, perdi...

– Por quanto tempo eu dormi para não sentir as dores de você ter me batido?

– Alguns dias – mais uma vez ele traga seu cigarro.

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⏰ Última atualização: Oct 30 ⏰

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