Capítulo cinquenta - Uma ameaça.

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— Alice! Alice!

Ainda sonolenta, tentei me levantar apressadamente ao ouvir vovó gritar meu nome. Imaginei que algo estivesse acontecendo, o desespero me fez chegar até a cozinha cambaleando feito uma bêbada cega, pois parecia que eu não enxergava dois palmos à minha frente.

Ela estava encostada no balcão da cozinha com uma caixa preta enorme nas mãos. Analisei seus pés calçados e suspirei aliviada para só então conseguir me dedicar à caixa.

—O que é isso? — aproximei pegando aquela coisa estranha que surgiu do nada com um envelope médio grudado.

— Não sei, abra! Quero ver também.

Nos olhamos em estranheza, minha cabeça ainda parecia girar ao abrir a bendita caixa e encontrar ali o que parecia ser um vestido junto de alguns acessórios. Não era algo pequeno, mal cabia em meus braços, e por esse motivo vovó me ajudou a tirar tudo o que havia ali dentro.

— Meu Deus, vó! Isso é... É pro baile de hoje! — gargalhei com os olhos brilhando — é pro baile da escola, vó!

Segurei o vestido pelo top e senti o peso do tecido todo detalhado em dourado. Na verdade, ele era inteiramente dourado, assim como Jess havia sugerido e sem duvidas isso era o sinal de que o que ela havia dito ao celular, estava se cumprindo.

Vovó tirou um colar estupidamente lindo da caixa, assim como uma espécie de coroa de flor em... Ouro e prata? Eu não entendia nada dessas coisas, mas era possível notar que nada daquilo custaria pouca coisa.

— Sem duvidas, foi Jess... — comentei na medida em que abria o envelope e tirava um papel todo escrito em letras de forma — Não... Não foi ela.

Encarei minha avó um pouco assustada com a reação que ela poderia ter, e maldosamente eu agradeci por ela não conseguir ler de perto as coisas.

— De quem é então? — sua curiosidade me fez suspirar e me preparar para ler algo que nem estava escrito.

— Esse é um presente da revista L'accite. Soubemos do baile e adoraríamos vê-la vestida adequadamente, levando consigo um carinho da nossa empresa e do nosso prestigiado estilista James Clen.

Ela arregalou os olhos e sorriu docemente com minha mentira. Talvez eu estivesse ficando boa nisso, entretanto, odiava fazê-lo. Queria que fosse natural eu ler o que realmente estava escrito na carta, e que ela achasse normal.

—É tão lindo! Você pode ir ao baile sem se preocupar. Jonas já me ligou dizendo que se precisar de carona, ele passa te buscar. Se você quiser, pode ir.

Estremeci. Já fazia um tempo em que não ouvia esse nome de uma forma intima e boa. Marc inclusive, havia me proibido de estar ao lado dele.

— Ah... Eu vou com a Jess, tenho certeza que ela me da uma carona vó... Não quero dar trabalho pro meu professor.

— Tudo bem, até prefiro — ela deu de ombros e começou a me ajudar a guardar os presente novamente na caixa — eu vou fazer seu cabelo, viu? Já sei o que vai combinar com essa coroa linda. Parece até a que usei em meu casamento com seu avô. E todos diziam que eu parecia um anjo quando saí do carro para fazer umas fotos numa praça daqui da cidade. Eu ouvia, e diziam "é um anjo!".

Ri ao ouvir mais uma de suas histórias. Ela fazia seu romance parecer um conto de fadas, daqueles que lemos em livros ou vimos em filmes, onde tudo no final é lindo e perfeito. Desejei profundamente ter o mesmo destino que ela com meu futuro marido.

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