Capítulo dezoito.

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ATUALIZAÇÃO (Outubro de 2024): Em um bom tempo desisti do livro. Decepcionei vários leitores, porém, eu estou continuando.

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Os minutos se passavam com lentidão enquanto íamos silenciosamente para onde ele me levaria, todo esse mistério poderia ser desvendado caso eu perguntasse nosso destino, porém, não consegui dizer nada. Me senti desconfortável diversas vezes, não tinha ideia de quais eram as intenções dele para comigo, preferi acreditar que Marc soubesse que jamais me deitei com um homem e terminei ao seu lado como mulher.

Me senti envergonhada ao recordar-me de Marc ouvindo-me dizer sobre as caricias de Enrico, meu medo era de que ele não respeitasse meus limites por ter chegado a ficar quase nua com outra pessoa. O encarei pela milésima vez observando sua expressão sempre séria e confiante enquanto dirigia. Vi que viramos uma esquina numa velocidade muito lenta, tão lenta que não percebi o carro parar em frente a um portão enorme que se abria automaticamente para os lados.

Passei a observar tudo bem pasma, não parecia que seu trabalho de professor pudesse sustentar as casas que vi após passar pela entrada rodeada de arvores muito bem podadas – era como uma obra de arte. Seguimos algumas ruas estreitas que muito me lembrava de quando fui à casa de Ana.

Marcus era rico? Perguntei-me em pensamentos.

– Você – ele abriu a porta ao seu lado e me olhou nos olhos – espere aí.

Assenti com a cabeça sem entender o motivo de suas palavras, o observei rodear o carro e parar ao meu lado, a porta se abriu e em seguida ele estendeu sua mão para mim. O fitei intensamente, desacreditada pelo gesto cavalheiro de sua parte, mas o que esperar de um homem experiente e mais velho? Sorri discretamente e o segurei firme antes de ser puxada delicadamente para fora do automóvel.

O esperei trancar o carro, o vi se aproximar novamente e só aí seguimos para sua casa – nada humilde. Ela possuía um formato geométrico, grandes janelas de vidros que permitia-me ver boa parte do que havia dentro dela, as paredes eram em maioria na cor gelo, porém, também havia preto em alguns cantos. A entrada era extremamente chamativa, a porta que ele abriu antes de entrarmos tinha um tamanho absurdo, a iluminação do cômodo em que estávamos quase me confundia com a luz do dia, extremamente clara e aconchegante. Não era como na casa de vovó onde os móveis quase encostavam-se, ali havia espaço em excesso, no entanto, tudo perfeitamente planejado.

– Está impressionada? – a voz de Marc me trouxe para a realidade.

– Oh... É... Incrível – sorri intimidada, me senti pequena diante dele e de sua casa.

– Quer conhecer tudo agora ou ir descobrindo com o tempo? – sua mão acariciou superficialmente meus cabelos, e foi o suficiente para que meu corpo reagisse de forma nervosa ao seu quase toque.

Eu não conseguia tirar um sorriso dos lábios, toda vez que me sentia envergonhada, acabava por rir como uma boba. O que ele pensaria de mim agindo assim? Tentei me recompor rapidamente.

– Quer comer o que, menina? – o vi caminhar e o segui, eu havia até perdido a fome naquele momento.

–Não... – seu olhar encontrou o meu de imediato – não...

Oh, responda alguma coisa qualquer, Alice!

Marc sorriu divertido e me puxou após segurar em uma de minhas mãos, isso me fez definitivamente uma Alice ainda mais tensa.

Ele me guiava dentro de sua casa, o segui sem saber como reagir de verdade diante de sua pessoa, eu não queria fazer feio, mas percebi ser tarde demais para isso. Quando entramos em sua cozinha, pasmei enquanto observava tudo. Era enorme!

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