Capítulo sete.

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ATUALIZAÇÃO (Outubro de 2024): Em um bom tempo desisti do livro. Decepcionei vários leitores, porém, eu estou continuando.

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Enxuguei as lágrimas com o dorso das mãos na medida em que seus passos aproximavam-se ligeiramente.

– Alice? – Não tive coragem para encará-lo, me sentia suja demais para isso – Shhh...

Senti braços me envolverem por trás e um queixo apoiar-se em meu ombro esquerdo, senti que talvez a pessoa tivesse boas intenções, porém, qual a prova de que não seria mais uma armadilha? Livrei-me imediatamente de suas mãos, ele tentava me segurar e a adrenalina em ser forçada novamente, fez-me forte o suficiente para escapar de suas tentativas em me manter prisioneira.

Um grito estridente se libertou, e gritaria muito mais alto se sua mão não tampasse meus lábios com tanta pressão. Eu tentei dizer que sua força me machucava, sua mão livre agora espremia minha nuca me deixando quase paralisada. Foi aí que o pânico fez meu joelho acertar em cheio entre suas pernas. Derrubei o monstro!

– Porra! – Ele se encolheu, e em minha frente, estava quase de joelhos – Sou eu, Arthur!

Sua respiração estava ofegante e se misturava com seus gemidos de dor.

– Eu não ligo pra quem seja você, eu odeio cada um de vocês! – Emiti em voz alta, mostrando em meu tom tudo o que eu realmente sentia momentaneamente – Tem alguém filmando? Acharam que eu iria ser a inocente que beijaria o segundo que viesse me dizer que sou o amor de sua vida? – Solucei antes do choro voltar estridente.

Abracei meu próprio corpo enquanto ele se recompunha após meu chute certeiro, eu poderia não saber como voltar para casa, mas se precisasse, daria outro chute que iria desconcertá-lo.

– Não... – Ouvi mais um gemido vindo dele, seus braços pressionavam sua barriga – Eu sei que você é nova aqui nessa merda, só queria te mostrar como ir embora pra sua casa. Eu não gosto daquele ambiente. Eu só quero te ajudar e seguir meu rumo também.

– Você não sabe o nome da minha rua e quer me ajudar como? – Perguntei de forma obvia.

– De taxi? Um Uber? – Arthur levantou as mãos e arqueou as sobrancelhas como se eu tivesse dito a coisa mais imbecil que já ouvira.

– Eu não tenho dinheiro... Me deixe em paz, eu sei me virar sozinha. – Ele não pareceu acreditar – Eu quase te derrubei, esqueceu?

– É verdade, mas pare de ser inconsequente, garota. Aqui não é o seu sitio! – Ele pegou o celular de seu bolso e passou a mexer no aparelho me ignorando totalmente.

"Meu sitio", se eu soubesse de tudo isso, nem sairia de meu paraíso para vir ao inferno. Enquanto ele digitava coisas que eu não podia ver, passei a caminhar seguindo em frente, eu nunca mais iria ceder a nenhum adolescente maldoso, o que houve foi o cumulo, era impossível fazerem uma coisa tão ruim ou mais ruim do que fizeram. Seus passos me seguiam novamente, uma breve corrida o fez chegar até mim de novo.

– Alice! Escuta, ok? – Sua mão puxou meu braço fazendo-me virar bruscamente para ele – Eu não estou aqui pra te machucar, o que fizeram lá dentro é abominável, eu poderia ter te avisado, mas quando cheguei... Você...

Ele parou, como se não quisesse continuar.

– Eu o que? Estava sendo o alvo de risos e gargalhadas? Sendo chamada de vadia? – Engoli em seco ao me recordar das duras palavras.

– Você já estava com ele, todos estavam correndo para o local, eu estava indo atrás e iria te alertar.

– Mas não deu tempo? Tudo certo, Arthur... – Suspirei e meus olhos se fecharam na tentativa de apagar a cena – Eu só quero ir embora, preciso contar pra minha avó antes que ela saiba pelos outros.

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