Capítulo vinte e dois.

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 Meu coração parecia querer sair pela boca a cada vez que Marc me olhava, sua presença era tão forte que pouco me importava agora com o clima estranho que acontecera minutos atrás. Ele tinha a câmera em frente ao seu rosto, e eu em seu foco. Por mais que já tivesse o beijado, era horrível estar apenas de biquíni em sua frente, na verdade... Eu me sentia nua.

– Faça uma pose – seus olhos me fitaram por cima da câmera.

Soltei os braços ao lado de meu corpo, não sabia o que fazer na verdade. No impulso, logo eu estaria correndo para fora da sala, porém, isso estragaria qualquer chance de eu poder seguir nessa carreira.

– Eu não sei...

Assim que tentei pronunciar algo, me arrependi amargamente. Marc pendurou o equipamento em seu pescoço e aproximou-se de uma forma que me fez arfar. Suas mãos mexeram em meus cabelos, posicionando os fios num rabo de cavalo bagunçado que foi preso por alguma coisa que ainda não sabia o que era. Duvido muito que ele possuía um elástico para isso.

– O que usou para prender? – perguntei amedrontada.

– Prendi com minha gravata – senti a ponta de seus dedos roçarem minha nuca e deslizarem pela espinha até o meio de minhas costas – sou criativo.

Seu toque fez com que meu corpo se arrepiasse por inteiro, me dando ao luxo de fechar os olhos para aproveitar melhor aquela sensação gostosa e sutil.

– Ah... – quase gemi.

– Vai fazer alguma pose ou terei que guiar seu corpo da forma que acho mais interessante? – sua voz grave me fez amolecer por um momento, senti minhas pernas tremerem como nunca – vamos, Alice...

Seu corpo colou-se em minhas costas na medida em que ele entrelaçava nossos dedos e guiava minhas mãos até meu pescoço, fazendo com que eu me auto-acariciasse.

– Eu não quero isso... – meu esforço em resistir ao seu charme era grande, ninguém poderia dizer que não tentei – você me escolheu apenas para...

– Para te ter próxima – sua voz penetrou em meu ouvido, um sussurro perturbador.

– As outras merecem isso mais do que eu, não é justo o que fez – tento me soltar de seus braços, mas sou impedida.

– Mais dois passos e eu te agarro – Marc disse de forma ameaçadora.

– Já está fazendo isso.

– Então dê os passos para ver se pode ou não piorar – suas palavras faziam tudo parecer um jogo de desafios onde eu sabia que perderia.

Mas creio que ele não iria ser capaz disso, pois um grito seria o suficiente para afastá-lo de mim – provavelmente para sempre dessa vez. Mesmo que eu não o quisesse longe, não iria me permitir ficar com um homem compromissado, aprendi desde nova o quão errado isso era e não faria de forma alguma.

Dei um passo para ver qual seria sua reação – e foi como imaginei que seria, ele aproximou-se um pouco mais.

– Eu grito, Marc! – sim, eu o enfrentaria se fosse preciso.

– Eu estou começando a odiar seus joguinhos – seus braços me apertaram contra ele – não irá sair daqui até fazer essas fotos, entendeu?

– Eu não irei tirar mais nada da roupa, entendeu? – Eu tinha de avisá-lo, pois a forma como estava agindo muito parecia estar repleta de segundas intenções.

Não sei o que ele tinha em mente, poderia ser tudo ou nada, mas seu jeito andava me dando calafrios. Sua risada logo ecoou pelo ambiente enquanto seu corpo parecia queimar o meu.

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