Capítulo treze.

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ATUALIZAÇÃO (Outubro de 2024): Em um bom tempo desisti do livro. Decepcionei vários leitores, porém, eu estou continuando.

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– Você se levantou sem me chamar pra ajudar? ­– a repreendi – Vó, não pode ser tão teimosa assim. Senta ai!

Fui até ela e puxei uma cadeira para que se sentasse. 

– Jess vai vir aqui e vai almoçar com a gente, tá? – avisei sorridente.

– Eu adoro essa menina, ela come tudo o que eu faço – gargalhei ao ouvir ela falar – eu vou adotar ela, você vai ver. Aposto que eu cozinho melhor que a mãe dela...

A olhei com olhos cerrados e sobrancelhas arqueadas. Então ela queria outra neta?

– Vai me trocar, é? Mãe-avó? – Questionei fingindo estar brava.

– Vó! Cheguei! – O grito muito familiar entre nós soou do lado de fora.

Vovó ameaçou se levantar, mas eu a fiz um sinal negativo com a cabeça e corri para atender Jess. Sem demoras, me dirigi até o portão abrindo-o para que ela entrasse, a garota se quer me esperou e correu para os braços de dona Júlia que a esperava sorridente em sua cadeira.

– Olha que linda que ela está! – Vovó a elogiou enquanto apertava suas bochechas rechonchudas e rosadas.

– Ah, eu sabia que ia comer lasanha hoje – Jess juntou-se a ela e ambas começaram a falar de comida.

Sentei na mesa e comecei a vasculhar meu celular. Havia inúmeras mensagens não lidas, muitas delas de números desconhecidos.

" Você não veio pra escola? Não vai vir? ", essa era a primeira.

" Alice, é o Arthur. Desculpe ter pegado seu numero no celular de sua amiga Jessica", segunda mensagem.

" Joana está tramando mais uma, mas não se preocupe, eu vou te salvar dessa. "

Senti meu corpo congelar ao ler a ultima, será que ela nunca pararia e nada era suficiente? Isso estava indo longe demais, o que mais poderiam fazer de ruim eu não sei, todavia, aprendi a não achar que "nada poderia piorar".

– A lasanha deve estar quente, minha neta – vovó chamou minha atenção.

Engoli em seco e tentei disfarçar meu medo. Fui ate o forno enquanto vestia uma luva grossa para não me queimar, peguei a assadeira que estava tinindo, e a coloquei sobre a mesa. Servi os pratos de forma despreocupada,  enchi nossos copos com refrigerante e sentei novamente para comer; agora sem um pingo de fome. 

Observei o quanto vovó e Jess conversavam distraídas. Diferente de mim, que estava presa em uma jaula com Ana, Joana e Enrico me cutucando com uma lança do lado de fora. Mexi no meu pedaço de lasanha por minutos intermináveis, pensei nas consequências que viriam mais para frente e no quanto isso poderia me prejudicar. 

E se Arthur não conseguisse me livrar dessa? E se nem meu professor fosse capaz de me privar das maldades deles?

– Você quer, Alice? – Uma voz me trouxe para a realidade.

Jess e vovó me encaravam esperando por uma resposta da qual eu nem sabia responder. Não havia prestado atenção no que diziam, então permaneci calada enquanto as encarava.

– Você quer dormir um dia na casa de Jess, minha filha? – vovó perguntou com um sorriso sereno.

– Oh, claro que sim, vai ser legal ir lá... – dei a primeira garfada na comida gelada e rejeitei o prato em seguida.

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