Filha do prefeito.

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- Vamos aplaudir o candidato a prefeito da nossa cidade, Otávio Cavalcante. - E é assim que se inicia mais um dia do mês, meu pai estava em campanha para uma nova candidatura.

E ele fazia questão da família presente em cada um dos seus discursos, prometendo coisas que nunca irá cumprir. Mas tenho certeza que ele vai conseguir essa candidatura, o povo é burro.

Meus irmãos e eu temos que ficar plantados no sol quente esperando ele acabar de falar. Minha mãe fica com um sorriso eterno estampado no rosto. Meus irmãos, Juliano e Eric ficam com a mesma cara de paisagem.

Já eu? Não tiro os olhos do celular, hoje estou no clima de festa e não vejo a hora de sair daqui e me encontrar com meus amigos.

- Camila largue esse celular e preste atenção nas palavras do seu pai. - Minha mãe diz e eu sou obrigada a guarda o aparelho.

- Isso está muito chato. - Resmungo e Juliano da uma risada, Juliano e eu somos gêmeos, ele é mais velho dez minutos.

- Eu quero continuar fazendo um Rio de Janeiro melhor, quero melhorar os meus projetos, vou abaixar tarifas e melhorar a nossa segurança, saúde, educação, meios de transportes... - Meu pai gritava enquanto segurava um microfone e andava pelo palco improvisado. E com suas poucas palavras o povo foi ao delírio, gritando e batendo palmas. E nós éramos obrigados a acompanhar tudo que o público fazia.

- Passou protetor? Você está toda vermelha. - Eric diz.

- Claro, eu sabia que nós iríamos ficar fritando nesse sol como sempre. - Eric concorda e faz careta. Eric era o que menos ligava pra isso, ele não costumava reclamar quando era para acompanhar meu pai em seus discursos.

Mesmo eu sendo gêmea do Juliano, eu tinha uma afinidade maior com o Eric, ele me entendia como ninguém e ainda sabia vários segredos meus.

Depois do meu pai ter se jogado no meio do povo e ter tirado várias fotos. Nós finalmente pudemos ir embora, eu saí na frente de todos e antes de entrar no carro dei língua pra mídia que estava cercando o carro.

- Boa tarde senhorita Camila. - O motorista falou e eu dei um sorriso forçado.

Meus irmãos entraram e ficamos esperando pelo meu pai e minha mãe, ele ainda tinha que dar entrevistas.

- Pra onde vamos hoje? - Eric pergunta animado.

- Boate? - Pergunto e ele balança a cabeça sorrindo.

- Sempre boate? Vocês não cansam? - Juliano pergunta e eu olho pra ele.

- É melhor boate do que baile funk com seus amiguinhos.

- Eu não frequento baile funk, sou muito melhor que isso. - Reviro os olhos e prefiro nem reponder ele.

Minutos depois meus pais finalmente entram no carro.

Bad boyOnde histórias criam vida. Descubra agora