Capítulo 46

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A pior coisa que eu fiz foi não ter acabado com essa aposta antes, eu poderia ter dado um basta no dia que o Igor me enviou aquelas mensagens tudo estaria resolvido. Mas não, eu quis da continuidade pelo simples fato de não querer perder mais essa, fui burro o bastante também para acreditar que a Ingrid ficaria com a boca fechada.

A Natália já deu uma lição de moral em mim e no Igor, e agora eu estou aqui vendo o quão desnecessário e fodido foi essa aposta, eu acabei perdendo ela sendo que eu estou apaixonado e vidrado nessa menina. Rebati o que ela fez de forma infantil, eu poderia ter ficado calado e ter pedido desculpas mas não eu odiei a forma como ela falou comigo e com a Natália e acabei jogando umas palavras na cara dela. Consegui ver o quanto eu machuquei ela, e à ver caminhar para longe de mim foi a pior coisa de todas.

-Vai falar com ela cara.- Igor diz e eu balanço a cabeça.

-A Camila não quer me ver nem pintado de ouro.

-Ela nunca mais vai querer olhar na sua cara, uma coisa que a Camila guarda é rancor.- Natália diz tristemente, disso eu já sabia ela deixava bem claro que não perdoava fácil. E eu à fiz de idiota.

-Ela pode não me perdoar, mas eu ainda vou tentar falar com ela. Só para não dizer que eu não tentei.

***

Semanas depois...

Camila narrando.

A umas semanas atrás eu havia recebido uma proposta de uma agência de modelos, eles queriam me contratar mas pra isso eu iria precisar me mudar pra Espanha se eu pensei sobre o assunto? Não! Aceitei logo de cara, eu não via a hora de ir embora.

Já estava até fazendo as malas pois depois de amanhã eu estou embarcando para uma nova vida. Espero fazer muito sucesso nesse meio e algo me diz que eu serei bem sucedida.

-Eu vou pegar seu notebook lá na sala.- Cândida diz e sai do quarto. Eu precisava deixar quase tudo arrumado pois tinha muita coisa para organizar.

Minha mãe estava me dando a maior força, mas ao contrário dela meu pai estava com uma caranca do tamanho do mundo. Ele não queria que eu fosse pra lá sozinha pois era um país desconhecido, mesmo já tendo viajado pra lá, meu pai as vezes era muito dramático. Minha mãe dessa vez ficou ao meu lado dizendo o quanto ele estava sendo ridículo e que se era isso que eu queria o papel deles eram me apoiar.

Ele só deu o braço a torcer quando eu falei que ligaria todos os dias, menti? Claro! Mas ele não sabia disso.

-Nossa finalmente Cândida, me dê aqui o notebook.- Digo sem olhar e fecho a penúltima mala.

-Pra onde está indo?- Olho pra porta e vejo o Igor parado me olhando com uma mão no bolso.

-O que você está fazendo aqui?- Logo ativo meu lado defensivo e me levanto.

-Vim para conversar, pra que essas malas?

-Eu estou indo embora, vou passar um tempo fora. E eu não quero conversar, já pode ir embora.- Ele fixa os olhos nas malas e balança a cabeça de um lado para outro.

-Está deixando o país?

-Acho que foi isso que eu falei né?- Ele entra no quarto e fecha a porta.

-Você não pode fazer isso.

-E por que não?

-Porque...  O Arthur está arrependido.- Reviro os olhos e volto minha atenção pra última mala.

-E por que ele não está aqui? Mandou o burro mensageiro vir no lugar me da o recado?- Não olho pra ele em nenhum momento, eu estou com uma grande raiva dele também.

Bad boyOnde histórias criam vida. Descubra agora