Capítulo 36

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-Porra, aquele maldito acabou com as minhas costas.- Eu havia acabado de lutar, e por pouco o meu adversário não acabou comigo o homem era difícil de derrubar ele parecia ter três metros de altura o homem era alto pra cacete. Me pegava como se estivesse pegando a porra de uma criança e sem contar que me jogava no chão com tudo ele me fez ficar com problema de coluna. Se eu não tivesse pulado nas costas dele e dado uma gravata eu teria perdido com certeza, essa merda foi sorte.

-O homem era um armário não sei como você não arregou.- Igor diz e me joga uma latinha de cerveja. Eu poderia até perder mas jamais iria arregar pro cara, Igor eu já desconfia que arregaria por isso ele não vai bem no mundo da luta. Ele até tentou mas na primeira surra resolveu só ficar no microfone apresentando os lutadores e narrando alguns golpes. 

Ouço uma leve batida na porta e olho pra ele.

-Esperando alguém?

-Eu não.

-Abre aí, eu estou quebrado mano.- Igor abre a porta e minha mãe entra bem devagar olhando tudo ao redor, rapidinho eu fico melhor da coluna e me levanto. Mas que porra ela faz aqui? Tantos dias para vim e acha de aparecer logo hoje que eu não estou muito bem fisicamente.

Ela me analisa por um momento e balança a cabeça, já deve está pensando merda. Eu sei que a maçã do meu rosto está inchada e vermelha e que minha postura agora não é das melhores. 

-Eu vou deixar vocês sozinhos.- Igor diz e sai. Dou um beijo no rosto de minha mãe e me sento.

-Já viu seu estado? Andou brigando por dinheiro né?

-Sim, hoje mesmo e não estou muito bem então essa é uma péssima hora para visitas.- Não me importo com a cara que ela fez, agora eu moro sozinho e não devo satisfação para ninguém.

-Você deveria voltar pra casa, esse lugar é horrível e sem contar que você está dividindo isso com o Igor eu imagino como esse lugar deve ser um centro do pecado com dois homens morando juntos, mulheres, bebidas e nem gosto de imaginar o que mais.- Respiro fundo e tento me controlar pra não começar a soltar os cachorros em cima dela, tenho que lembrar que ela ainda é minha mãe.

-Eu nunca mais vou voltar pra sua casa. Estou ótimo morando aqui mãe e se a senhora veio aqui soltar suas pérolas de crente acho melhor ir embora.- Ela finalmente da o braço a torcer e se senta ao meu lado. -O que foi mãe?

-Desde que você saiu de casa filho, as coisas não tem sido como antes. Seu pai saiu da dieta vem comendo e bebendo sem parar, ele está engordando muito não consegue nem mais ir pra barraca.

-E quem está indo?- Pergunto curioso.

-Ninguém, eu não consigo nenhum trabalho Arthur. Está tudo um caos filho e olha que você saiu de casa a pouco tempo.- Já entendi tudo o que ela não falou, eles estão passando necessidades, agora me pergunto porque a Natália não abriu aquela boca grande dela para me contar isso. 

-Espera um pouco.- Me levanto e vou até meu quarto, pego o envelope com o dinheiro que meu pai jogou no meu rosto agora com bem menos do que a quantia de antes e volto pra sala. -Aqui tem um bom dinheiro que vai ajudar a senhora, agora no caso do meu pai eu não posso fazer nada, quando eu tentei ajudar ele não quis.

Ela pega o dinheiro um pouco reticente.

-E se ele descobrir que você me deu dinheiro?- Ela pergunta se referindo ao meu pai.

-A senhora diz que foi eu quem dei e se ele não quiser pois que não coma porra nenhuma que for comprado com esse dinheiro, se ele quer passar fome pois que passe sozinho.- Pronto, cansei do meu pai e da vidinha de autopiedade que ele quer viver. 

-Não fale assim Arthur.

-Falo sim mãe, cansei dele. Leve o dinheiro e se precisar de mais pode me falar.- Ela concorda e levanta dando uma volta pela casa, vai até a cozinha e olha no único armário que tem, olha também uma caixa onde o Igor e eu armazenamos alguns alimentos e louças pois não temos armários​ de cozinha o suficiente.

-Miojo, macarrão, biscoito de vento, biscoito recheado, cerveja, 1 quilo de arroz e uma salsicha enlatada, só isso que vocês tem para comer?- Ela pergunta como uma boa mãe preocupada, Igor e eu achamos melhor não comprar muita comida para não estragar então compramos só o essencial, todos no mundo vive só a base de miojo, macarrão e biscoito. Quando estamos realmente com fome comemos fora ou pedimos algo, é bem mais prático do que ficar cozinhando todos os dias né? O ser humano é muito pratico, só tem trabalho na cozinha quem quer. 

-Pois é, eu costumo comer mais na rua, está tudo bem mãe.

Aturei minha mãe mais alguns minutos, até que ela finalmente vê que é hora de ir embora. Me despeço e me jogo no sofá. Eu preciso de uma massagem urgente. 

-E aí o que ela queria?- Igor diz entrando em casa.

-Você estava ouvindo atrás da porta é?

-Não, eu estava lá embaixo e vi quando ela saiu.

-Nada de importante, agora vem aqui fazer uma massagem nas minhas costas cara.- Ele sobe em cima da minha bunda. -Desce mais um pouco, eu quero seu pau longe da minha bunda.

-Pode deixar Arthur sua bundinha perfeita não corre riscos, você não faz o meu tipo lindinho.- Ele diz com voz afeminada.

-Esqueci que você prefere os negões né?

-Qual foi cara.- Dou a maior gargalhada.

-Vai caralho faz logo essa massagem.- Depois de muito reclamar ele começa a apertar e ficar de pé nas minhas costas que estalam no processo, porra eu estou fodido pelo menos ganhei uma grana. Depois da surra, não saí tanto no prejuízo.

-Depois dessa massagem o que acha de chamar umas amigas para nos fazer companhia?

-Seria uma boa, eu quero duas.

-Mas cara não fala com a Natália, ela me mataria.- Óbvio que mataria, minha irmã é brava pra caramba e o Igor pelo que eu sei prometeu fidelidade. Já eu, posso pegar quem quiser já que a loirinha ainda não me deu nenhuma resposta, então vou aproveitar.

Bad boyOnde histórias criam vida. Descubra agora