Capítulo 2

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Uns escrevem para salvar a humanidade ou incitar lutas de classes, outros para se perpetuar nos manuais de literatura ou conquistar posições e honrarias. Os melhores são os que escrevem pelo prazer de escrever." - Lêdo Ivo

— Minha filha queremos passar algumas coisas para você—disse minha mãe, dona Cecília uma mulher forte que criou os três filhos. Minha mãe era daquelas mulheres que você gostava de estar ao lado, até quando chamava nossa atenção era de forma doce mesmo sendo firme. Sinto falta das nossas conversas porque além de perder uma mãe perdi uma grande amiga.

—Alice esse documento é o nosso testamento e dentro desse envelope estão todas as senhas, contas, documento  da casa e tudo que está relacionado a você e seus irmãos —disse dona Cecilia.

Olhei espantada para minha mãe, não estava conseguindo raciocinar porque daquilo tudo. Será que eles iriam embora? Milhões de perguntas passavam pela minha cabeça e não conseguir chegar em uma resposta. Sem entender perguntei a eles o que estava acontecendo. Meu pai olhou para minha mãe e naquela cumplicidade de sempre. Era algo muito bonito de ver, eles sempre se entendiam pelo olhar e isso é uma das coisas que desejo para mim.

—Minha filha estamos te passando essas coisas porque nunca sabemos o dia de amanhã, além de você ser a filha mais velha você também é a mais responsável e seus irmãos não entenderiam e levariam tudo na brincadeira. —Seu Luiz, meu pai querido me diz.

—Estaremos sempre aqui para vocês e por vocês, mas se algo acontecer queremos que esteja preparada e tenha tudo o que precisar. Preciso que nos prometa que cuidará de tudo e que ajudará seus irmãos no que eles precisarem. - continuou meu pai. Eu os olhava sem acreditar, meu peito estava apertado com toda aquela conversa. Eu não sabia o que responder, e eles sentindo minha apreensão se levantaram e sem mais nenhuma palavra a ser dita vieram em minha direção e me abraçaram forte. Naquele instante, depois da conversa mais difícil que tive consegui dizer "prometo" quase sem som. Hoje penso que naquele dia recebi o melhor de todos os abraços que poderia ter recebido deles. Depois de tudo que foi dito, peguei os documentos e subi para meu quarto, os guardei num lugar onde não os veria, pois só de pensar em algo acontecendo com meus pais meu coração ardia. 

E como uma premeditação um mês depois meus pais morreram num acidente de carro. Desde então eu nunca mais fui a mesma, não chorei pois tive que ser forte pelo meus irmãos que desmoronaram literalmente. Eles queriam vingança a todo custo do homem bêbado que causou a morte de nossos pais. Confesso que eu também queria, mas quando fui ao hospital e vi sua filha chorando por ele que estava em coma percebi que ela também era uma vítima. Eu então fiz algo que me surpreendeu, pedi a Deus que curasse aquele senhor, pois eu tive a sorte de ter vivido e recebido todo o amor dos meus pais, mas talvez aquela criança não teria a mesma sorte. E ela poderia não ser mais a mesma, pois eu e meus irmãos a partir daquele dia não fomos os mesmos.

Flashback off.

Por hoje é isso pessoal, se quiserem conversar comigo e trocarmos ideias estarei aqui pra vocês. Obrigada por estarem lendo minha história, espero que estejam gostando. Beijos e bom fim de semana. xoxo





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