Capítulo 29

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"...A vida tem sons que pra gente ouvir
Precisa aprender a começar de novo
É como tocar o mesmo violão
E nele compor uma nova canção..." - Roupa Nova

Assim que chegamos no hotel pergunto se por acaso ele não gostaria de ir jantar comigo, já que aquela seria nossa última noite ali, ele me olha como se fosse recusar então tomo coragem e insisto.

— Vamos, por favor? Sei que está cansado podemos até jantar no restaurante do hotel mesmo.—  Digo usando a carinha do gato de botas.

Ele me olha e começa a ri da minha cara e sei que consegui convence-lo  e na mesma hora abro um sorriso, subimos e marcamos de nos encontrar daqui a meia hora, entro em meu quarto e vou direto tomar banho assim que termino de me arrumar meu celular toca. Pelo visor vejo que é Sabrina e já prevejo um sermão pois esqueci de ligar ontem avisando que tinha chegado bem, respiro fundo e atendo. 

— Alô

— Você é uma amiga muito ingrata, eu aqui preocupada com você e nem um telefonema? Aonde está sua consideração Alice? —  Ela diz tudo de uma vez sem nem me dar a chance de responder.

—  E ai de você se chagar aqui segunda sem algum presente pra mim. —  Diz ela me dando a chance de finalmente falar. 

—  Desculpa amiga, cheguei tão afoita que acabei esquecendo, mas prometo te levar algo legal.— Digo sinceramente.

—  Então está perdoada, mas me diz como está tudo por ai? Já deu uns pegas no Renan ? —  Diz ela rindo.

—  Sabrina !!!! Ficou louca ??? —  Digo já vermelha e a campanhia toca vou abrir enquanto ela continua falando.

— Boba é você se não aproveitar esse pão, é porque ele não me dá confiança. 

Abro a porta ao mesmo tempo que respondo para ela.

— Você está maluca! Ele não me dá confiança. —  E se antes eu já estava vermelha agora estou um camarão. Renan está na porta me olhando, Deus queira que não tenha ouvido. Dou um sorrisinho e faço sinal para que ele espere um instante.

  —  Mas é claro que ele te dá mole. —  Diz ela e eu arregalo os olhos pois esqueci o celular no viva voz. 

—  Hum Sabrina tenho que desligar, depois nos falamos. —  Cuspo as palavras e sem esperar ela responder desligo antes que ela fale mais besteiras.

Pego minha chave e saio sem ao menos olhar para ele e fecho a porta, estou morta de vergonha. 

 —  Posso saber quem te da mole? —  Diz com um sorriso enigmático e eu não sei o que fazer.

— É besteira da Sabrina, ela quis dizer que seu Pedro me deu mole por ter me liberado sexta. 

Ele me olha e não diz nada, acho que ele acreditou, assim espero. Jantamos no hotel e depois resolvemos da uma volta, fomos caminhando e conversando de tudo um pouco.

—  Acho que você poderia ser assim sempre. —  E quando falo me dou conta do que disse.

—  Porque diz isso? —  Pergunta ele intrigado.

— Ai Renan me desculpe, eu não devia ter falado nada. —  Falo envergonhada. 

— Diz pra mim, sua opinião é importante. Porque diz isso? 

Respiro fundo e resolvo falar.

—  Eu te achava muito fechado, porém nessa viagem conheci um Renan totalmente diferente, te vi sorrir você estava tão descontraído, as pessoas tem vontade de se aproximarem, mas você nunca permite.

Ele ouve porém nada diz, assim que viramos encontro o presente perfeito para Sabrina, compro e voltamos ao hotel num completo silêncio. Quando chegamos cada um vai para seu quarto, ele me dá apenas um boa noite e entra.                                                                                                                       Tomo um banho e fico pensando se fiz certo em falar com ele, espero que ele não retroceda e é pensando nisso que pego no sono.

Acordo já triste por termos que ir embora, depois do banho arrumo minhas coisas e tomo café, termino de escovar  e escuto batendo na porta quando abro vejo Renan.  

— Bom dia. —  Diz ele me olhando serio.

—  Bom dia. Só pegar a chave e já vou.

Saio sem esperar sua resposta, volto e saímos em direção a bienal. Hoje ficaremos só até as 14 horas fomos em silêncio ele não fala nada e eu preferi também não me pronunciar. Chegamos e fomos logo ajeitamos as coisas, hoje não dará para a gente sair já que o movimento está intenso, não tivemos tempo nem para almoçar. Mas o que nos deixou com um sorriso enorme foi a presença do Mauricio Souza em nosso estande, não preciso nem dizer que tiramos várias fotos, fechamos com chave de ouro a bienal. Foi a melhor experiência que tive. Voltamos ao hotel correndo, foi só o tempo de tomar banho e fazer o checkout e vamos direto para o aeroporto, estamos aguardando a chamada quando resolvo lhe dar seu presente. 

— Renan eu queria te agradecer por essa experiência e como fiquei triste também por não por você não ter conseguido assistir a palestra te comprei esse presente. —  Digo colocando o embrulho em suas mãos. 

Ele me olha surpreso, abre e fecha a boca algumas vezes, respira.

—  Não precisava ter se preocupado Alice.

—  Mas eu quis, espero que goste. —  Digo feliz por sua reação.

—  Eu já gostei.

—  Como pode já gostar se nem abriu ainda?

—  Se foi de coração eu já gostei. —  Diz com um sorriso enorme.

—  Foi de coração. —  Sorrio também.

Vejo ele abrindo o presente e seus olhos se arregalarem, mais o melhor foi quando ele viu a dedicatória feita pelo próprio autor, seus olhos brilham de tanta felicidade e saber que assim como ele me proporcionou essa alegria eu também pude retribuir. Ele deixa o presente no banco e me dá um abraço apertado e diz no pé do meu ouvido.

—  Obrigado.

Fico sem palavras, mas lhe dou um sorriso em reconhecimento. Nosso voo é chamado e assim que entramos no avião Renan foi a viajem toda lendo e admirando seus livros, contei para ele dá sorte que tive de esbarrar com ele e ele ficou todo bobo e ficou ainda mais emocionado quando lhe disse que ele aceitou vir dá uma palestra em nossa biblioteca. 

Chegamos no Rio e ele me deixa em frente ao meu prédio e vai embora eu subo e tomo banho e deito, mas antes de dormir leio todas as minhas cartas. Será que eu teria outra amanhã? 



Quem ai está ansiosa para descobrir o admirador levanta mão 🙌🙌🙌

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Beijos e um excelente fim de semana. 







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