Um Novo Dia

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Despertei ainda com sono e senti braços fortes circundarem minha cintura, passei a mão em um dos braços que estava em minha cintura e lembrei que era Steve, que mais cedo o fiz dormir aqui porque não queria ficar sozinha.
Steve respirava e eu o sentia soltar o ar em meus cabelos, ele parecia tranquilo. Tentei me afastar um pouco só que ele não deixou. Acabou brotando um sorriso involuntário nos meus lábios.

Continuei ali sentindo ele respirar e sua respiração foi se acalmando, com o tempo ele afrouxou o aperto de seus braços e eu me afastei um pouco e fiquei o olhando.
É estranho ver ele assim tão perto, a alguns dias ele ainda fugia de mim. E agora nem quer me soltar!
Parei de pensar e voltei a dormir, eu ainda estava muito cansada.

Acordei mais tarde sendo sacudida enfurecidamente por mãos finas com unhas grandes que me machucavam. Abri os olhos e vi uma ruiva falsa dona da voz fina que me chamava.

- Acorda sua vaca! Vim aqui mais cedo, só que você estava dormindo e seu pai não me deixou vir aqui. Posso saber porque? - ela se jogou em cima da cama resmungando.

- Bom dia pra você também Daiane! - falei em tom sarcástico.
- BOM DIA, Charlotte! Agora me fala. Por que não podia entrar aqui?

- Porque o Steve acabou dormindo aqui, porque eu não queria ficar sozinha. - ela me interrompeu.

- Você e esse negócio de não ficar sozinha quando algo acontece. E por falar nisso, COMO ASSIM VOCÊ QUASE MORREU ONTEM?

-Ai para de gritar sua loca. - sentei na cama jogando um travesseiro nela. - Sim eu quase morri ontem, mas se eu não tivesse feito nada todos em Nova York estariam mortos e nós não estaríamos tendo essa conversa. - me aproximei dela e apertei suas bochechas.

- Minha heroina! - Daiane me abraçou com força. - Mas só não tente se matar de novo porque se não te ressuscito e te mato eu mesma.

Nós caímos na gargalhada e ficamos ali na cama deitadas e conversando. Até que ela fala que está com fome.

- Quando é que você não está com fome que eu quero saber? - saímos do quarto indo para cozinha.

- Quando estou comendo. É claro!

Saímos pelo corredor cantando e dançando. No meio do corredor encontramos com Bucky.

- Bom dia Charlotte. Bom dia Daiane.

- Bom dia Bucky! Viu sua loca, é assim que se cumprimenta as pessoas pela manhã. - bati no braço dela.

- Ai sua bruta! Não me bate. E bom dia Bucky. - falou ainda olhando e esfregando o braço. - Oia ele sabe meu nome! - sorriu para Bucky.

- É eu sei seu nome. Mas prefiro o termo doida que dança por aí! - e piscou pra ela.

Já vi tudo. Aí vai dar ou namoro ou treta, porque se tratando de Daiane Goudard pode se esperar de tudo.

- Sou doida mesmo! E daí, e pelo visto você gosta. Né não gato?

E como sempre Daiane vira o jogo a seu favor. E eu não aguentei a cara que Bucky fez, simplesmente cai na gargalhada.

- Vamos comer Charlotte! Eu tô com fome. - choramingou batendo o pé enquanto eu ria.

- E quando você não está...

- Com fome? Quando eu tô comendo. Anda logo sua chata, vamos comer. E para de rir! - praticamente rosnou pra mim.

- Vamos sua esfomeada.

- Antes de irem, viu o Steve Charlotte? - olhei pra ele depois pro teto pensando.
Ele tinha dormido no meu quarto, mas eu não o tinha visto depois que acordei.

- Não! Pensando agora, não o vi depois que acordei. Mas você vai acha-lo, afinal sempre o acha. - sorri pra ele e toquei seu ombro ao passar por ele. - Mais tarde nos vemos.

- Tchau gato até mais! - Daiane falou com Bucky e saiu em direção a cozinha enquanto ele balançava a cabeça em negativa e ria.

Essa louca está ousada hoje. Mas como sempre ela leva tudo na brincadeira. Parece até que ela que é filha de Tony Stark e não eu!

- Andou comendo açúcar puro de novo? Porque hoje você está ligada no 220w.

- Não! Só tomei um sorvete com seu pai mais cedo. Eu amo o tio Tony, ele sempre tem várias histórias super empolgantes pra contar. - ela disse animada batendo palmas.

- Para com isso, eu tô com dor de cabeça hoje! Sabe o que é quase morrer e acordar se sentindo um nada? Eu sei que para todo mundo eu fui uma heroina ontem, mas eu me sinto tão vazia depois de ter conversado com minha mãe. - me sentei em um banco perto do balcão na cozinha.

- Por que se sente assim? - ele se sentou ao meu lado com um pacote de batatas nas mãos, e comendo é claro!

- Sei lá! Na hora só pensei que eu ia perder tudo de novo. Sabia que não iria sobreviver se o míssil explodisse. Mas não queria que as pessoas que eu amo perdessem suas vidas. - apoiei um dos braços no balcão e apoiei a cabeça na mão.

- Nós viveríamos, mas sentiriamos sua falta todos os dias. Pensou nisso também? Que sofreriamos com sua morte. - ela parou de comer e ficou me encarando.

- Não! Na hora não dá pra pensar, só dá para agir. Seria ou eu, ou toda a cidade! Da para entender? - passei as mãos no rosto e respirei fundo - Não consegui ver o que aconteceria e não fazer nada. Sei que agi por impulso, mas sinto que faria tudo de novo. E me sinto vazia por pensar assim. - peguei uma batata do pacote e coloquei na boca.

- Não se sinta assim. Você não queria o pior para as pessoas que tanto ama. Qualquer um com o coração e caráter como o seu faria o mesmo! Eu sei que faria tudo por você, é minha amiga, minha irmã, faz parte da minha família, do que eu sou! E todos aqui são sua família e parte do que você é, a cidade é sua casa, são as pessoas que você vê quando sai pra tomar um sorvete, ou comer um cachorro quente. Você ama o lugar onde você cresceu e viu crescer com você!
Não se sinta vazia, sinta-se cheia de amor, porque você daria sua vida por amor. - fiquei chocada.

- Eu nunca tinha visto esse teu lado. - ela percebeu meu choque e riu.

- Eu ser adulta quando é preciso tá! E você precisava ouvir isso de alguém que te ama muito, mas que te ressuscitaria só para te matar de novo pelo susto.

Eu sorri. Era inevitável não rir com ela, o amor dela é tão grande que seria capaz de me ressuscitar mesmo se pudesse. Mas não me mataria de novo.

- Eu sentiria sua falta todos os dias, não conseguiria mais vim aqui e não te ver. Ainda bem que não morreu, mas da próxima vez pense antes de tentar se matar. - ela me abraçou bem apertado.

- Isso se você não me matar antes. - resmunguei abafado por conta do apertado dela.

- Você precisa de um almoço bem gostoso, mas como não sei fazer nada... Que tal almoçarmos fora? Por minha conta.

- Eu prefiro um belo hambúrguer, acompanhado de batatas e milk-shake. E aí você topa? - Nós abrimos um enorme sorriso ao mesmo tempo.

- Isso foi um sim. - ela aponta para o seu sorriso.

Tudo o que eu precisava naquela tarde era de um tempo sem pensar em tudo o que aconteceu. E quem melhor do que Daiane Goudard pra me distrair?

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Mais ummmmmmmm capítulo pra vcs meus lindos!

Bjs de luz 😘

A Garota De Ferro Onde histórias criam vida. Descubra agora