Descobertas!

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Quando chegamos a torre Steve me acordou. Entramos no elevador ainda em silêncio, mas ele não parava de me olhar.

- Minha maquiagem tá borrada? - perguntei quebrando o silêncio incômodo.

- Não, é que máquiada assim você fica parecida com ela. - o olhei confusa. - Me desculpe.

Após o pedido de desculpa que eu entendi.

- Peggy. - falei bem baixinho, mas ele escutou e suspirou triste. - Não precisa se desculpar. Não sabe quantas vezes escutei isso, Sheron foi a que mais me comparou a ela. Tanto pela aparência quanto a forma de pensar.
Eu levo como um elogio, ela foi uma grande mulher. Se um dia eu chegar a ser metade do que ela foi, ficarei bem feliz.

- Vocês são muito diferentes, mas especiais. Não te comparo a ela, seria desleal da minha parte fazer isso com vocês.
Suas formas de pensar são parecidas sim, mas o jeito que você age é muito diferente dela. As vezes sua aparência lembra ela, mas só as vezes. Você tem sua própria beleza e personalidade, você é uma grande mulher por tudo o que fez e faz, Charlotte.
Não tente se comparar a ela, vocês são incomparaveis.

- Obrigada.

- Não me agradeça. Você é muito diferente dela, você é doce, meiga. As vezes parece uma adolescente, mas ao mesmo tempo é madura! Você sabe como agir em cada ocasião. - eu fiquei surpresa por ele saber tanto sobre mim. - Sou observador.
Falou depois de perceber minha surpresa.
- Ela não demonstrava muito seus sentimentos, ela era uma oficial e estávamos no meio de uma guerra. Mas soube que ela não mudou muito com o passar dos anos.

- Eu soube que ela foi uma idosa bem doce. - ele riu.

- Eu a visitei no hospital, pra mim ela era a mesma de sempre. Mas a idade amoleceu o coração dela!

- A idade amolece as pessoas, Tony é um bom exemplo!

- Deixa ele escutar você chamando ele de Tony. - nós rimos. - Mas o assunto aqui é você.

Na hora o elevador chegou no nosso andar. Eu saí do elevador com ele no meu encalço.

- Não vai me deixar fugir da conversa não é? - olhei bem pra ele que sorriu.

- Vou deixar passar dessa vez, mas só porque está cansada. Mas ainda não terminamos essa conversa!

- Minha mãe que falava assim comigo. Ela falava: " ainda não terminamos essa conversa mocinha". Só faltou você falar mocinha e resmungar em seguida! - eu ri.

- Sente falta? - me perguntou com um semblante triste.

- Sinto. Mas eu tenho tanta atenção por aqui, desde que cheguei, que não sinto tanto como quando eu estava no orfanato. - bocejei, eu estava muito cansada. Na verdade estava exausta. - Aqui!

Lhe entreguei o paletó.

- Boa noite, Charlotte. - deu um beijo na minha testa. - Durma bem.
Abriu a porta do meu quarto para mim e eu entrei.

- Boa noite.

Troquei de roupa, tirei a maquiagem e fui dormir. Deitei na cama já em modo automático, ainda sentindo o cheiro do perfume de Steve que estava no paletó e, ficou impregnado na minha pele. Quando fechei os olhos logo dormi.

Dormi feito pedra, sem sonhos, sem escutar nada. Nem sexta-feira me chamou naquela manhã. Quem foi me acordar foi minha mãe.

- Amor acorda. Está dormindo muito, estou ficando preocupada. - alisou meu rosto.

- Me deixa dormir mais um pouquinho. - resmunguei.

- Não senhorita! Levanta, troque de roupa, escove os dentes e desça para o café da tarde. - arregalei os olhos instantaneamente. - Isso mesmo já são quatro horas. Vai, levanta e faz o que falei, a noite você dorme mais. - beijou minha bochecha.

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