Problemas No Paraíso

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Depois do jantar Steve estava sentado na sacada onde sempre ficávamos juntos, olhando para uma pequena bússola na mão.
Me aproximei e vi que tinha uma foto de uma mulher lá.

- Era ela? - perguntei me sentando ao lado dele.

- Essa é a Peggy. Conhecida por você como agente Carter. - me mostrou a foto na bússola e sorri. Ela era linda, imponente! E eu me senti pouco demais pra ele, sendo que ela foi muito mais do que eu.
Ela era linda, corajosa, e uma das fundadoras da maior agência de espionagem do mundo.
Eu perto dela era apenas uma garota inteligente dentro de uma armadura.

- Ela é linda. E com certeza foi muito mais do que isso também! - o entreguei o objeto.

- Era sim. E eu vejo muito dela em você, a coragem, a forma como olha para o futuro é ao mesmo tempo faz as coisas sem pensar nas consequências.

- Duvido que ela não pensava nas consequências. - falei olhando para o horizonte.

- É, ela pensava. Mas no final fazia o que achava certo.

- Tá aí uma coisa que eu não faço! Nunca penso antes de fazer o que acho ser o certo. - ele sorriu de lado olhando pra mim. Eu ainda olhava para o horizonte, mas pode ver com a visão periférica.

- Me assusta sua forma de pensar. Você é impulsiva e inconsequente, isso é parte da personalidade dos Starks. Não posso te culpar por isso!

- Não! - ri do que ia falar - Não é culpa do Tony. Faz parte da minha personalidade, eu sempre fui assim. Minha mãe brigava comigo porque eu protegia os mais fracos na escola. - fiz uma pausa pensando no que eu estava falando - Eu sempre protegi as pessoas que eram importantes pra mim. E... - me virei e fiquei de frente para ele. - depois que cheguei aqui essa vontade só aumentou, não foi influência de ninguém. Era uma coisa que eu queria fazer, porque era o certo a se fazer.
Foi por isso que quando eu vi que tudo o que eu mais amava seria destruído por  um louco, pus minha vida em risco pra salvar a cidade e todas as pessoas com quem me importo.

Voltei a olhar para o horizonte, conversamos mais sobre o passado dele. Coisas que não tinham a ver com Peggy! Ele falou sobre como eram as coisas antes de ter de tornado um super soldado, como foi na guerra.
Respondeu a todas as minhas e quando fomos para os nossos quartos já era bem tarde.

Naquela noite várias coisas se passaram pela minha cabeça, mas uma coisa em especial não saia da minha mente. As palavras de Steve não paravam de ecoar na minha mente.
"Eu vejo muito dela em você", foi o que ele disse. E isso não parava de rondar pela minha cabeça, acabei refletindo sobre o que ele queria dizer com aquilo.
Ele disse que era por causa de algo na nossa personalidade, mas a imagem do rosto dela veio em meio aos pensamentos. Eu era parecida demais com ela, não exatamente iguais, mas os cabelos castanhos, lábios volumosos, olhos também castanhos e expressivos.
Será que era por eu lembrar ela, que Steve estava comigo?

Não! Não podia ser isso. Porque em contra partida, eu não me parecia em nada com ela. Eu era o clone de Norah Green, minha falecida mãe, e então não era pela minha aparência. Então por que?

Não parei de pensar a madrugada inteira, e quando dei por mim já era hora de acordar.
Sexta-feira me chamou para o café da manhã e eu fui de pijama mesmo.
Desci as escadas com dificuldade, minha cabeça doía e tudo a minha volta girava.
Cheguei na cozinha intacta por muita sorte!

- Bom dia filha. - disse meu pai distraído com alguma coisa que analisava em seu tablet ou celular, não sei. Alguma coisa do tipo!

- Bom dia pai. - me sentei ainda tonta.

- Tony, nada de eletrônicos na mesa! Já conversamos sobre isso. - minha mãe falava enquanto dava o café da manhã para Charlie.

- Desculpe amor, tinha me esquecido. - desligou o aparelho e o deixou de lado, alegando para mim logo em seguida. - Charlotte querida, você não parece nada bem.

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