Resolver

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Tony Stark

Reclamar não adianta nada, porque reclamar não resolve nada, não melhora nada e não faz as coisas ficarem menos chatas.
Foi o que aprendi com minha Charlotte, ela nunca reclamou de nada. A não ser que ela faça isso pelas minhas costas o que não duvido muito, ela sempre faz coisas pelas minhas costas. E com razão! Eu me tornei um pai super protetor em relação a coisas que ela faz longe de mim.

Coloquei Charlotte a frente das obras da nova instituição porque sei que ela é capaz, mas morro de ciúmes quando ela precisa ir inspecionar as obras e aquele bando de marmanjos ficam olhando pra ela como se fosse um pedaço de carne. Pai nenhum gosta que outros homens olhem desse jeito para suas filhas. E foi depois de quase morrer de ataque cardíaco quando ela me disse que estava namorando que pude entender o porquê dos pais das garotas que fiquei no passado queriam me matar.
É estranho a forma como eu amo essa garota, toda vez que algo acontece com ela meu coração perde o compasso, o pior é quando ela cai e levanta e diz:"Eu tô bem". As vezes acho que não deveria ter treinado ela para ser a garota de ferro. Pelo menos eu estou sempre por perto.

Hoje ela está mais quieta do que nunca esteve. Ela é sempre falante, está sempre com um sorriso no rosto. Isso está me preocupando.
A encontrei no laboratório de tecnologia mais concentrada do que nunca.

E pela cara do Rogers, não era só eu que estava preocupado.

- O que deu nela? - perguntou assim que percebeu minha presença.

- O maior medo da minha garotinha é perder tudo o que ela mais ama. Que é família que ela adotou, assim que eu a adotei.
Charlotte não suportaria perder a família por uma segunda vez. Foi ela que uniu todos no complexo depois que você ficou, como posso dizer..... Doente.
Esse jeitinho meigo e carinhoso dela fez com que os outros não quisesse mais se afastar, e ela acabou formando uma família com esse bando de malucos que nós rodeia. - Rogers deu um sorrisinho. Eu não sei porque mas suspeito que ele também já se apaixonou pelo jeito de ser de Charlotte. Também quem não se apaixona?

Nós continuamos a conversar, até que escutamos um gemido de frustração vindo de Charlotte.

- Pai da uma ajudinha aqui? - toda vez que ela me chama de pai me deixa feliz, mas ela só faz isso quando sente que precisa de mim, ou, quando está com medo.

- Só me chama de pai quando está desesperada. - fiz graça e ela fez bico feito criança. - Já estou indo bebezinho do papai. - ela fez careta.

- Preciso da sua mente brilhante e da força do Rogers. - ela apontou pra ele.

Com um simples pedido dela passamos horas no desenvolvimento de uma forma de energia alternativa, para que os ceifadores não destruam nosso planeta.
O medo de que nosso novo reator, que é alimentado por qualquer outra energia existente no universo até mesmo com a energia dos movimentos de outros seres, não funcione quase paralisa minha filha.

Charlotte é tão forte, mas o medo de perder as pessoas que ela tanto ama a paralisa.

- Acho que por hoje já chega pessoal. - falei assim que vi que o reator já estava completamente montado.
Toda nossa equipe tinha ajudado na empreitada, mas mesmo assim Charlotte não estava satisfeita.

- Eu acho que já que tá todo mundo aqui, podemos entrar na fase de testes. Quando mais cedo acertarmos tudo melhor. - ela bocejava e coçava os olhos de sono. Ela estava exausta, porém não queria parar.

- Estão todos cansados Charlotte. Inclusive você. - não foi necessário eu dizer nada, o Rogers tinha razão. Não iríamos chegar muito longe se estivéssemos cansados.

- O velhinho está certo. - todos olharam para mim, inclusive ela. - Que foi? As vezes eu concordo com ele, não vejo problema em fazer isso quando ele tem razão. - andei até Charlotte com a intenção de arrastá-la até o seu dormitório, ela chega ser mais teimosa do que eu!

- Aceita que dói menos docinho! - Natasha sempre prática. É muito engraçado o relacionamento dessas duas. Natasha não tem papas na língua e Charlotte mesmo com todo seu sentimentalismo não se importa quando Romanoff é tão direta com ela.

- Da última vez que aceitei alguma coisa depois de escutar isso não doeu menos. - ela voltou a se sentar à mesa, não me dando tempo de arrastá-la dali.

Eu não sabia o que mais faria, porque não sei ser um pai firme com ela. Sempre acho que vou mágoa-lá.
Soltei todo o ar dos meus pulmões e depois respirei fundo tentando decidir o que fazer.
Alguns já tinham se retirado, outros estavam fazendo o mesmo. Sobrando somente nós dois ali.
Quando finalmente parti para tirar Charlotte daquela cadeira e obrigá-la a ir dormir, com pelo menos dois vigias para que ela não tentasse voltar para o laboratório, Steve passou como um raio perto de mim. Ele pegou Charlotte no colo a surpreendendo. Também fiquei, mas era para o bem dela que ele estava fazendo aquilo então não me incomodou.

- Me põe no chão Rogers! - ela praticamente ordenou.

- Não. - ele disse saindo do laboratório em direção aos dormitórios. E eu os segui.

- Com que direito você faz isso? Me solte, anda. - Charlotte socava o ombro dele que nem ligava.

- Você não está em condições de reclamar. - eu me pronunciei indo na mesma direção que eles. - Vou até colocar vigias para não te deixar em sair até eu deixar. Você precisa descansar, ou vai perder toda diversão desmaiando de cansaço.

- Não se preocupe Tony. - Steve falou abrindo a porta do dormitório dela e a colocando no chão finalmente. - Eu tomo conta dessa cabeça dura. Os outros e você também precisam descansar.

Eu posso confiar minha vida a ele, mas não sei se confio minha filha a ele. Mas quem mais posso confiar para tomar conta dela? Ele não faria mau a ela.

- Vê se não deixa ela sair até que tenha dormido pelo menos umas cinco horas seguidas.

Assim que Steve assentiu fui para o meu dormitório.
Rogers já tinha me dito que tinha uma divida com Charlotte, por ter nos ajudado a curá-lo mesmo sem o conhecer, sem que eles fossem próximos. O único modo de retribuir era cuidando dela.
Definitivamente posso confiar nele.

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Como se a Charlotte ligasse pra esse negócio de retribuir. PUF!
Ela simplesmente gosta de ajudar quem necessita. Mas uma retribuição não faz mal né?
E olha só o nosso querido Tony confiando um de seus bens mais preciosos ao amigo. A amizade é linda!
Até o próximo capítulo.

Bjs de luz 😘

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