Sendo O Centro Das Atenções

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  As vastas horas que tive que passar com Thomas, o engenheiro do instituto, foram péssimas. Ele era arrogante, presunçoso e machista.
Ter que lidar com ele, sem perder a paciência com ele, não foi nada fácil! Mas eu tentava ser o mais profissional que podia.
Cheguei em casa acabada, já passava das quatro da tarde e ainda teria que me arrumar para a festa de homenagem aos heróis da cidade. Só de pensar me encostei na parede do elevador de cansaço.
Talvez Steve tenha razão, estou precisando de um tempo pra descansar.
Sai do elevador com a cabeça cheia e, ainda recebi uma mensagem de Thomas com algumas informações e no final mais palavras machistas.

- Se eu escutar mais uma frase machista eu vou surtar! - gritei jogando a bolsa no sofá ali perto e fui pra cozinha.
  Lá dei de cara com Steve, que estava assustado. Provavelmente com minha reação!

- Não me olha assim, eu tive que lidar com um cara chato e machista o dia inteiro. E mais tarde na festa terão mais como ele! - fiquei mais cansada só de imaginar aqueles machistas com as perguntas de sempre.
Porque uma garota não pode ser heroína?

- Um copo de água? - Steve me ofereceu, com certeza não sabia o que falar.
  Bebi a água e coloquei o copo na pia.

- Não se preocupe, não vou surtar. Eu sempre falo isso, mas sempre me acalmo depois, só preciso de um abraço e compreensão. Daqui a pouco passa. - surpreendentemente Steve me abraçou apertado, levou alguns segundos para eu processar aquilo, mas eu o abracei de volta.

- Idiotas estão em todos os lugares, mas você é superior ao que eles pensam de você! Então não se preocupe com isso, sabemos que você é muito mais do que eles possam pensar. Sua inteligência foi subestimada por ele, mas tenho certeza que ele vai se arrepender disso.
E mais uma coisa, você não precisa provar nada a ninguém! Não esqueça disso. - beijou minha testa antes de me soltar.

- Você existe? - ele riu.

- É melhor você comer alguma coisa antes de ir se arrumar para festa. - falou ainda rindo.

- Ou posso me esconder embaixo da cama, ou, no closet. Isso lá é grande e nunca me achariam antes da festa! Ideia genial. - falava enquanto ele pegava algo na geladeira e, ria do que eu dizia.

- Coma e vá se arrumar. Se alguém te incomodar na festa vou estar do seu lado! - pegou minha mão e colocou um sanduíche.
Soltei o ar rendida e comi um pedaço do sanduíche.

- Tá bom, fazer o que né! Só espero que a Nat não tenha comprado nada muito chamativo.

- Não sei o que ela comprou pra você, mas vai ficar linda. - eu estava distraída com o sanduíche - Termina e vai se arrumar!

  Ele saiu da cozinha e eu nem me liguei do elogio subentendido.

- Ei! - sussurrei quando vi que ele já estava longe demais pra escutar meu protesto.

Ao terminar de comer fui para o quarto me arrumar. Tomei um longo banho, lavei os cabelos e saí com uma toalha enrolada ao corpo e outra no cabelo.
  Após me secar vesti a roupa íntima e um roupão, Natasha ainda não tinha me entregado o vestido. Segundo ela so me daria após eu ter me produzido.
  Sequei os cabelos, enrolei nos bobs, que são instrumentos arcaicos para embelezar os cabelos de acordo com meu pai, mas são mais eficazes do que o modelador elétrico. Com os cabelos sendo modelados, comecei a fazer a maquiagem. Depois da pele bem uniforme, passei para os olhos, um marrom básico com um delineado bem feito estilo olhos de gato, bastante rimel para deixar os cílios bem levantados, acendi as sobrancelhas e passei um batom vermelho mate. Visual básico mas arrasador.
Quando eu ia começar a soltar os cabelos, batem na porta.

- Finalmente Nat. - falei ao abrir a porta.

- Pra quem não queria aparecer você deveria ter feito uma maquiagem mais clara e com um batom menos chamativo! - deu um sorriso vencedor.

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