Doce De Charlote

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Peter veio com um bolinho em um prato e um sorriso engraçado no rosto até minha cama.

- O que você tá aprontando garoto? - perguntei ainda deitada.

- Nada! - respondeu com um sorriso de criança travessa.

- Até parece que eu acredito, esse sorrisinho estranho na tua cara que sempre te entrega. Fala logo.
   Peter estendeu o prato na minha direção e eu continuei sem entender nada. Arqueei uma das sobrancelhas e ele sentou ma cama com cara de tédio. Colocou o prato em cima do criado-mudo e voltou a me olhar.

- Deixa eu te ajudar a sentar. - me levantou com cuidado e colocou um travesseiro atrás de minha costas. - Eu descobri porque a Pepper te chama de meu docinho de Charlotte.
    Peter riu e eu continuei sem entender.

- Ela não me chama assim a um tempo, você lembra de cada coisa! Acho que você é doido. Mas continue sua explicação.
   Quando ele ia abrir a boca pra falar alguém bate na porta e ao mesmo tempo coloca o rosto pra dentro do quarto.

- Oi, acho que estou atrapalhando.

- Claro que não Steve. O Peter ia me explicar uma coisa muito interessante agora, entra e senta pra escutar.

Steve não entendeu nada, mas fez o que eu disse.

- Então! Eu ia dizendo que descobri porque a Pepper te chama de meu docinho de Charlotte. Esse aqui.... - mostrou o bolinho que estava no prato que trouxe consigo - é o verdadeiro doce de Charlote. É um T a menos do que tem no seu nome, mas é praticamente a mesma coisa. Esse aqui é de maçã com maracujá, uma fruta tropical. Dizem que esse tal de maracujá tem propriedades calmantes. E aí vai querer provar de si mesma?
     Eu comecei a rir da piada dele, que horrível.

- Provar de mim mesma? Que idiota Pit. - e ri mais um pouco lembrando que algo parecido já tinha acontecido - Se bem que já me provei aquela vez depois do acidente com o ketchup, se lembra?

- A é! O vidro caiu em cima de você. E você ficou lambendo os braços falando que tava gostosa. - ele não conseguia parar de rir - Aquilo foi mais ridículo ainda.

- Bom agora que terminaram as explicações! Só vim avisar que a Natasha chegou junto com a doutora Cho. - Steve falou se levantando da cadeira.
  Ele estava estranho de novo. Fiz gesto para Peter me deixar com ele.

- Eu preciso resolver umas coisas no escritório do seu pai, mais tarde volto para ver como você está.

- Então tá! Ei Steve. - ele olhou na minha direção - Será que você pode me dar uma ajudinha aqui? Acho que não consigo andar sozinha.
   Steve me ajudou a sentar na beira da cama, mas quando toquei com os pés no chão senti o choque da dor traspassar meu corpo.

- Estou começando a ficar preocupado. Pela sua feição a dor só aumentou com o movimento.

- E eu estou começando a achar que você tem o poder de ler mentes. - Disse entre gemidos de dor - Cara tá doendo tudo.
    Olhei pra minhas pernas e vi o estrago que tinham feito ali. Eu estava com uma blusinha de alças e um short que ia até a metade de minhas coxas, dava para ver que o estrago fora grande.

- Eles não estavam de brincadeira mesmo. - Steve parecia assustado com tantas manchas roxas na minha pele.

- Preciso me acostumar com a posição antes de ficar de pé. - falei com os olhos fechados, tentando acostumar com a dor.

- Nem pense em se levantar, eu te carrego até lá. Não vai ser sacrifício nenhum.
    Ele me pegou e me carregou em seus braços até o laboratório, onde Nat e Hellen estavam.

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