Ele
5 de outubro de 2010
Terça.Já estava deitado, quando uma angústia me tomou conta. Fui impulsionado a sair de casa. Não sabia exatamente pra onde iria. Apenas fui. Peguei o carro e comecei e dirigir sem rumo.
'Deus se for o Senhor, me direcione.'
Algo me dizia para ir até o centro. Fui. Chegando lá comecei a andar pelas ruas mais escuras, olhando tudo à volta. Decidi passar na rua de trás do mercado. Era uma das ruas mais vazias e escuras de Nova York. E onde há muito perigo. Meu coração acelerou, olhando pra calçada em frente a uma loja, vi uma menina ajoelhada, com os braços na frente do corpo.
Parei o carro rapidamente e corri em sua direção. Estava com medo do que poderia ver. Pedi forças à Deus e me agachei em seu lado. Ela estava chorando. A escuridão não me deixou ver muito.
-Ei calma. Vai ficar tudo bem. -falei pegando o celular e morando a lanterna dele nela. Estava completamente ensanguentada. Minhas mão tremeram.
-Me ajuda. -ela disse em um volume quase que não audível.
-Vou te ajudar.-coloquei a lanterna perto de seu rosto. Tudo em mim desmoronou.A minha Zoey estava pálida na minha frente. Meus olhos se encheram de lágrimas. Ela então me olhou vermelha de tanto chorar.
-Dylan por favor não me deixa mor...morrer.
-N-nunca eu deixaria.Peguei ela no colo rapidamente, e a levei para o carro. Coloquei ela no banco do passageiro. Entrei correndo e já acelerei. Fiz loucuras naquela hora, mais nada além dela me importava. No caminho do hospital, que era um pouco longe, tentei conversar o máximo com ela pra que não fechasse os olhos.
-O que aconteceu meu amor? -perguntei desesperado.
-Um cara veio pra cima de mim...-ela tossiu e vi que saia sangue de sua boca. -Tentou me beijar. Aí eu gritei e ele ficou nervoso e enfiou a faca em mim. -ela terminou a frase ofegante.
-Aguenta aí. A gente já tá chegando tá. -ela deu um grito de dor e disse começando novamente a chorar.
-Dylan. Por favor vai rápido. Eu não tô conseguindo respirar direito. -ela falou e seu nariz também começou a sangrar. Seus olhos começaram a se fecharem lentamente até não estarem mais abertos.
-Zoey? -ela não me respondeu.Estacionei rapidamente na porta do hospital e fui até ela. Peguei ele no colo e sai correndo.
-ME AJUDEM. -gritei com ela desmaiada em meus braços. Logo várias enfermeiras, médicos, trouxeram uma maca e a levaram. Entraram em uma sala e não me permitiram entrar.
Fiquei andando de um lado para o outro, chorando feito uma criança. Estava desesperado. Não podia perde - lá. Meu choro era tão alto que quem passava, me olhava com pena. Tentei me acalmar, mas era impossível. Peguei o celular e vi minhas mãos cheias de sangue também. Chorei mais ainda enquanto ligava para a mãe de Zoey.
Ela logo atendeu.
-Alô?
-Tia!!!
-Dylan o que aconteceu?
-Tia. A Zoey.
-O que tem ela?
-Eu estou no hospital com ela. Tia ela foi esfaqueada. E acho que ela tá mal. -Não aguentei falar mais e comecei a chorar.
-O'QUE? Onde vocês estão Dylan? -ela perguntou desesperada.
-No hospital principal.
-Já chego aí.Ela então desligou. Sentei em um banco chorando mais ainda.
O tempo passando e ninguém me dava notícias. Suzann logo apareceu andando rápido em minha direção, com olhos marejados. Rafael a seguia.-Cadê ela? -Suzann perguntou.
-Eles entraram nessa sala com ela e até agora não me falaram nada.
-O que exatamente aconteceu? -Rafael me perguntou.Contei tudo oque Zoey havia me dito. Eles foram até uma enfermeira, mas ela também não tinha notícias. E a espera nos matava aos poucos.
1 hora
2 horas
3 horas
4 horas
5 horasEu apenas conseguia orar.
Depois de 7 horas de espera, um médico finalmente apareceu.
-Vocês são acompanhantes de, Zoey Gane Singer?
-Sim. -respondemos em uníssono.
-Fiquem tranquilos, ela vai ficar bem.
-Aí graças à Deus. -falei colocando a mão na cabeça.
-Porque vai ficar bem? Ela não está? O que aconteceu doutor? -Suzann se prontificou.
-Olha ela teve uma perfuração pequena no pulmão esquerdo. E o corte em si foi profundo. Operamos ela e tudo está sob controle. Mas ela está muito debilitada e tem que ficar de repouso e sob observação médica. Vocês foram rápidos em trazê - lá, caso contrário, poderia ser pior. -o médico disse.
-Nós podemos ver ela? -perguntei.
-Agora não. Ainda estão preparando ela pra levarem para o quarto. Daqui a algumas horas vocês vão poder ir lá. -ele disse e saiu.Ficamos ali esperando. Logo uma enfermeira apareceu com uma bolsa plástica em mãos.
-Olá. Vocês que estão com a Zoey Singer, não é? -ela falou.
-Sim. Estamos. -Rafael respondeu.
-Aqui estão as coisas dela. Identidade, celular, chaves, lacinho de cabelo, roupas e sapatos. -ela então nos entregou as coisas e se afastou.O pacote das roupas estava lacrado e separado das outras coisas. Tudo era um mar vermelho. Suzann ficou mexendo nas coisas da filha e chorando. Me afastei por um tempo, mas ao ver a porta ser aberta, voltei para meu lugar anterior. Logo a maca com Zoey apareceu. Ela estava vestida com uma roupa de hospital, pálida, com olhos fechados e uma coberta em cima de si. Uma bolsa de sangue à acompanhava. Eles entraram com ela no elevador e sumiram.
-Vocês vão subir? -perguntei.
-Vamos só resolver algumas coisas do hospital e já vamos. -Rafael falou e sorriu pra mim. Retribui e sai correndo.Peguei outro elevador e sai à procura da minha linda. Perguntei à um enfermeiro que estava no elevador comigo.
-Com licença. Você sabe me informar pra onde levaram Zoey Gane Singer?
-Ah ela está...deixa eu ver. -ele procurou em uma prancheta que segurava. Então me olhou e falou. -Ela está no 3°andar, quarto 4.
-Valeu cara.
-Imagina.Fui até lá. Ainda não podia vê-la, então sentei numa poltrona do lado da sala e esperei. Os pais dela apareceram logo após. Ficamos impacientes mas tranquilos. Um pouco.
Esperamos horas novamente. Olhei para o outro sofá e vi os dois apoiados a cabeça um no outro, como eu e Zoey fazíamos, dormindo. Já estava tarde. Olhei no relógio e vi que eram 5:06 da manhã.
Uma enfermeira então passou pelos pais dela, sorriu e veio em minha direção, quando me viu levantar.
-Acompanhante da paciente do quarto 4? -ela me perguntou.
-Aham. Sou.
-Já pode entrar. Ela acordou.Entrei correndo e vê-la me olhando acalmou meu coração. Fui em sua direção e puxei uma poltrona até o lado da cama. Me sentei e sorri a encarando. Ela retribuiu, com um sorriso cansado. Peguei em sua mão e a acariciei.
-Tá bem? -falei.
-Na medida do possível. -me respondeu com a voz baixa.
-Vai melhorar. Você não sabe o quanto eu fiquei com medo de te perder. -disse beijando sua mão.
-Desculpa por ter fazer passar por isso.
-Não foi culpa sua princesa. Graças à Deus eu te achei.
-Como você...
-Deus me mandou até você. Foi Deus que me mandou sair de casa e passar por ali.
-Foi o que eu mais pedi a Ele naquele momento. Que me ajudasse. E Ele mandou um anjo.
-Você é meu anjo. -ela sorriu.
-Cadê meus pais?
-Dormindo aí fora. -ela riu.
-Quer que eu chame eles?
-Já já.
-Sabia que eu te amo demais.
-Eu também te amo muito meu herói.
-Tá doendo?
-Um pouco. Eu só não tô gostando dessa faixa enrolada em mim.
-Reclamona. -nós rimos.
-Pegou minhas coisas?
-Sim. A enfermeira nos entregou.
-Olha.
-O que?
-Eu não vou pagar pra mandar limpar seu carro não viu?
-Não precisa. -rimos mais que o possível.#############################
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Unidos pelo Amor de Deus - [FINALIZADO]
RomanceA vida sempre foi feita de festas, bebidas e outras loucuras para Zoey. A menina de 19 anos que somente se importava com os prazeres do mundo e com a vida conturbada cheia de sonhos, nem imaginava que conheceria alguém que a levaria para perto de D...