Fechando os olhinhos

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Pov Ezra

Eu estava sem chão, só havia uma carcaça muito amassada e um corpo todo cheio de sangue, mesmo machucada era ela, era a minha Aria, eu quase não conseguia me mover, minhas pernas tremiam e minha visão estava embaçada, era horrível, meu coração doia como se fosse eu no lugar dela, e eu queria que fosse, não aguento vê-la sofrer, é a minha desgraça.

Um mês já havia se passado, ela estava em coma, com muitos aparelhos conectados nela apenas para ela continuar respirando. Todos os dias eu vinha aqui, e lhe dava uma flor, todo dia era uma diferente, e isso pode parecer bobo mas eu sei, que quando a última pétala de flor que eu dar a ela murchar eu não terei mais esperança nisso. Chego no hospital desta vez com um Lírio na mão, vou até a recepção onde encontro Margareth, a enfermeira que sempre me deixa entrar -Já posso?- a olho esperançoso -Ela é toda sua- a diz sorrindo, entro no corredor imenso indo até a porta central do corredor, o quarto dela, entro lá outra vez a vendo do mesmo jeito, toda intubada, com o rosto muito magro por estar se alimentando apenas de soro, o rosto dela estava roxo, não tinha mais o brilho de antes, abro as cortinas deixando a luz do sol entrar no quarto escuro, pego uma banqueta colocando ao lado dá cama de, Aria -Então, eu queria sua opinião, sabe minha caminhonete velha? Então, eu queria saber se eu compro um escapamento novo ou troco a caminhonete por uma mais moderna? Todos estão me dizendo para trocar mas a sua opinião que me importa- falo, eu faço isso sempre, porque eu tenho a certeza que ela me ouve, ela só não tem as forças suficientes pra provar, mas eu tento, tento ao máximo manter um 'dialogo' com ela sem cair uma gota de lágrima -Escapamento? Era esse mesmo que eu queria- falo como se fosse uma resposta dela, isso me iludia por um segundo mas eu voltava a realidade, e as porras das lágrimas me consumiam novamente, meus olhos já estavam vermelhos -Eu sei que você me ouve, por favor amor, só um sinal- falo segurando sua mão com uma voz embargada.

Cheguei em casa depois de um dia inteiro de trabalho no Brew, abro a porta que consigo ouvir uma das melhores melodias, a risada das minhas crianças, assim que tenho a visão dá sala, consigo ver meu pai e o pai dá Aria jogando Poker com o Tomy, Izzy estava ao lado do irmão olhando as cartas muito séria, acho que ela gostava das cartas de coração e por isso ria a toa, a mãe de Aria estava sentado na cadeira olhando eles, e ela estava sorrindo, uma coisa que eu não havia visto desde o dia do acidente, Melissa Também estava lá assim como Alison, mas ela não havia trago Noah nem Riley -TATAI- Isabelle corre até mim toda desengonçada e gritando com aquela voz de criança, me agacho pegando ela no colo e dando uma abraço apertado, Tomy Também corre me abraçando, era isso que eu precisava só isso, o abraço de quem eu me importo. Coloco Izzy capotada na cama, era difícil fazer-los dormir, Aria tinha uma facilidade incrível nisso, é a Izzy piorou em chorar a noite desde que a Aria ficou ausente, as vezes tenho que deitada com ela para ela dormir, saio do quarto fechando a porta, passo em frente ao quarto de Tomy -Papai?- ele fala baixo -Oi garotão- entro no quarto ficando próximo a sua cama -Você disse que a mamãe logo voltaria, e isso foi a um tantao de tempo, a mamãe não quer mais a gente? É que nós fazemos muita bagunça e ela ficou brava, fala pra ela que eu não deixo mais a minha cueca no banheiro e ensino a Izzy não mexer na estante e quebrar as coisas- ele fala com toda aquela inocência, eu não tive coragem de contar a ele o aconteceu realmente, tive medo mas já passou dá hora -Filho, a mamãe não abandonou nós, ela apenas está dormindo e é difícil acordar desse sono- falo passando a mão na cabeleireira lisa dele -Porque o senhor não dá um beijo nela igual nos filmes que a Izzy vê?- ele diz -Não é tão fácil assim amor, a mamãe sofreu um acidente e por isso ela dormiu, mas ela logo logo acorda e vai estar conosco está bem? Agora dorme e não pense nisso tá bom? Te amo- digo e ele assente -Te amo papai- ele fala fechando os olhinhos.

Casamento Forçado - EzriaOnde histórias criam vida. Descubra agora