Capitulo II: Melhor irritados do que tristes...

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Thalles anda apressado pelo aeroporto, sua raiva está transpirando. Ele bate as malas na perna enquanto anda, suas malas estam pesadas demais e mesmo tentando inútilmente não conseguiria andar mais rápido. Sandra vem logo atrás caminhando tranquilamente, nem se importa com o sofrimento do filho em levar as três malas pesadíssimas sozinho, ela até acha engraçado, pois sua estatura é pequena e levando aquelas malas com dificuldade dava divertimento a cena. Quando chegam na fila de embarque logo avistam Olliver e Fernanda no começo da fila. Olliver está concentrado em seu celular encostado no carrinho das malas, já Fernanda assim que os vê sai da fila para falar com Sandra, as duas ficam conversando.

Thalles resolve entrar no final da fila, não queria conversar com Olliver. Pois ele está irritado, e já podia ver de longe, pela postura de seu amigo, que esse também está de mau humor. Se os dois brigassem ali seria escândalo na certa.

Olliver percebi o afastamento de sua mãe, e olha em volta. Vê ela conversando com sua amiga de infância e logo procura o dele, que não demora muito e o acha, uma figura brava roendo unhas.

— Como pode!!! Esses hábitos nunca mudam... – Olliver fala entrando na fila junto com Thalles.

Joga suas malas no chão ao lado deles. Thalles olha de canto de olho.

— Está de mau humor?! – Olliver joga as palavras com um ar de desdém.

— Oliver se for me irritar, eu juro que...

— Já sei... ela te levantou cedo, fez você colocar toda sua roupa do quarda roupa em apenas três malas. Tomou banho na água fria, pois ela cortou os fios do chuveiro, não tomou café, pois ela não arrumou pra você. Está atrassado pois veio de ônibus, e ela fez questão de vir junto só para ver você sofrer o caminho inteiro levando as malas sozinho. Pra você chegar aqui e descobrir que não está atrassado, pois ela mentiu quando disse que era 9h00 quando na verdade é as 9h30. – Olliver fala enquanto gesticula com a mão.

— Sua mãe fez isso com você também? – Olliver consente com a cabeça. – Essas duas! Tão copiando a gente, tão trabalhando em equipe agora.

Os dois riram, embora elas estarem bravas e eles irritados com o castigo, era como se nada tivesse mudado.

— Ah, como foi com a Amanda? – Thalles toca no assunto.

— Foi bem, ela aceitou de boa o termino do nosso namoro.

— Pera... Você terminou com ela?

— Você não?

— Não, eu e a Elen combinamos que ela vai esperar eu voltar.

Olliver solta um riso, quase uma risada.

— Ah, meu Brother. – ele coloca seu braço envolta do pescoço de seu amigo. - Você vai virar corno. Já to vendo os chifres nascendo.

Ele coloca sua mão de punho fechado na cabeça de seu amigo e a roda varias vezes, assim fazendo o cabelo do menor virar uma bagunça.

— Besta, - Thalles sai dos braços do seu amigo e arruma o cabelo. – eu confio na Elen. E o Rio não é tão longe assim de São Paulo, e eu tenho a tecnologia a meu favor.

Ele levanta o celular e treme ele.

— Colocou um rastreador na b***** dela, porque se não eu poço apostar com você que amanhã já tem uma floresta na sua cabeça. – Oliver fala abrindo um sorriso de canto.

— Babaca, ela não é assim, não fale como se ela fosse uma Vadia.

Oliver respira fundo, ele nunca gostou da Elen, sinceramente, pra ele, ela era uma Vadia. Mas ele não conseguia provar isso, então deixava como estava, porque era mais fácil, menos uma dor de cabeça. Os dois ficam quietos até entrarem no avião, se despedem de suas mães, não houve sentimentalismo, nenhum dos lados ia dar a braço a torcer, é sempre assim. Sentam nas poltronas, mas antes, é claro, houve uma pequena briga básica pra "quem vai sentar na janela?", mas dessa vez quem ganhara foi Thalles, Olliver não queria discutir.

Não se falam durante a viagem, o que Thalles estranha, seu amigo esta de fone e ele sabe que o humor dele não esta bem. Olha seu amigo com a cabeça encostada na poltrona, de olhos fechados, com as mãos nos bolsos e de touca.

"Ele deve estar dormindo..." – pensa e pega devagar o celular do companheiro que está na braço da poltrona, para ver o que está escutando.

Se Olliver está de humor estranho é fácil de saber, pela musica que ele está escutando. Se for rock, ele está bravo (precisando se acalmar), se for folk ele está calmo, se for eletrônica ele está feliz e se for música pop-punk está normal. Mas dessa vez...

《What a Wonderful Worlds – Louis Armstrong》
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— Mentira... – Thalles fala auto para acordar seu amigo. – Você tá triste?

Olliver dá um pulo e desperta, em um movimento rápido, pega seu celular da mão do seu amigo e o enfia no bolso.

— Ah, me deixa em paz... – encostasse denovo na poltrona, relaxa e fecha os olhos.

— Tá de brincadeira... Você não pode estar por causa da sua namorada, você não é tão sensível assim, nem por causa da sua mãe, até porque essa situação é algo comum... – ele pensa alto, tentando decifrar seu amigo.

Já seu companheiro finge que não o escuta, ele não queria falar, até que...

— Você tá assim porque estamos indo pra casa do Ollavo!?

— Não me enche o saco.

Ele havia acertado em cheio.

— Eu sabia desdo dia que você respondeu a Tia, você nunca fez aquilo, fez porque não queria ir pra casa do Ollavo. – Thalles fala animado por ter acertado.

— Já falei pra não encher o saco...

— Mas se fosse assim era só você ter se abrido com ela, ela nunca faria isso sabendo o motivo_

— CALA A BOCA!!!

Ele grita e todos no avião olham para os dois, o olhar de Olliver está sombrio. Thalles vira para a janela e encosta sua desta na mesma. Seu amigo vê o reflexo de seu rosto e volta a dormir, agora os dois estam tristes.

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