Everybody's gay here!

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Tudo dentro do teatro era encantador e de tirar o fôlego, as formas marcantes que decoram o local em harmonia entre o mármore e detalhes em dourado. Pilastras de sustentação ornamentais indicavam a escadaria principal, inspirada nos palácios da era de ouro, com um tapete vermelho forrando os degraus. A iluminação e a amplitude do lugar com pinturas detalhadas de Visconti sendo emblemas na decoração das paredes e do teto interior do teatro. Os quatro trapalhões sentem como se tivessem sido transportados para o século passado onde a arquitetura esbanjava luxo e grandeza em suas construções.

Apesar de estarem um pouco intimidados pelo o ambiente estar fora do habitual, quanto mais adentram o espaço a euforia os contagia. Quando são instruídos a sala do espetáculo, pago previamente, eles realmente acham que estão em um filme de época. A sala de espetáculo é impecavelmente fiel a tudo que simboliza a alta sociedade do século XX.

— Agora eu entendi porque foi uma fortuna o ingresso! – Thalles exclama para seu namorado se certificar de estarem a uma distância inaudível das meninas.

— Será que dá para parar de pensar nos gastos. – Olliver fala baixo irritado, ele mesmo quer esquecer como Ollavo vai pular em cima dos três quando ver a fatura do cartão de crédito.

— Desculpa por estar ansioso para a hora que Ollavo vai cortar nossas cabeças! – Thalles termina procurando a fileira onde se sentarão para assistir a apresentação.

Olliver abaixa sua cabeça controlando a risada. As meninas serelepes acabam encontrando os lugares antes deles e logo se acomodam, elas não se soltam nem por um segundo enquanto conversam empolgadas sobre diversos assuntos antes do espetáculo começar. Quando a apresentação se inicia são transportados para outro universo, esse em questão, era mais mágico e excêntrico.

Tati não pisca nem por um segundo, estando a uma distância considerável do palco, porém sentada bem ao meio do público, se encanta ao ver o espetáculo. As performances e cenários são incrivelmente criativas e impecáveis. As canções a emocionam, as danças de ballet com sincronia perfeita a fazem sonhar acordada, está provado ali que seu coração é um aspirante a arte como o do seu irmão. Juntamente a ela, uma pessoa se encanta com a apresentação esquecendo até de onde está, Thalles não sabe dizer quando o espetáculo o cativou ao ponto de o tirar de si. Ele não consegue ter outra reação além de suspiros longos e olhos brilhantes durante toda a performance dos atores. Era como encontrar ouro, ver tudo aquilo sendo exibido lindamente com tanta emoção e dedicação, ele podia não saber ainda, mas seu coração seria muito feliz fazendo a mesma coisa.

Olliver por sua vez não sabia com o que estava mais encantado, com o espetáculo ou com a empolgação surpreendente de seu namorado em uma apresentação que ele nem sequer fazia questão de vir. Ele sorri ao ver que Thalles está se divertindo e sorrindo bobo como costumava fazer constantemente antes dessa confusão toda que arrumaram em seu castigo. Pensa que o menino passa muito tempo preocupado com ele, que às vezes se esquece de se divertir e de ter seu próprio tempo. Ele promete a si mesmo que quando tudo passar vai fazer de tudo para seu amado ter seus sonhos e desejos realizados, pois prioriza-lo é um dos seus planos futuros a longo prazo.

Alice segura firmemente a mão de Tati durante todo o espetáculo, se divertindo ao ver a dona da razão e a da contra a suas fantasias ser tão infantilmente emocional durante o espetáculo. Ela sorri satisfeita com seu coração alegre concluindo que sua namorada é linda demais quando transborda alegria, queria gravar esse sorriso aberto e doce para sempre em sua memória. Ela aperta a mão de Tati no meio do espetáculo só para gravar a sensação, mas de repente sente os lábios macios da menina depositar um beijo carinhoso em sua bochecha a surpreendendo com a rapidez do ato não previsto. Quando se vira para ver o rosto da menina vê novamente aquele sorriso bobão e largo, agora sendo direcionado apenas para ela, e assim, Alice suspira alto e encantada com a emoção que esse gesto único e banal causa.

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