Brotheragem (Romance gay)

"Essa é a Primeira Vez"

Thalles e Olliver estão sentados lado a lado no sofá na enorme sala de estar de Daniel, as janelas do cômodo são enormes e estão transmitindo o lindo começo de tarde lá fora. Os dois estão de frente ao casal de noivos vendo ambos responderem as várias perguntas feitas por Alice que não se contém ao ver os dois jovens juntos demonstrando tanto afeto.

Rodrigo está sentado no outro sofá de frente aos quatro jovens (Olliver, Thalles, Alice e Tati), enquanto Davi permanece deitado ocupando o resto do espaço no sofá com sua cabeça apoiada no colo de seu amado que faz cafuné com as pontas dos dedos nele. Os dois respondem com gosto as perguntas da menina, pois nunca tiveram alguém tão alegre e interessado em seu relacionamento antes.

Todos os sete jovens estão esperando o almoço sendo feito por Mariana ficar pronto, enquanto Ollavo e o dono da casa estão sentados a mesa discutindo aonde todos vão se hospedar. Os dois não chegam a uma conclusão, á espaço na casa para todos, porém não será agradável permanecerem todos ali já que os donos estão ocupados com os preparativos do casamento.

Os dois podem ter passado por desavenças, mas discutem como se fossem tão íntimos quando na época de suas adolescências. E os dois não podem deixar de achar estranho, porém ainda sentem felicidade por isso.

No cômodo ao lado, Erico e Tati riem cada vez mais das perguntas que a mais nova no grupo faz sem pensar muito se é ou não invasiva demais.

— Quando vocês vão se casar? – Erico faz sua primeira pergunta interrompendo Alice, ele ainda acha estranho um menino de 17 anos já estar noivo e sente um pingo de inveja por isso.

— Não temos uma data, mas vamos esperar o Davi sair da escola primeiro para pensar em uma data específica. – Rodrigo diz vendo os olhos de seu noivo pesarem e quase fecharem.

Davi está cansado, pois não dormiu por ansiedade e saudades de ter as mãos de seu amado o tocando. Rodrigo não sabe como suportou todo esse tempo longe desse ser pequeno e lindo, sentiu muita falta dessa comodidade que seu amor lhe dá.

Olliver e Thalles podem ver, como todos os outros na sala, o quanto as palavras dos dois e o amor deles é sincero, mas Olliver ainda quer explicações, tudo isso parece uma confusão gigante. Como pode seu futuro meio irmão ser noivo do seu antigo amigo de infância.

— Quando vocês se conheceram? – Olliver joga a pergunta sendo firme e direto, aproveita que eles estão respondendo várias perguntas aleatórias sem se importarem muito.

Rodrigo respira fundo, sabe o tipo de resposta que seu amigo de longa data quer, e a resposta é realmente longa. Pensa em ser direto e objetivo, antes de finalmente responder de maneira simples toda a história.

— Nós conhecemos a dois anos atrás quando eu fui deserdado. – Rodrigo diz sorrindo para dono do questionamento. – Eu vim para o Paraná depois que meu pai descobriu que eu não era mais o bonequinho perfeito que ele podia exibir por aí.

— Como?! – Thalles exclama.

Olliver e Thalles sabem como o pai de Rodrigo amava o exibir quando ele era criança, pois o garoto era quase perfeito em tudo que fazia e sempre obedecia todas as regras que lhe era dada. Mesmo sendo filho de um ministro Rodrigo não se achava muito, na verdade, ele só se interessava por carrinhos de brinquedos e bichinhos de estimação. Foi uma infância simples e comum, mas quanto mais crescia, mais tinha conhecimento sobre o mundo e das coisas ruins que lhe rodeavam, e assim as “tais” regras que lhe foram dadas eram cada vez mais quebradas. Logo se revelando ser uma ovelha negra na família.

Rodrigo vai ser sincero, essa história não o machuca mais, afinal, nesse exato momento tem sua família consigo, dormindo tranquilamente em seu colo sendo acariciado por seus dedos.