Brotheragem (Romance gay)

No Espaço Entre a Verdade e essa Mentira está o Nosso Amor...

Dulce consegue convencer seu filho a leva-la para fazer compras e ele já prevê que o passeio durará o dia todo, pois é típico de sua mãe reservar um dia inteiro para fazer compras. Ele nem liga e muito menos se importa de ninguém ter lembrado de seu aniversário. Mas apesar disso, apenas uma pessoa lhe causa frustração, Alice, que todos os anos é a primeira a lhe parabenizar, sua filha pula em sua cama logo de manhã e tira o dia para prestar toda a atenção nele. Se sente triste ao lembrar, mas não demonstra, de qualquer forma, para ele isso não passa de um dia como qualquer outro. E justamente hoje o dia vai ser cheio e estressante, pois sair com sua mãe para fazer compras é a segunda coisa pior no mundo.

Quando Alice vê pela janela da sala que o carro vira a esquina dá sinal para todos começarem a aprontar as coisas. Separados novamente em equipes; Erico, Tati e Alice arrumam a casa e a enfeitam, enquanto Thalles, Olliver e Célia preparam o bolo. Todos passam o dia ocupados com os preparativos da festa, cada um contando as horas no relógio.

Thalles não consegue se conter ao olhar a cena a sua frente, ver os dois, avó e neto juntos depois de anos é algo que o faz sentir gratidão. Os dois estão felizes como antes, e isso alegra seu coração, mas não se acha ator desse feito, não quer ganhar mérito. Porem, sente que já ganhara o maior prêmio, ver um sorriso aberto e iluminado no rosto de seu amigo.

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Todos em seus lugares, já se passa das cinco, os convidados chegam aos poucos. Os primeiros são Renan (melhor amigo de Ollavo) junto com sua mulher e duas filhas gêmeas de 9 anos, eles se acomodam no sofá e as duas meninas já começam a brincar com Alice e Tati. Os próximos foram Lucas junto com seu pai – o subtenente do batalhão – Sérgio, e os últimos foram, Tia Dalva – irmã postiça de Dulce – e seus dois netos Ricardo e Gerson.

Todos acomodados, conversam e riem perante as várias histórias do aniversariante, que mesmo não estando presente é o assunto principal e a causa de tantas risadas. Alice sabe muito bem como receber convidados, com sua língua consegue agradar a todos. Tati apenas permanece ao seu lado, admirando tal desenvoltura, ri ao pensar que essa mesma menina tão bem portada possui outra personalidade totalmente extravagante e histérica. Mas acorda de seu encantamento para tentar acalmar as duas irmãs gêmeas que não param correr pela sala.

Erico por mais que tenha sido repreendido a não vir a festa no final se fez presente, pois ajudou e mostrou ser um bom garçom, como também é bom de lábia. Ele ainda teve tempo de sair e comprar um presente para seu “Crush Impossível”, que antes de ser embalado foi vistoriado por Alice. Ela sabe que seu amigo teria coragem o suficiente de entregar coisas obscenas para seu pai, mas no final o presente chega até ser algo inocente, uma simples camisa.

Olliver e Thalles observam tudo e todos do balcão da cozinha, os dois estão estatísticos com a festinha que foram capazes de fazer, se sentem realizados.

— Sabe, eu realmente queria te agradecer. – Olliver diz após bom tempo dos dois estarem quietos, apesar de o momento não ser propício para liberar seus sentimentos acha que não será mais capaz de esconder tal coisa.

— Pelo que?! – ele olha para seu amigo.

— Por ter me tornado alguém que eu nem sabia que poderia ser. – ele enche seus olhos de admiração ao se virar para o menor, ele pausa as palavras, em tom terno confessa enquanto sente suas mãos soarem e seu coração acelerar. – Você cuida de mim, se preocupa o suficiente para me enganar e me dar meus remédios... – Thalles fica surpreso, Olliver sorri travesso. – Eu vi você colocando remédio no meu copo de suco hoje de manhã... Ah, e você fica com ele no bolso com medo de eu ter um ataque.