Entre paixão e amor, ou seja, entre prazer e sacrifício...

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A tarde cai no horizonte e o sol ganha uma linda cor alaranjada ao tocar o solo para finalmente se desmanchar, assim desaparecendo.

Muitos dizem que a paixão passa como uma tarde de verão, de quente vai para o morno até esfriar com o entrar da noite...

Mas nenhum de nossos protagonistas está prestando atenção no entardecer que se transmite através da porta de vidro da sacada, ambos estão com os olhos pregados na televisão enquanto atacam uma panela de brigadeiro que Thalles preparou a pedido de seu namorado.

Após finalmente se levantarem da cama, o que realmente demorou muito, resolveram por assistirem juntos uma serie sobre confeitaria que Olliver estava curioso para ver, porém o mais animado dos dois é o menor que até briga com seu namorado dizendo que seu participante favorito é melhor que os outros.

Thalles esta sentado no sofá de pernas abertas enquanto Olliver está sentado no chão entre elas, sustentando uma intima e antiga mania dos dois.

Thalles faz cafuné com as pontas dos dedos na cabeça do abaixo com seus os olhos focados na televisão, enquanto Olliver com a panela de brigadeiro em seu colo come com gosto o doce que fora feito especialmente para ele. Ficam assim durante muito tempo, uma vez ou outra o menor para de fazer o mimo na cabeça de seu amante e o maior, entendendo o recado, lhe dá uma colher generosa de brigadeiro, assim o fazendo voltar a fazer carinhos nele, isso acontece quase que automaticamente e sem perceberem.

Um momento de conforto e felicidade mútua vivida em alguns minutos pode se tornar algo único na memória pelo simples fato de ser vivido com amor... com seu amor.

Olliver termina de comer, deixando a panela ao seu lado no chão e devagar passa sua mão delicadamente na panturrilha de Thalles fazendo movimentos de sobe e desce repetidas vezes, o menor acaba rindo por causa dessa caricia. E nesse momento Olliver lembra de algo que queria perguntar para o menor mais cedo, quando estavam tomando banho juntos, porém esqueceu completamente depois de seu namorado começar a si insinuar para ele...

— Thalles, por que você está usando as roupas do Ollavo? – Olliver faz a pergunta olhando para cima e vendo os olhos de seu amado ainda fixados na TV.

— Quando eu vim para cá estava muito desesperado para pensar em pegar minhas roupas. – Thalles fala sem prestar muita atenção nas palavras, o que deixa Olliver em dúvida.

— Desesperado?! – sem parar de o olhar faz essa indagação e finalmente consegue chamar a atenção de seu namorado que abaixa a cabeça para o olhar confuso.

Através desses olhos Thalles lembra que tem muitas coisas a esclarecer com Olliver. Revelar que sua avó já sabe sobre eles e que provavelmente foi ela a causadora do maior achar aqueles documentos. Mesmo que não queira que essa conversa aconteça vai ter que falar, pois ela já foi iniciada de qualquer forma. Tomando coragem ele respira fundo antes de dizer a verdade.

— Quando você me mandou embora daquele quarto eu fiquei desesperado, então fugi para cá. – o menor assume sentindo vergonha do que fez e Olliver pode ver através desses olhos arrependidos o machucado lá dentro. – Queria me esconder de você, não queria te ver machucado, então eu só fugi.

Essas palavras foram ditas com tristeza e vergonha, mas o maior não quer mais saber sobre isso. Ele pega com carinho a mão da pessoa que permanecia fazendo mimo em sua cabeça, a segura firme, a beija com amor e a aconchega ao lado de sua bochecha dissipando a frieza da mão de seu amado com o calor de sua pele. Fecha os olhos tentando se concentrar nesse momento e gravar na memoria que o toque dessa mão é a única que acalma seu coração, mesmo sendo a mesma que lhe causa tanto tormento. Não há nada que os dois possam dizer um ao outro e se existissem palavras, mesmo que as mais bonitas e leves não iriam fazer diferença alguma para os corações deles.

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