Capitulo VIII: Testando uma Tese

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Os dois estão jogados no chão da sala entregues totalmente a embriaguez. As duas garrafas, uma vazia e outra pela metade, e o pacote que antes estava cheio agora só apresenta migalhas do que era seu conteúdo, isso comprova a loucura e insanidade de nossos protagonistas. Já se passa das duas da manhã. A música que sai das caixas de som é a mesma que cantarolam com tanto entusiasmo e alegria, os dois dão gargalhadas de si próprios. Até que o menos embreagado, por sua própria consciência, se recorda de uma conversa horas atrás.

- Pera, uma coisa não se encaixa. - Thalles vira seu rosto para seu amigo. - Como a maconha do Iago veio parar com você? E como a arma do Julio foi parar com o Iago?

Olliver acorda de seu sonho lusido e vira seu rosto para seu amigo, os dois estão próximos o suficiente para ouvir o respirar do outro. Sua resposta foi um sorriso malicioso.

- Quando chamaram a polícia o Iago tentou fugir com o nosso carro, mas não conseguiu. Ele falou pra polícia que o nosso carro era dele, deixando pra gente a carro com a maconha. Mas eu já sabia que a maconha tava lá, e a escondi só praquele babaca não se encrecar mais. Mas ele mentiu, e se ferrou... Pois eu não disse, mas eu tava com a arma do Júlio dentro do carro, mas depois do idiota tentar incriminar a gente, só deixei rolar. Quando a polícia me perguntou sobre a arma eu disse que nem sabia que ela tava lá. E pronto, quem tá preso agora por porte ilegal?! - seu sorriso se desmancha ao lembrar da situação.

Iago era o melhor amigo dos dois irmãos, depois da traição a única coisa que Olliver senti por ele é raiva, já Thalles remorso.

- Você é perverso!

- Não... prefiro ser chamado de vingativo. - Ele olha para seu amigo que está com um olhar perdido. - Desculpa por te colocar nessas furadas as vezes, sei que você não faria metade do que faz se não me seguisse... Mas pensa pelo lado bom, vamos ter boas histórias pra contar pros nossos filhos. - Olliver ri no final.

- Ah, claro, vou contar pros meus filhos que graças ao idiota do tio deles eu tive que lavar cueca de mais de cem machos hoje!!! - fala enfurecido.

Mas depois de algum segundos os dois riem das palavras proferidas por Thalles. Sempre é usado o mesmo argumento; "vamos contar pros nossos filhos depois...". Em todas as vezes o menor se deixava levar por essas palavras, de viver enlouquecidamente só pra ter algo pra contar depois, mas agora ele segui Olliver por pura preocupação.

- Nós temos bastantes histórias pra contar... que tal aquela de como fiz você perder o BV. - Olliver recorda seu amigo, depois das risadas cesarem, só por provocação.

- Ah, é mesmo, vou falar pra eles que o tio deles fez a brincadeira da garafa, mas o estúpido esqueceu de sair da roda e EU QUASE PERDI O BV COM ELE. - sua língua enrola durante a pronúncia, o que mostra que não está sóbrio.

Olliver solta gargalhadas ao se lembrar da situação que os dois enfrentaram naquela noite. Era aniversário de 14 anos da Amanda, e Olliver mobilizou todas as meninas da festa a ficar em roda e colocou apenas Thalles no meio delas, só que o mesmo gostou da situação e ficou na roda. Quem ia imaginar que de 20 garotas no circulo a garrafa ia parar justamente nele.

- Se não fosse a mãe da Amanda chegar pra parar a cena, meu BV seria desperdiçado com um babaca. - Thalles conclui rindo junto.

...

- Mas eu teria beijado você de boa. - libera as palavras com sinceridade.

Thalles se assusta com a confissão do amigo.

- Pera... Como?!

- Sabe, pra mim não teria problema beijar você. - ele olha para seu amigo, o mesmo esta com uma expressão espantada e duvidasa em seu rosto. - Na verdade eu tenho uma tese; Bocas são bocas, todo mundo tem, todo mundo beija. Então não tem pra que me importar com isso, só muda na hora H.

O menor processa as palavras do colega.

- Uma tese?! E por acaso você já beijou outro cara? - Thalles o questiona.

- Não.

- Então como pode ser uma Tese. Só é tese quando o argumento apresentado não se tem dúvida, que já foi provado na prática... Você ainda está na teoria com esse argumento.

Olliver pensa, mas não muito. Olha para seu amigo fixamente, o mesmo está com o rosto virado para o teto, o puxa pela gola da blusa e sela seus lábios com o dele docemente. O beijo não durou nem 2 segundos, pois o menor assustado com o ato se afasta, assim interrompendo a cena.

- O que se pensa que tá fazendo?!

Thalles limpa seus lábios com a mão rapidamente. Olliver simplesmente cai na gargalhada.

- Testando meu argumento.

- E ai comprovou alguma coisa?! - fala enfurecido, seu rosto está queimando.

- Sim... Que você beija igual a uma menina. - ele ri ainda mais.

- Seu filho de uma P*** Manca! - o menor levanta o braço para bater no maior.

Olliver pega o braço de seu companheiro no ar.

- Hey, calma. Pensa que esse é o beijo que eu te devo de anos atrás... E vamos não foi tão ruim assim, e quer saber?! Minha tese está comprovada! - ele ri no final.

- Você é um grande amador, sabia... - puxa seu braço, o tirando da mão de seu amigos. - COMO PODE AS GAROTAS GOSTAREM DE VOCÊ. VOCÊ BEIJA MAL PRA P***. O QUE SERÁ QUE ELAS VENHEM EM VOCÊ!

A sala se preenche com o som dos gritos revoltantes de Thalles e das gargalhadas de Olliver.

- VOCÊ É FEITO DE AÇÚCAR POR ACASO!?

- Sim, meus lábios são doce, grudam feito caramelo. Você não sentiu? - ele não para de rir.

- NÃO!

Olliver pensa, mas não direito, comete o mesmo erro. Puxa o revoltado novamente, só que agora pela nuca. O beijo dessa vez não foi doce, foi forte e intenso. Os dois não estão sãos o suficiente para discernir a situação. Thalles senti uma onda de calor o atingir, passar por todo o seu corpo provocando arrepios. O beijo foi correspondido de ambos os lados, suas línguas se entrelaçam, se soltam, se acariciam, uma procuranda a outra incessantemente. O beijo termina, o ar é pouco entre eles, o som da respiração pesada dos dois meninos expulsa o silêncio do local.

- E agora, sentiu? - o sorriso em seu rosto é travesso, enquanto puxa o ar devolta para seus pulmões.

Thalles olha fixamente para os lábios de seu amigo, ele não está em si. Ele acaricia devagar o lábio inferior de Olliver com as pontas dos dedos, isso confundi seu amigo que não o contesta, apenas o observa. Os dois não estão em si. Dá pra se ouvir a confissão de um desejo ardente carnal, mas parecido com um suspiro. Thalles levanto os olhos e os fixou nos do seu amigo e soltou seu desejo no ar.

- Eu quero mais.




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