Dulce olha para a porta fechada, está irrita e brava. Escuta o carro ligar e olha pela janela o mesmo sair da vaga. – “Isso realmente está acontecendo?!”
— Vou conversar com o Thalles. – ela diz friamente indo em direção a escada em passos largos e pesados, mas antes de subir o primeiro degrau é interrompida por uma voz firme.
— Não, antes eu quero falar com você. – Célia diz ao ver sua amiga se virar e a olhar em dúvida.
A expressão no rosto de Célia é seria e um tanto quanto irritada. Dulce estranha tal rosto, mas percebe que não está sozinha com ela na sala, qualquer coisa que disser seu filho e neta podem escutar.
Alice e Ollavo, por sua vez, já viram que o clima entre as duas não está nada convidativo. O Tirano entende o recado quando sua mãe lhe manda um olhar sério e logo uma erguida de sobrancelhas.
— Alice, você quer tomar sorvete? – pergunta olhando para a mesma e desligando a televisão pelo controle.
A mais nova o olha desapontada, pois toda vez que ele faz esses convites repentinos é porque vai acontecer briga. – “Bem na hora que as duas vão tacar fogo no bordel.” – pensa ao dar um simples aceno com a cabeça em concordância. Ela não entende o verdadeiro motivo para as duas estarem em pé de guerra, e muito menos, porque Olliver e Thalles vão fazer as malas. Realmente gosta dos meninos e quer que os dois fiquem aqui com ela, ainda mais agora que sonha em ser madrinha de casamento dos dois.
Pai e filha saem pela porta da sala sem muita demora, as duas mais velhas ainda se entre olham com intensidade, uma tentando ver através dos olhos da outra. Foi quando Dulce caiu em si, resolve começar a conversa que sabe que é inevitável...
— Não é nada demais, o Olliver vai ficar_
— O que você pensa que está fazendo?! – Célia a interrompe, ficando de frente para a mesma, sua voz está firme e pesada.
Dulce fica muda, sabe que ela já adivinhara o que ela fez para Thalles, para o mesmo aceitar ir em tal viagem tão facilmente.
— O que você fez com o Thalles!? – sua voz soa mais irritada vendo que Dulce demora a responde-la, logo tem certeza de que ela realmente fez algo.
Quando o menor chegou em casa esbarrou sem querer em Célia ao entrar no quarto e ela viu seus olhos tristes meio marejados. Sabe que Dulce faria alguma coisa, mas não achou que seria algo que o machucasse.
— Só falei que seria melhor ele não estar aqui quando o Olliver descobrir_
— Dulce, você não me engana... – interrompe ela novamente sendo mais firme, o rosto da interrogada transparece despreocupação, e isso a irrita mais. – Por que o Thalles chegou em casa chorando?
Dulce agora não tem argumentos, não teve tempo de pensar em uma desculpa plausível para tal situação, na qual ela nem imaginava que seria questionada. Respira fundo, pensa e começa sua explicação.
— Bem_
“Tim-Dom”
Interrompida novamente, porém, agora pela campainha. As duas estranham tal coisa, Dulce nunca recebe visitas, ainda mais em pleno domingo a tarde. A dona da casa se dirige a porta para abri-la, agradecendo a Deus pela visita surpresa, mas quando vê as pessoas que vieram não tem certeza se esta tão aliviada assim.
— Filha! Fernanda! – exclama ao ver Sandra com malas nas mãos e um sorriso enorme em seu rosto, logo atrás dela esta sua ex-nora. – O que vocês estão fazendo aqui?!
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Brotheragem (Romance gay)
RomanceThalles e Oliver, amigos de infância, considerados como irmãos pelas respectivas famílias acabaram crescendo com um vínculo muito forte. Famosos por serem "companheiros de confusão", aprontam uma atrás da outra, mas em sua última trapalhada acabam f...