Observação: o título desse capitulo é um trocadilho, pois esse nome é também utilizado para intitular as meninas que são iludidas e sonhadoras com algum tipo de situação (como Alice no País das Maravilhas). No nosso caso, uma iludida por shippers rsrsrsrs!
Para entender melhor assista o vídeo "Alice(fujoshi) verso Realidade"...
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Alice abre a porta revelando o aposento dos novos visitantes, aposento familiar para os dois, pois quando criança era nesse quarto que dormiam. Entram e olham o ambiente, está intacto mesmo depois de anos. A mesma escrivaninha, o mesmo guarda-roupa e a velha beliche. Esse lugar é uma memória viva.— Estou feliz que estejam aqui. – Alice diz soltando um sorriso gracioso.
Os dois viram sua postura para ela, acordando do sonho, aquele sorriso.
— Estou feliz de ver como você cresceu. – Thalles retribuindo o sorriso.
Ollavo nunca tivera a oportunidade de se casar, como um Militar usava a desculpa de que se um dia morresse não deixaria ninguém desamparado para trás. Porém, quando viu sua única irmã mais nova (Sandra) ter um filho (Thalles), ele se apaixonou pela idéia de ser pai. Mas não queria uma esposa, pois isso daria trabalho, queria apenas uma criança para chamar de sua família. Então apareceu Alice. Anos depois do desejo aparecer e quase morrer, ele viu ela, no orfanato patrocínado pelo Cadete Militar do Rio de Janeiro. Foi amor a primeira vista. Ela foi apresentada no Natal para os familiares dando aquele mesmo sorriso, os meninos tinham 9 anos na época, ela tinha 4. Eles passaram bons tempos bricando de proteger ela, já que eles nem tinham capacidade para tal coisa. Ollavo pode ser uma pessoa ruim e dura, mas com Alice era diferente, na presença dela seu humor é outro, agradável e engraçado.
— Fiquem a vontade, meu Pai só vai chegar as 7, então tomem um banho e organizem as coisas de vocês, vou preparar algo pra vocês comerem.
Eles consentem com a cabeça e ela os deixa sozinhos. Seguem a risca o que lhe fora proposto, de banho tomado começam a esvaziar as malas enquanto esperam pela comida.
— Mano, essa beliche não vai aguentar eu em cima. – Olliver mexe na beliche que o responde com um barulho horrendo.
— E eu não vou dormir em cima. – sem pensar duas vezes Thalles fala firme.
Olliver é pesado demais para dormir em cima, e Thalles se mexe muito durante a noite. Depois de pensar solucionam o problema, desencaixam as camas e colocam uma ao lado da outra. Como o cômodo é pequeno, para aproveitar o espaço, unem as camas. Alice escuta barulhos vindo do quarto dos visitantes e corre para ver.
— Meninos o que vocês estão aprontanduuuu? - termina a frase depois de abrir a porta e se espanta ao ver a arrumação que fizeram. - Por que desmontaram a beliche?
— Porque a beliche tá velha, e ninguém queria se ariscar. - Thalles responde secamente colocando sua jaqueta no guarda-roupa.
— Então por que juntaram elas? – se esforça para ver aquilo de modo inocente, mas não consegue.
Na imaginação colorida de Alice isso mais parecia um BL (Boys Love) que assistiu uma vez.
— Porque o quarto é pequeno e sobra mais espaço. - Olliver foi direto e curto, pois para ele é óbvio a resposta.
— Ata. – fala tímida, mas acorda e se recopoe. – Eu já arrumei a comida, vamos comer?
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Os três estão sentados a mesa, Thalles come desesperadamente, como um ogro ataca o prato. Os outros dois olham a cena desagradável, o que dá desgosto.
— Será que você pode ser mais educado? – Olliver diz bravo, largando os talheres na mesa.
Thalles olha para seu amigo sentado a frente dele e solta um sorriso junto com a resposta.
— Não. – fala com a boca cheia.
— Eu vou enfiar isso na sua goela se você não comer direto? – pega um garfo com uma porção da comida.
— Então vêm. – depois da frase ser dita ele abre a boca o que provocar seu amigo.
Olliver se levanta, em um movimento rápido pega no rosto do seu amigo agressivamente, com o dedo indicado e dedão aberta as bochechas de ambos os lados, Thalles será os lábios.
— Abre a boquinha, abre! – Olliver finge a voz abertando cada vez mais o rosto do companheiro.
Alice apenas observa e ri consigo. Thalles finalmente desisti e recebe uma garfada generosa de seu amigo, que logo após o solta e senta.
— Que fofo! – Alice pensa alto, os dois a olham estranho.
— O que é fofo? – Thalles pergunta mexendo seu maxilar que está dolorido.
— Ah, vocês dois parecem... – ela acorda e logo conclue a frase, um pouco diferente do que na versão original que pensara. – irmãos... É fofo o jeito que se tratam.
A timidez afeta sua fala, enquanto come se diverti pensando no par de amigos a frente. Depois que terminam de comer, os dois maiores foram intimados a arganizar a cozinha, enquanto a dona da ordem assiste TV. Terminam a tarefa, e vão para a sala. Thalles senta no sofá no canto esquerdo, enquanto Olliver se senta no chão entre as pernas do mesmo. Alice olha a cena – ele podia perfeitamente sentar ao lado de seu amigo no sofá, mas mesmo assim preferia o chão, e ainda daquele jeito. – Ri novamente, e logo a TV não tinha mas graça pra ela, porém as pessoas ao seu lado no sofá tinham toda sua atenção.
________Após uma ligação, Alice da a notícia que hoje o Major Ollavo não vai voltar para casa. Os dois respiram aliviados.
— Não é hoje que vamos enfrentar o Satã. – Thalles diz sorrindo para seu amigo que o bate na perna com força o fazendo lembrar que a filha do Tirano está logo ao lado deles.
— Não precisa se desculpar, – Alice fala antes que Thalles poça se desculpar. – eu sei que vocês o odeiam, também o odiaria se ele fizesse comigo o que fez com vocês.
Os dois consentem. Passam o final de tarde ali, assistindo TV. Thalles é o primeiro a se reder ao cansaço e dormir, a próxima foi Alice. Olliver se levanta e olha os dois e desliga a TV. Já se passa das oitos horas, mesmo não acostumado a dormir cedo, também senti sono por causa do cansaço. Alice foi a primeira a ser levada para o quarto nos braços de Olliver. A coloca na cama e sua mente puxa na memoria a pequena menina que ela era, que ahora é uma adolescente de 12 anos. Quando volta para a sala cai na realidade, pois ele tem um babão de meio-metro para acordar.
— Anda levanta. – cutuca seu amigo com força.
O sonolento o agarra pelo pescoço e resmunga.
— Me leva pro quarto igual se fez com a Alice.
— Mas nem f******! – o empurra com força, fazendo seu amigo o soltar.
Olliver segue o seu caminho para o quarto, quando seu amigo pula em suas costas e se agarra nela.
— Você é ruim. – resmunga outra vez e deita sua cabeça no ombro de seu companheiro.
— Para de viadagem!
Entram no quarto com a mesma postura. Alice observa tudo da fresta da porta de seu quarto e começa a sonhar com os dois juntos.
"Eu sei que parece errado, mas shippar não arranca pedaço."
Ela volta pra cama sorridente, só imaginando o que poça estar acontecendo no quarto ao lado.
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Brotheragem (Romance gay)
RomanceThalles e Oliver, amigos de infância, considerados como irmãos pelas respectivas famílias acabaram crescendo com um vínculo muito forte. Famosos por serem "companheiros de confusão", aprontam uma atrás da outra, mas em sua última trapalhada acabam f...