Um Primeiro Beijo e Um Pesadelo...

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Tati acabara de fazer sua lição de casa quando percebi que Alice não está no quarto, estava tão concentradas em suas contas que não prestou atenção quando sua amiga saiu do quarto a passos mansos. Escuta vozes vindo da cozinha, logo reconhece que é sua mãe, Alice e Erico tagarelando.

Se levanta da escrivaninha e sai do quarto, quando chega no cômodo barulhento se alegra em ver os três jogando UNO na mesa. Seu irmão mais velho e nada tímido está gritando com a mais nova que acabara de tacar um "compre mais 4".

— ISSO É TRAIÇÃO! – Erico grita frustrado, enquanto tenta tirar a carta de Alice do monte, a menor o impede. – Só foi o jogo inverter pra eu conhecer sua verdadeira face! Não sou mais seu amigo, Alice!

— Erico é só um jogo! – retruca rindo da performance e pronúncia do revoltado, e admira a naturalidade espalhafatosa de seu amigo.

Dona Neide apenas ri olhando a cena, ela não gosta de jogar, pois sempre perdi, mas ama ver seu filho e Alice (que considera como filha) interagir alegremente. O telefone toca, já se passa das dez, imaginam que é reclamação do vizinho de cima, os três reconhecem que deixaram o jogo meio eufórico. Tati atende ao telefone.

— Sim, vamos diminuir a voz... Tá bom... Desculpa pelo incomodo. – Tati desliga o telefone, se encosta na parede ao lado e olha serio para seu irmão, o mesmo já passa dos 20 anos e ainda não aprendeu a se controlar.

— Não olha pra mim!  – aponta seu dedo indicador em direção a menor sentada ao lado dele, que ri ao ser acusada. – A culpa é dela!

Neide se levanta da mesa entre risos.

— Okay, tá tarde, vamos dormir. – ordena pegando as cartas das mãos dos dois jovens a mesa.

— Esse vizinho de cima, SE NÃO FOSSE GOSTOSO EU MESMO DAVA UMA LIÇÃO NELE. – Erico grita em direção ao teto e se levanta da mesa.

As duas meninas no cômodo ri, enquanto Neide o adverte, empurrando seu filho para fora da cozinha. Foi quando ouvi o típico barulho vindo do teto, o gostosão que mora em cima sempre bate o pé no chão em respostas aos flertes do Erico.

— Viu, ele me ama... VAMOS TER LINDOS FILHOS JUNTOS. – novamente provaca o vizinho.

— Cala a boca menino... Nunca vi um moço que pega tanto fogo quanto você, se continuar assim vou mandar te castrar. – bate de leve no bunda do filho que começa a andar por si próprio para o quarto. – Meninas, vão dormir também!

As meninas gargalhando na cozinha param diante da ordem dada com autoridade e vão direto para o quarto.

— O Erico é um barato. – Alice faz a observação rindo enquanto se deita na cama. – Ele é bem "desprendido".

— Minha mãe chama isso de fogo na rabeta. – ela ri enquanto se deita. – Outra semana ele disse pra ela que odiava heteronormativos, minha mãe acho que fosse uma nova sexualidade, ficou toda preocupada achando que meu irmão podia ter virado a casaca denovo, eu e ele rimos tanto.

As duas riem enquanto se aconchegam no calor do coberto e na maciez do colchão.

— Tô com ele... Eu odeio heteros também, eles são tão normais. – ela ri olhando pro teto.

— Que hipocrisia! Os gays também são normais. São igualzinhos aos heteros. – fala seria com a resposta de sua amiga.

— Não, são não, eles são INCRÍVELMENTE normais... Tipo, a Alana fala de homem, mas o Erico fala incrivelmente diferente, da até vontade de pegar os caras que ele elogia, da vontade de ser homem e pegar homem. – fala lembrando das conversas que ja tivera com Erico.

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