Capítulo 37 - Um último passeio e um pedido de socorro

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... pega de surpresa.★

Confesso, diário. Eu devolvi o beijo. Não consegui me conter. Quando eu teria uma chance dessa de novo? E também, eu estava com saudade de beijar alguém. Diário, você sabe o que é ficar quase um ano sem dar nem mesmo um selinho? É muito triste.

Começamos a trocar beijos, maravilhosamente, bons. Suas mãos já estavam na minha cintura e meus braços entrelaçavam sua nuca.

O que eu estava fazendo? Estou louca? Bati a cabeça em algum lugar? Eu realmente sinto algo por ele? Ou isso é a minha carência de beijos? Alessandra Goulding Marie, o que você está fazendo? Isso não é certo. Não posso iludi-lo. Não posso continuar. Seria errado. É errado.

Recuei o beijo.

— O que temos é apenas uma relação entre fã e famoso. Nada mais. — As palavras haviam voado da minha boca, sem nenhuma intenção. Me senti mal segundos depois de ter dito aquilo.

— Isso é um não a minha pessoa?

Porcaria! Era mais fácil eu ter dito qualquer outra coisa, menos aquilo. O que eu vou responder? Aliás, eu tenho algo a dizer?

— Adriano, desculpe. Saiu sem querer. Não tive intenção de te magoar.

— Já me negaram algumas vezes, mas não de uma forma tão cruel.

— Perdão. Eu fui uma idiota de ter dito aquilo — falei, tentando consertar o erro.

— Há algo em mim que não gosta?

— Claro que não. Sou eu e não você. Por favor, não fique assim.

— Só bastava dizer não. Não precisava dizer a realidade de uma vez.

Ele estava visivelmente com o coração partido. Está bem, esse é o meu recorde. É a primeira vez na minha vida que eu conquisto e destruo tudo em um dia.

— Eu sei. Fui muito grossa e seca. Por favor, diz que me perdoa.

— Então me explique o por quê.

— A pouco tempo atrás sofri uma decepção terrível, amorosa. Adriano, eu não estou pronta pra recomeçar.

— Então sou eu que devo me desculpar.

— Nada disso. A grossa aqui fui eu.

— O que ele te fez?

— É uma longa história e também um pouco pessoal, mas tem haver com traição.

— Sinto muito.

— Tudo bem. Como você disse, é assim que é a vida e ela será sempre cruel.

— Desculpe pelo erro.

— Esqueça tudo isso. É passado.

Ele soltou minha cintura, me convidou pra sentar no sofá e disse:

— Eu imagino que esteja, também, gostando de outra pessoa.

— Se não te incomoda, eu estou sim. — respondi envergonhada, sentindo as bochechas arderem.

— Ele já sabe?

— Acho que sim. Pra falar a verdade ele me deixa confusa.

— Tudo o que acabou de acontecer me impede de ter uma chance?

— Claro que não. Talvez um dia possamos ficar juntos, mas acho difícil já que tem trabalhado muito.

— Tudo é possível, Alessandra. — disse ele com ar esperançoso.

Não respondi, apenas fiquei pensativa em sua frase. Será que eu deveria aceitar seu suposto pedido de namoro?

— Posso fazer uma pergunta? — perguntei.

O Que Uma Garota Deve FazerOnde histórias criam vida. Descubra agora