... quando precisar.★
— Qual é o seu nome? — pergunto e olho pra ele. Seus olhos brilhavam. Estavam ainda mais bonitos de quando dormimos no mesmo quarto. Parecia que refletia a luz da lua.
— E pra quê você quer saber?
— Ah, é que... sei lá. Acho estranho o fato de ninguém te chamar pelo nome.
Volto a olhar para as estrelas. Não queria que me visse corando.
— É que... eu odeio meu nome. Por isso faço de tudo para que as pessoas não descubram.
— Bom, estamos numa mata, isolados. A não ser que eles se teleportem pra perto da gente, estamos sozinhos.
Ele suspira longamente. E expira de maneira longa também.
— Danilo Kieffer Whiston. Tenho dezenove anos.
Olhei pra ele espantada.
— Dezenove anos? — digo quase sem acreditar.
— É. Não era tão secreto assim. Agora entende? Meu nome é ridículo.
— Para de bobeira. Não é. Em qual ano você reprovou?
★Dica 371 = Não deixe que uma pessoa fale mal dela mesma.★
— Terceiro grau. Estou nele há dois anos. E estou quase indo para o terceiro.
— Por quê? Não consegue estudar e passar?
— Não é isso. Eu fico reprovado de propósito. Tudo pra me formar junto com a Carol.
— Hm. — É tudo que consigo dizer. — Alessandra Goulding Marie. Tenho dezessete anos.
— Dezessete? Agora é a minha vez de ficar surpreso. — Ele ri. — Achei que tivesse minha idade ou dezoito.
— Dezoito? Quem dera. Assim eu poderia fugir de casa.
Agora tudo que restava era o som das corujas e de outros animais.
— Perdeu — digo e começo a rir.
Ele me olha, como se não estivesse entendendo nada.
— A aposta. Agora que fui me lembrar. Vai ter que terminar com a Carol.
Ele solta um suspiro com um sorriso.
— E eu vou. Um dia. Um dia nós vamos terminar. Não falei o prazo. Posso terminar quando eu quiser.
— Seu besta. — Dou um tapa moderado em seu ombro. — Não vale. Isso é roubar.
— Não estou roubando. Eu nunca falei em prazo de cumprimento do que foi apostado. Só disse que faria. E tecnicamente, foi você quem perdeu. Eu já sabia seu nome a muito tempo, só queria ver se conseguia adivinhar o meu. Vai ter que me deixar ler seu diário.
— Não. Sério. Esse roubo foi pior do que o outro. Isso é mentira. Não tem provas.
★Dica 372 = Acuse quando a pessoa não tiver provas.★
— Todo mundo sabe seu nome. Especialmente depois do seu show no jogo, quando estava de perna quebrada.
Não acredito, diário, que ele sabia o tempo todo e nunca me disse.
— Mas isso não importa. Nós dois perdemos... vencemos... Tanto faz — diz ele.
— Tá bom, estamos quites.
Depois de mais um tempo em silêncio, sua mão entrelaça na minha.
— Pode me contar uma coisa? — perguntou ele.
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O Que Uma Garota Deve Fazer
Fiksi RemajaAviso! Esta história contém partes engraçadas, partes sérias, partes românticas, partes idiotas, partes... É, acho que vocês já entenderam. Mais uma coisinha: a cada final do capítulo, possivelmente você ficará perigosamente curioso. Alessandra, uma...