Capítulo 103 - Eu não queria saber disso

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... Digamos... Indesejado.★

— A-alessandra? — gaguejou ele com as bochechas ficando vermelhas.

— Tomé! — exclamei e o abracei forte.

— Tomé? — questionou Dani, encarando-nos.

O abraço chegou ao fim e eu me virei para o Dani com um sorriso meio tímido.

— É, Dani... Ele é meu...

— Peraí. Dani? Danilo Whiston?

Dani fez uma careta por ouvir seu nome.

— É, isso aí... TOMÉ! — disse ele e os dois de abraçaram.

Arqueei uma sobrancelha sem entender direito o que estava acontecendo.

— Ale, ele já foi um dos meus melhores amigos. Depois que ele foi pra Russia a alguns anos atrás, meio que perdemos o contato, mas... É bom ver você de novo, cara. — Dani deu um tapinha nas costas de Tomé.

— Bom ver você também. E... — Ele pareceu nervoso ao me encarar. — Você também, Ale.

Acenei com a cabeça para ele, com um sorriso.

— E então? Como os dois se conheceram? — questionou Dani a nós dois.

Ok, diário, eu estou numa enrascada. Belo dia pra um dos meus ex-namorados aparecerem do nada no meio do meu encontro, não?

★Dica 511 = Nunca subestime o seu "belo dia".★

Olhei para Tomé e percebi que a cada segundo ele ficava vermelho.

— Eu e ele, nós... Somos... Quero dizer, já fomos... Namorados — digo meio sem jeito.

Pra ser sincera, eu achava que o Dani ia ficar com uma cara do tipo "por que diabos você nunca me contou antes?!", mas o que ele fez foi dirigir um olhar a Tomé. Tomé assentiu em confirmação com alguma coisa e o Dani apenas comprimiu os lábios.

— Ale, será que eu posso conversar um pouco com meu velho amigo? — perguntou Dani a mim.

— Ah, claro... — digo com um sorriso fraco e sento num banco meio afastado deles.

Enquanto observava os dois conversarem, fiquei torcendo parte da saia do meu vestido, tentando secá-lo. Tudo o que conseguir foi deixá-lo amassado. Suspirei e encarei os dois novamente. Percebi que vez ou outra um dos dois olhava pra mim.

Precisei ficar plantada vinte minutos ou até mais porque perdi as contas depois de vinte e cinto minutos. Se você não sabe qual é a sensação, vou te contar: é uma merda.

Eles se despediram e Tomé deu um último aceno. Quando Dani se aproximou o bastante para me ouvir, falei:

— Qual foi a dessa de me deixar plantada por meia-hora, hein?

Ele ri nervosamente.

— Estávamos discutindo uma coisa, mas não é nada de mais, relaxa.

Semicerrei os olhos em sua direção, ainda desconfiada. Ele abre um sorriso mais confiante e abraça meu ombro.

— Pare de duvidar de mim, garotinha.

— Pare de tentar mudar de assunto, garotinho.

Ele pareceu rir e pegou o telefone. Estava chamando seu motorista com a limusine. O encontro havia acabado.

— Você sabe o que é andar QUILÔMETROS E MAIS QUILÔMETROS A PÉ? — berrou Kim chegando no quarto com a roupa ensopada numa mistura nojenta de suor e chuva.

O Que Uma Garota Deve FazerOnde histórias criam vida. Descubra agora