Capítulo 94 - A primeira guerra de roupa íntima da história

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... não queira.★

— Tudo bem então. — Ele se levanta. — Se me der licença — Ele pega sua cueca do chão —, estarei vestindo minha cueca.

— Para com isso.

— Com o quê?

— De falar essa palavra ai.

— O quê? Cueca?

— É.

— E quer que eu fale o quê? Trapo? Pano? Pudim?

Eu rio.

— Pudim? — pergunto entre risos.

— Isso. Espera que vou ali vestir meu pudim.

Pego meu travesseiro e jogo nele.

— Não faça piada com algo que gosto tanto! — brinco.

— Não estou fazendo piada. Gosto de algo gelado entre as pernas.

— Garoto, eu devia te socar.

— Não te dei nenhum motivo para me socar. — Ele estica a cueca como um estilingue e aponta pra mim. — Agora estou dando motivos. — Havia um sorriso convencido em seu rosto.

— Dani, se você jogar essa cueca em mim, juro que vai sair daqui com mais do que um nariz quebrado.

— Duvida que eu jogo?

— Não faz isso! — grito e subo em cima da cama.

— Isso, quanto mais alto, mais fácil.

★Dica 466 = Não deixe as coisas fáceis para as outras pessoas.★

— Não! — Me escondo debaixo das cobertas.

— Deuses, quanta frescura.

Deixo minha cabeça aparecer, apenas para respondê-lo:

— Não é frescura. Isso é nojento.

Ele estica ainda mais e só deu tempo de eu entrar nas cobertas de novo, antes de eu sentir algo atingi-las perto do meu braço.

Saí bem devagar após o pequeno impacto e minhas hipóteses estavam corretas: ele tentou jogar a cueca dele mesmo em mim.

— Seu... Seu... — Não sabia se ria ou se gritava com ele.

— Viu? Não doeu nada.

— Ah é?

Saio das cobertas e vou para o banheiro. Tranco a porta atrás de mim.

Lá dentro, tiro a calça e depois minha calcinha. Se ele quer guerra. Então é guerra que terá. Visto novamente a calça.

— Vou me vingar de você. — Estico minha calcinha como estilingue e aponto pra ele.

— Oh, que meigo sua arma com corações e coelhos fofinhos — diz ele entre risos.

— Calado. Agora é guerra. Aposto que acerto você daqui.

★Dica 467 = Não deixe que piadas façam suas ameaças de guerra fraquejarem.★

— Ah, uma aposta? E eu aposto que consigo acertar você daqui — desafiou ele.

— Se eu ganhar vai ter de ficar com a minha calcinha na sua boca por dez segundos.

— E se eu ganhar vai ter que ficar com a minha cueca na sua boca por dez segundos.

— Plágio!

— É a minha condição.

— Tudo bem então.

Ele pega sua cueca do chão e mira em mim. Ambas roupas íntimas estavam miradas um para o outro. Fechei um olho para ter uma visão melhor do alvo. Começo a andar para o lado, para ver se conseguia alguma vantagem, mas não adianta. Ele logo percebe o que eu estava fazendo e também faz. Em pouco tempo estamos andando em círculos, com miras a postos.

★Dica 468 = Tente tirar vantagem de algumas coisas.★

Depois de um tempo andando, esperando o outro ter um ponto fraco, vejo que a calça do Dani começa a cair. As curvas da cintura dele iam cada vez mais ficando visíveis e nem por isso ele decidia parar de mirar em mim.

Em um certo momento a calça dele estava quase mostrando o que não deveria. Ou ele puxava a calça pra cima ou eu veria sua genitália.

No minuto seguinte, tudo aconteceu muito rápido: Dani agarrou as calças e puxou para cima e nisso, estiquei um pouco mais minha calcinha e PÁ! Acerto seu ombro.

— Ganhei! — gritei.

— Ou era você ou era as calças. Eu tive que escolher.

— Não ligo. Eu ganhei. É A PRIMEIRA APOSTA QUE EU GANHO DE VOCÊ!

— Nossa, quanta emoção por causa de uma aposta.

— Deixa de ser besta. Hoje é o melhor dia da minha vida!

Ele pegou sua cueca no chão, mirou em mim e acertou minha barriga.

— Pronto, ganhei também — argumentou ele.

— Mas que diabos...?

Ele veio até mim, pegou sua cueca do chão e começou a bater ela em mim. Em defesa, comecei a bater minha calcinha nele.

★Dica 469 = Sempre esteja preparada para qualquer tipo de ataque.★

— Que nojo, Dani, para com isso! — digo mais rindo do que pronunciando as palavras.

— Admite que perdeu.

— Eu não perdi coisa nenhuma!

— Perdeu. — No mesmo instante em que ele pronuncia a palavra, sua cueca atinge perto da minha boca, tocando levemente o canto dos meus lábios.

Não sei ao certo o que eu deveria ter pensado, só sei que a primeira coisa que me veio ao rosto foi raiva.

— Ah, não, agora você vai ver! — Pulo em cima dele, fazendo-o cair junto comigo. Tentei forçar minha calcinha entrar na boca dele. — Engole isso! Anda logo! Engole!

Ele riu. Riu muito mesmo. Mas mesmo assim não deixei de continuar a tentar fazer ele engolir. Ele era bom de tentar me impedir.

Depois de um tempo insistindo, minha raiva se transformou em riso. Deixei o peso do meu corpo cair sobre o dele e acabei deitando sobre ele.

— Folgada — brincou ele.

— Ai, sou mesmo. — Me aconcheguei nele.

Ele suspirou meio rindo enquanto eu já fechava os olhos. Eu podia ouvir seu coração bater. Não vou mentir que me surpreendi por estar acelerado.

— No que está pensando? — pergunto de repente.

— Nada de mais.

Olho para ele.

— Não pode ser nada de mais. Senão seu coração não estaria tão acelerado.

Seu rosto ficou vermelho. Peguei ele no flagra.

— Está pensando no quanto fico sexy de biquíni?

Ele ficou ainda mais vermelho.

— Não... Não é isso.

Vou confessar que suas palavras não me convenceram.

— Tudo bem, vou fingir que não li seus pensamentos, ok?

★Dica 470 = Adquira o poder de ler mentes.★

O Que Uma Garota Deve FazerOnde histórias criam vida. Descubra agora