Do outro lado da tela

Capítulo 30

BEATRIZ NARRANDO

Não acredito até agora, que provoquei excitações em um garoto. Acho que nunca fiz isso com Gabriel. Pra falar verdade nunca pensei nessas coisas. Até pouco tempo eu era bv, e agora a pouco estava realmente pensando em fazer algo com Jean.
Essa malícia está se espalhando por todo meu corpo, e eu quero, preciso, mas não posso.
Aos poucos ele vem e me abraça novamente, acho que não fiz o certo em negar, mas também não posso me entregar a um garoto de tal forma, fora que estou ficado com Gabriel e não posso mágoa - lo dessa maneira.
XXX: Ei casal, parem de fazer relações sexuais e venham almoçar. - O garoto ria.
JEAN: Não estamos fazendo nada, somos só amigos. - Começamos a sair da água
XXX: Parece que não estava acontecendo nada mesmo. - Ele nos encarou. - Qual o nome de vocês?
JEAN: Sou o Jean e ela Beatriz e o seu? - Ele encarou o garoto.
XXX: Pedro. - Ele sorriu. - São de onde?
BEATRIZ: Sou de Brasília e ele de Florianópolis e você? - Continuamos caminhando em direção ao acampamento.
PEDRO: São Paulo.  - Ele me encarou. - Se conheceram aqui?
JEAN: Não, no Twitter. Somos youtubers sabe?  Aí gravamos juntos.
PEDRO: Entendi.
Chegamos no local do acampamento e nos juntamos à turma, desde o dia que chegamos não comuniquei com ninguém que não seja o Jean e o Pedro que aparece só nas horas que estou sozinha com o Jean.
Eu já não sou uma pessoa muito sociável, mas ficar esse tempo todo com o Jean é bom, sei lá ele é bonito e uma pessoa conhecida.
PEDRO: Ei vocês dois querem jogar verdade ou consequência? - Ele cruzou o braço.
BEATRIZ: Não estou afim. - Me lembrei da última vez que joguei isso, e digamos que não foi uma coisa muito boa para aquele momento.
JEAN: Já que ela não vai eu também não irei.
PEDRO: Tá bom, mas seria uma boa oportunidade para vocês se pegarem logo. - Ele deu um sorriso malicioso.
Ainda bem que não participei porque foi cada desafio, que meu Deus como eles tem coragem de fazer essas coisas idiotas?
Jean e eu ficamos ali só observando cada detalhe que aconteceu no jogo.
Depois da brincadeira perder a graça, todos decidem dar uns mergulhos no mar.
JEAN: Que água gelada. - Seu corpo estava todo arrepiado.
BEATRIZ: Larga de ser fresco! - Comecei a rir dele.
JEAN : Então toma. - Ele jogou água em mim.
BEATRIZ : Não acredito nisso, você quer guerra então toma. - Joguei água nele também.
E ali começou a maior guerra de água que já aconteceu na face da Terra. Todos jogavam água uns nos outros. Ficamos lá até escurecer e voltarmos para o nosso acampamento. Vestimos roupas quentes e preparamos a fogueira, pois hoje a noite promete.
Comemos algumas besteiras e sentamos em volta da fogueira. E como consta na tradição do acampamento, Jean tocará seu violão e todos ali cantavam alegres.
Como ontem, hoje ficamos até 11 hrs cantando até todos decidirem entrar para as suas barracas e dormir. Eu também entrei mas hoje não estou conseguindo dormir, penso em todas as coisas que estão acontecendo, então decido sair da barraca para respirar um pouco, vejo Jean deitado na areia analisando o céu estrelado.
BEATRIZ: O que foi? - Ele se vira e me olha.
JEAN: Nada só estou sem sono. - Ele deu um sorriso de lado. - Deita aí.
Me deitei ao seu lado e fiquei analisando o céu também.
BEATRIZ: Aqui temos uma excelente vista. - Olhei para ele que mantia o olhar fixo no céu.
JEAN: Na cidade tem muita luminosidade, então não conseguimos ve - las direito. - Ele pausou a fala.  - Posso cantar pra ti, aqui do lado desta fogueira e abaixo das estrelas?
BEATRIZ: Cante. - Sentamos e então ele pegou o seu violão e começou a tocar Imagination do Shawn Mendes, acho que vou chorar, amo essa música.
JEAN: Oh, there she goes again
Every morning is the same
You walk on by my house
I wanna call out your name
I wanna tell you how beautiful you are
From where I'm standing
You got me thinking
What we could because - Ele cantava com tanta firmeza demonstrando em cada palavra seus sentimentos como se quisesse falar algo que estava preso em sua garganta. -
I keep craving, craving
You don't know it but it's true
Can't get my mouth to say the words
They wanna say to you
This is typical of love
Can't wait anymore
Won't wait I need to tell you
How I feel

When I see us together, forever
in my dreams
You're with me
We'll be everything I want us to be
In front there, who knows?
Maybe this will be the night
That we kissed
For the first time

Or is that just me
And my imagination?
Aí não acredito que estou chorando.
JEAN: Amo esse seu jeito. - Ele enxugava minhas lágrimas com o polegar.
Nossos corpos se aproximaram e eu consegui sentir sua respiração acelerada, meu olhos se manteve fixos no dele, até perceber que seus olhos analisavam minha boca, e eu não pude evitar olhar para a sua. Eu nunca havia reparado bem nela. Ele se aproximou mais o nosso rosto e eu já estava quase colocando meu coração pra fora. Comecei a sentir nosso nariz se encostar e logo em seguida os nossos lábios.
Eu poderia sair dali, pois não era certo, estou ficando com Gabriel, se bem que ele nem ficará sabendo disso e meu corpo não quer sair daqui. Então me entrego ao beijo.
Nossas línguas faziam um ótimo trabalho juntas, minhas mãos explorava vários lugares do seu corpo, assim como as dele que fazia as mesmas coisas.
O beijo dele é maravilhoso com pegada e bem intenso. Esse Beijo está provocando um sentimento diferente dentro de mim, não quero mais sair de lá, não sei o que está acontecendo, isso nunca havia acontecido com os beijos que Gabriel me dava.
Nos separamos quando o nosso fôlego acabou e ficamos ali nos encarando.
JEAN: Desculpa. - Ele deu um sorriso.
BEATRIZ : Não tem problema eu amei. - Sorri de lado. - Acho melhor eu ir dormir né?
JEAN : Boa noite. - Ele me encarava com um olhar de que queria mais.
BEATRIZ : Boa noite. Dei um selinho e corri para minha barraca e antes de fechar lhe dei mais um sorriso.
O que foi isso? Agora tudo fica mais complicado de se resolver.