De Volta ao Passado - Completo - Em Revisão

Capítulo 3

Lucas Soares

- Você pode pegar o Teo pra mim? Preciso ir ao cabeleireiro!

Me assusto quando Andréia senta na cadeira, interrompedo meu horário de almoço.
Respirei fundo e balancei a cabeça assentindo.

- Fique com ele e depois eu pego ele no seu apartamento!

- Ta bom! Agora vai embora.

- Vê bem como fala com a mãe do seu filho! Seu mal-educado!

Graças ao céus ela sai da minha mesa me deixando terminar meu almoço sossegado.
Só Deus sabe o quanto eu me arrependo de ter me envolvido com a Andréia, fui irresponsável por ter usado ela e deixado meu momento frágil afetar minha vida.
A única coisa boa que ela me deu foi o Teo, o meu pequeno menino de olhos castanhos como os meus e o sorriso de iluminar o dia de qualquee pessoa.

Assim que descobri que Andréia estava grávida, a pedi em casamento, mas minha mãe abriu minha mente e me fez perceber a burrada que eu ia fazer.
Hoje Teodoro tem 3 anos e nesses 3 anos eu nunca mais me aproximei de nenhuma mulher.

Talvez seja a falta que ela me faz... Porque o que eu tive com a Andréia não passou de uma burrada.

Me lembro de quando Teodoro nasceu, tão grafil, pequeno... Uma pessoinha que eu nunca pensei que amaria como amo hoje.
Lembro de quando Hanna nasceu, o monte de cabelinho, os olhos azuis da Sofia... Tão frágil e pequena quanto o Teo.

Olhei para o relógio em meu pulso e já são mais de quatro e meia da tarde. Teo sai cinco e meia, ainda tenho duas consultas marcadas, se eu subi para atender, saio mais cedo e ainda consigo passar em casa.
Paguei meu almoço para Josefa e caminhei na direção do elevador, apertando o botão do 20° andar e entrando no elevador assim que ele chega.

✨___✨

- Papa?

Teodoro saiu da sala de aula correndo e pulando em meus braços. Abracei o corpinho do meu filho e beijei sua testa, colocando ele de volta no chão.
Peguei a bolsa dele com a professora e tomei sua mão.

- Pala unde vamu, papa?

- Que tal no McDonalds?

- Ebaaaaa!!!

Teodoro gritou me fazendo rir, e fazendo algumas pessoas que passavam rir também. Abri a porta do carro, peguei ele e o coloquei sentado na cadeirinha.

- Num apeita ta, papai?

- Pode deixar, filho!

Depois de tudo o que aconteceu, não consigo sair de carro sem cinto de segurança. E quando estou com Teo, não consigo deixá-lo fora da cadeirinha, e acabo apertando demais o cinto dele.

Quando terminei, fechei a porta e entrei no carro, ligando e dando partida.
Rumo ao McDonalds.
O restaurante preferido da Hanna e por consequência, do Teodoro também...

- A mia mama não va quele? - Teo pergunta quando termina de mastigar o último pedaço do pão com hambúrguer.

- Quer levar pare ela? - Pergunto.

- Zim! Eia vai adola, papa!

- Vai sim, pimpolho!

Sorrio.
Levanto minha cabeça para olhar o movimento na praça de alimentação do shopping que estamos.
Para uma quinta-feira está bem cheio esse lugar, quase não achamos lugar para sentar.

Meu olhar encontrou uma mulher loira andando, ela está usando uma calça jeans escura e uma regata azul com um casaquinho branco por cima. E então ela vira e no mesmo instante meu coração dispara.
Sofia...

- Sofia?...

- O quie, papa?

Olho para Teo.

- Nada. Não é nada, filho!

Volto a olhar para o local onde ela estava, mas é isso, ela estava. Eu só posso estar vendo coisas, fazem cinco anos que Sofia foi embora.
Me deixando.
Deixando suas irmãs.
Sua mãe.
Deixando nossa vida.
E com certeza ela refez sua vida, agora deve estar com outro cara, ou casada novamente, ou pode ser mãe... Novamente.
Eu prefiro imaginar assim, não quero pensar na possibilidade dela estar mal, ainda. Precisando de ajuda.
Sofrendo.
Quero pensar bem. Eu quero que ela esteja bem. Porque eu ainda a amo. Muito!

- Papa?!!!

- Oi, oi, filho!

- Vuxe ta bien?

- Sim! Estou, você comeu tudo? - ele balança a cabeça concordando. - Então vamos para casa, sua mãe vai te buscar lá, tudo bem?

- Zim!! Nois bamo azitir deisenho!!!! Ebaaa.

Dou uma gargalhada e pego meu pimpolho no colo, caminhando com ele até a escada rolante.

💞___💞

A pilha do Teodoro durou pouco, e olha que a dessa menino e durável. Quando percebi que ele estava dormindo, peguei um de meus cobertores e o cobri até seu ombro. Selando um beijo em sua bochecha, coloco seu cabelo para trás e sussurando falo:

- Boa noite, campeão!

São mais de meia noite, tranquei a porta e pedi para o síndico não deixar Andréia subir. Sabe lá Deus onde essa irresponsável está, deixou o garoto, não avisou que não vinha, assim eu pegava algumas roupas dele na casa dela.
Mas a irresponsabilidade da Andréia ultrapassa os limites.

Deitei ao lado de Teo e puxei a coberta até meu ombro, deixado apenas minha mão para fora, assim posso acariciar o cabelo do Teo.
E enquanto o sono não chega, os pensamentos, as vontades e os medos retornam em minha cabeça.

Sofia...
Hanna...
Teo...

Esse lugar era nosso, esse apartamento era meu e da minha pequena família. Que sem mais, nem menos foi tirada de mim como uma enchente que alaga uma casa, deixando apenas os rastros da destruição.
Era assim que eu me sentia, destruído, com meus filhos mortos e minha esposa em depressão.
Depois com meus filhos mortos e minha esposa indo embora da minha vida, como num passe de mágica.

Éramos felizes...

Parei de acariciar o cabelo de Teo e virei para o outro lado, fitando o porta-retrato com uma foto minha, da Hanna e de Sofia quando estava grávida do nosso Teo.
Estávamos no parque Ibirapuera, deitados na grama e um fotógrafo tirou uma foto nossa, e depois de 40 segundos ela foi revelada e agora está nesse porta-retrato, sendo a única lembrança que tenho delas.

A minha única família...
Eu vou ama-los hoje, amanhã e sempre, sempre!

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Acabamo de dar início as postagens dessa obra!
Uhuuuu!!!
❤❤❤❤❤

Postagens: Domingo, Quarta e Sexta😍😍

Espero que gostem dessa nova história que contarei a vocês, meus amores e minhas amoras!❤❤❤