Lucas Soares
- Lucas?
Levantei minha cabeça e fitei Maria Rocha, a irmã de Sofia. Respirei fundo e sorri sendo gentil.
- Maria.
- Tudo bem? Faz tempo que não nos falamos, - ela senta ao meu lado no banco da praça.
- Estou bem. E você? Como está? - Pergunto sorrindo.
- Bem.
Maria abaixa a cabeça e encara suas mãos.
Será que Sofia voltou? E se ela voltou? Maria com certeza sabe.
Ela levanta a cabeça e me olha, lança um sorriso meigo.- Maria? É... É... A Sofia voltou? - Pergunto.
- Sofia? Não. Ela não voltou. Por que? - Ela franze a testa.
- Parecia que eu tinha visto ela no shopping ontem. Mas depois não a vi mais...
Maria respira fundo.
- Sofi está bem. Faz alguns dias que não falo com ela, mas ela está bem! Fique tranquilo...
Sorrio.
- E como está a faculdade?
- Ótima! Estou indo pra casa estudar agora mesmo.
- Vai ser uma ótima obstetra!
- Espero!
Maria levanta e arruma sua bolsa no ombro, a encaro.
Maria tem o jeitinho da Sofia, o sorriso, a forma com que fala, com que se veste, a forma com que anda e se move. É idêntica a irmã...- E o seu filho?
- T... - me interrompo quando Maria se mexe desconfortável. - Ele está bem, obrigada por perguntar.
- Que bom! - Ela sorri gentil.
- Lembra sua mãe que Tata tem uma consulta semana que vem!
Falo.
- Lembro sim! Mas não vou prometer, ultimamente ver minha mãe se tornou impossível.
- Tudo bem! - Sorrio.
E então Maria vai embora, fazendo meu olhar segui-lá até que eu não possa mais ver ela caminhar.
Por um dia senti que ela estava aqui novamente, que estava respirando o mesmo ar que eu depois de cinco anos, que estava próxima de mim, e que em algum dia ela estaria na minha frente com seu sorriso meigo e doce, dizendo que esses cinco anos foi um momento de turbulência.&____&
- Posso falar com você?
Mamãe entrou em meu consultório fechando a porta atrás de si devagar.
- Aconteceu alguma coisa?
- Quero levar Teodoro para o Rio esse fim de semana. Andréia insiste em dizer que não, porque ele pode ficar doente! Será que você pode falar com ela?
Respiro fundo.
- Mãe, isso não pode ser resolvido por mim. Teo pode não se adaptar ao Rio nesse fim de semana. Pode dar trabalho pra você e o papai...
- Ele é meu neto. Não vai me dar trabalho, Filho!
Sorrio.
- Ta bom. Eu vou falar com a Andréia, mas não vou garantir nada!
Ela sorri.
- Obrigada! - Mamãe senta em uma das cadeira à frente da minha mesa e coloca sua bolsa na outra. - Tudo bem? Ontem não pude falar com você, fiquei atarefada no jardim de casa.
- Acho que estou ficando louco... - confesso.
- Louco? Por que, filho?
- Estava no shopping com o Teo, e acho que vi a Sofia...
Mamãe se arruma na cadeira completamente desconfortável com o que digo. Ela respira fundo.
- Oh, querido! Isso, isso é normal. Fazem cinco anos que vocês estão separados, e nunca mais ouvimos falar da Sofi...
- Nunca mais - murmuro.
- Eu não a julgo. Você e ela passaram por uma tragédia tão grande, tão dolorosa... Eu espero, sinceramente, que ela esteja bem.
Eu também.
Espero que esteja feliz, e que a lembrança não seja mais algo que a machuque.
Ah, Sofi, como sinto sua falta.- Será que ela ainda vai voltar, mãe?
- Nada a impede. Se ela se recuperou, ela vai voltar...
- E se refez sua vida? Ao lado de outra pessoa?
Mamãe me olha com amor.
- Disso eu não sei, querido. Mas olha, a Sofia te amava tanto, que eu acho que cinco anos não podem ser capaz de acabar com um amor tão lindo e puro, assim como o de vocês!
Sorrio.
- Agora eu vou deixar você trabalhar. - Ela levanta da cadeira caminhando até mim e selando seus lábios em minha testa e limpando. - Você não está ficando louco, é apenas seu amor pela Sofi acordando de um leve sono, querido!
Entrei em casa, coloquei minha pasta no sofá e caminhei para o corredor dos quartos. Passei pela porta do quartinho de Hanna, coloquei minha mão sobre a maçaneta e girei, abrindo-o.
Procurei o interruptor e acendi a luz, clareando o quartinho rosa de Hanna.
As prateleiras com bonecas, que Sofia fez questão de escolher cada um, o berço branco com um mosqueteiro rosa cobrindo, a janela com uma cortina rosa com bolinhas brancas, a cama de solteiro embaixo da janela forrada com um lençol branco e algumas almofadas espalhadas.Tudo da forma com que Sofia e Hanna deixaram, o cheirinho do creme de pentear que Sofi passa no cabelinho de Hanna naquele dia ainda está no quarto.
Ainda posso ver Sofia arrumando Hanna...
Éramos felizes
Estávamos decorando o quarto do Teodoro, é a primeira porta a esquerda, enquanto o de Hanna é a primeira a direita. Dei alguns passos para trás e fitei a porta do quarto dele, voltei a olhar para o quarto de Hanna e então apaguei a luz fechando a porta.
Respirei fundo e entrei em meu quarto, a segunda porta a direita, bati à porta me joguei na cama libertando minhas lágrimas dolorosas.
Saíram de meus olhos como se fossem pedras, doloridas e cheias de saudade.Saudade da Sofia...
Saudade da Hanna...
Saudade da barriga grandinha de Sofia que carregava nosso Teodoro...
Saudade da minha vida....
Saudade da minha pequena família...___________________________________
Capítulo curto💔
Até quarta❤❤❤
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De Volta ao Passado - Completo - Em Revisão
RomanceAtenção: Plágio é crime! Todos os direitos reservados. Após sua vida mudar drasticamente, Sofia se viu obrigada a abandonar sua família e se divorciar de seu marido, então ela foge para fora do Brasil. 5 anos depois, ela volta, mas suas feridas aind...