Capítulo 32

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Carlos

Durante o caminho todo Maria Vitória ficou quieta, pensando em algo que eu daria tudo para saber. Já perguntei, mas ela simplesmente disse que não podia falar agora, mas que eu veria.
Estacionei o carro em frente a delegacia, e Maria desceu com uma rapidez desconcertante.
Corri atrás dela e peguei seu braço fazendo-a olhar para mim.

- Carlos, me solta!

- Não!

Grito. Maria tenta se soltar, mas sem sucesso. Respiro fundo, mas ela torna a pedir para que eu solte ela.

- Não solto. Agora me diz, o que você vai fazer?

- Eu quero descontar toda a minha raiva naqueles desgraçados! E ninguém vai me impedir, Carlos. Agora me solta!!

- Não suje sua mão, Maria! Vamos voltar para casa e pensar...

- Pensar melhor? Carlos, eu quero sujar minhas mãos! Quero bater naqueles infelizes até a minha mão dizer chega...

- Eu não vou deixar você fazer isso com você mesma!

- Me deixa! Me deixa fazer o que eu quero! Por favor me solta - ela fala e algumas lágrimas caiem de seus olhos. - Eu, eu preciso fazer isso...

- Amor, não... Vem cá!

A abraço apertando seu corpo contra o meu e selando meus lábios em sua testa. A dor, a revolta e o sentimento de justiça é tudo o que nos consome agora. Hanna e Lucas me contaram tudo o que Andreia, Leila e o tal do Mário fizeram com Sofia e Lucas. E sinceramente eu também quero muito matar esses infelizes, mas não é assim que funciona.

- Eles levaram minha sobrinha... Eles precisam pagar...

- Eu sei. Eu sei... Mas não é assim! Não do jeito que você quer, amor!

- Então de que jeito? De que jeito eles vão pagar? Com a justiça desse país? Carlos daqui a 5 ou 8 meses eles estão soltos!

- Calma. Tá legal?

Falo segurando o rosto dela para me olhar. Maria balança a cabeça assentindo e volta a deitar a cabeça em meu peito.
Ficamos ali, assim por alguns minutos e então entramos no carro.

- Me leva para casa...

Maria diz sem olhar para mim assim que paro o carro o sinal vermelho, estávamos próximos ao prédio de Lucas e Sofia.

- Não quer ir para a...

- Não - ela me interrompe. Maria está com a cabeça encostada na janela. - Quero ir para a minha casa. Quero pensar...

- Está bem, amor... Mas não importa o que você diga, eu vou subir e vou ficar junto com você!

Ela apenas balança a cabeça assentindo. Respiro fundo e volto minha atenção para o tráfego, entrando numa rua contrária a rua do prédio do meu irmão.

💔

Sabe a única coisa que importa nessa maldita confusão toda? A Hanna! Hanna, a minha sobrinha e afilhada, é o que importa. Ela está viva, saudável e agora está feliz, porque está ao lado da sua verdadeira família.
Fico imaginando a cara da minha mãe e do meu pai quando eles souberem que nossa princesinha mirim está vivinha!
Maria deitou sua cabeça em meu peito e respiro fundo, selei meus lábios em sua testa e sorri puxando uma manta e nos cobrindo.

- Está se aproveitando da situação, senhor Carlos?

Ela diz com um tom de irônica em sua voz. Sorrio negando com a cabeça.

- Negativo! Estou apenas mantendo o amor da minha vida aquecida e bem.

Ela sorri.

- Obrigada, meu amor...

- De nada, minha pequena encrenqueira!

Falo sussurando em seu ouvido e Maria da uma gargalhada baixa.

- Ainda estou com raiva de você... Eu queria ter batido naqueles infelizes!

- Sabe por que eu te tirei daquela delegacia?

- Por que?

- Porque temos que guardar os nossos socos para uma única pessoa...

- A Andréia!

- Essa vadia mesmo! Bom, eu não vou poder bater nela, não quero ir preso por violência contra mulher, mas você e Sofia podem!

Ela sorri me olhando com seu olhar de felina querendo defender a cria. Mas no caso da Maria, é querendo defender a família!

- E eu tenho certeza que vocês não irá nos decepcionar!

- Nenhum pouco!

Selamos nossos lábios, sorrio e Maria volta a deitar em meu peito. Quando estou prestes a fechar meus olhos e deixar que o descanso me invada, o celular de Maria começou a tocar.
Logo minha namorada levantou e o pegou dizendo que era Sofia, então ela atende.

- Alô... Oi, Sofi estou bem... Desculpa, eu, eu me senti um pouca mal e achei melhor não voltar para aí... Sim, sim eu estou bem não se preocupe!... Diga a ela que amanhã eu e Carlos estaremos aí... Eu também te amo, maninha... Manda um beijo para a Hanna e para o Lucas... Eu mando sim... Boa noite... Tchau!

Maria desliga e me olha com os olhos cheios de água. Me sento ficando assustado com a expressão dela.

- Ela perguntou se estávamos bem e disse que Hanna não parou de dizer o quanto gostou de nós dois!

Uma alegria imensa me invade.

- A nossa menina voltou. Voltou mesmo, Carlos...

- Voltou, meu amor!

Maria e eu nos abraçamos e ali choramos tudo aquilo que estava guardado e nossos corações durante aqueles 5 anos. Choro de saudade que se juntava com alegria... Afinal, Hanna não morreu como imaginávamos, Hanna estava conosco, muito mais viva do que qualquer um de nós!
Um verdadeiro milagres da nossa família...

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Agradecimentos

Até amanhã!
💕

De Volta ao Passado - Completo - Em RevisãoOnde histórias criam vida. Descubra agora