The one with the pain

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*Eu não sei porquê, mas esse é o meu capítulo favorito, da fic toda, socorro*

Dois meses depois.

Zayn's POV

- Você tem certeza de que não quer ir? - Niall perguntou.

- Tenho. Desculpe, Nialler, talvez na próxima... - Respondi.

- Essa próxima vez nunca chega, Zaynnie. - Ele suspirou. - Apareça por aqui quando puder, estamos com saudades!

- Tudo bem, pode deixar... Amo vocês.

- Também te amamos. - Respondeu e logo desligou o celular.

Guardei meu celular em meu bolso e voltei a andar pela rua. Atravessei correndo para o outro lado, ouvindo um carro buzinando. Ignorei e caminhei para o parque. Eu sabia que ele estaria ali.
Assim que o avistei, me escondi atrás de uma árvore. Todos os dias, no mesmo horário, Liam ia para o parque brincar com as crianças. Eu havia descoberto isso por acaso e, desde então, ia lá todos os dias. Nunca falava nada, nem deixava ele saber que eu estava ali. Apenas ia para poder vê-lo, e para ver as crianças. Desde que eu havia terminado com ele eu me sentia vazio, como se minha vida não fizesse mais sentido. Aqueles poucos minutos, cada dia, era o que me dava vontade e forças para continuar.

Liam havia aceitado o emprego de volta, mesmo contra sua vontade. Fiquei sabendo, dias depois, através dos meninos, que ele havia aceitado para que pudesse me ver, mesmo que só como um aluno. Claro que chorei dias seguidos depois que ouvi aquilo, mas fazia quase dois meses que eu não ouvia sua voz alegre me chamando, ou sentia seu toque quente contra minha pele, ou o gosto do seu beijo.

Como eu sentia falta das crianças, meu Deus.

E Liam... Ah, como eu sentia sua falta!

Fiquei ali por alguns minutos, admirando enquanto os três brincavam. De vez em quando Liam olhava para o celular e suspirava, e aquilo acabava comigo. Quando vi que ele recolhia os brinquedos, tratei de sair de correndo de lá. Voltei para o meu carro e comecei a fazer o mesmo caminho que fazia todos os dias depois que saia do parque. Logo cheguei ao cemitério, estacionei e comecei a caminhar entre os túmulos. Em poucos minutos cheguei ao que eu queria e me sentei de frente para ele, encostando minhas costas na enorme árvore que sempre lhe fazia sombra. Limpei a lápide e troquei as flores, mesmo que eu tenha as colocado ali no dia anterior.

- Olá, mamãe. - Falei num sussurro, olhando para o nome ali gravado. - Aqui estou eu de novo. - Ri fraco. - Está sendo tão difícil. - Comecei a desabafar. - Eu queria tanto que a senhora estivesse aqui comigo... - Continuei a encarar a pedra fria. - Ah, isso é idiotice! Estou falando com um túmulo! - Revirei os olhos e peguei meu maço de cigarro, acendendo-o em seguida.

Esse havia se tornado um vício horrível em minha vida. Eu fumava um maço de cigarro em um ou dois dias, e nunca parecia ser o suficiente. Traguei um pouco e soltei a fumaça alguns segundos depois. Suspirei e encostei minha cabeça no tronco da árvore.
Ouvi passos, mas não fiz esforço nenhum para abrir os olhos ou tentar descobrir quem era. O barulho de grama pisada foi crescendo, até que alguém se sentou ao meu lado.

- Dia difícil? - Ouvi a voz de Louis.

- Vai embora, por favor. - Falei ainda de olhos fechados.

- Por quê? Eu só quero fumar um cigarro com meu melhor amigo... Não posso?

Abri os olhos e o encarei.

- Você tem certeza? Harry te mata se você fizer isso.

- É só um, ele não vai reclamar. - Deu de ombros, pegando meu maço e acendendo um cigarro em seguida. - Será que não existe uma lei proibindo fumar em cemitérios? - Riu.

Above All (AU!Ziam)Onde histórias criam vida. Descubra agora