Jogamos algumas pétalas de flores em cima do caixão, o coveiro jogou a terra, todos fomos saindo, só a mãe e o pai do André que pediram para ficarem sozinhos lá.
Eu não sei como é a dor de perder um filho e espero nunca ter que passar por isso, pelo o que eu saiba o André era filho único.
- amor, se você não se importa eu quero ficar sozinho agora.- Luan falou baixo.
- tudo bem, qualquer coisa me liga.- lhe dei um longo selinho.- eu te amo.
- também te amo.- me soltou e caminhou até o seu carro.
- tudo bem filha?- mamãe apertou o meu ombro observando o Luan entrar no carro.
- tudo sim, vamos para casa.- falei baixo.
...
Me deito na cama e fico agarrada com meu pacote de doritos, eu me pergunto se um dia eu irei me acostumar, o André era um garoto tão legal, não entendo porque as pessoas boas morrem, tanta gente ruim fazendo maldade no mundo e são que nem gatos, tem sete vidas.
- filha, quer conversar?- papai pergunta entrando.
- não pai.- sorrio fraco.- eu estou bem.- mal. Completei na mente.
- Ok, se precisar de alguma coisa é só me chamar.- saiu do quarto.
O meu celular tocou, olhei no ecrã e vi o nome do Luan, imediatamente eu atendi.
- amor?- falei preocupada.
- Isa, você pode vim me encontrar?- perguntou com a voz embargada, sinal de que estava chorando.
- claro, aonde?- me levantei da cama.
- no parque que eu te pedi em namoro.
- ok amor, já tô chegando aí.
Desliguei o celular e fui até o closet, já havia tomado banho depois que cheguei do cemitério, não tinha precisão de tomar outro. Olho minhas roupas e visto look na multimídia, penteio o cabelo e coloco o celular, dinheiro e identidade dentro da bolsa.
Desço as escadas e encontro o meu pai e minha mãe no sofá, coitada, estava péssima, o André vai fazer falta para muita gente.
- gente, eu vou me encontrar com o Luan.- ajeitei a bolsa no ombro.
- ok filha.- meu pai falou enquanto acariciava o cabelo da minha mãe.
...
Chego no parque e encontro o Luan todo largado num banco, nossa, ele estava péssimo.
- Luan... Meu Deus, você está bem?- me agachei na sua frente.
- me desculpa Isa...- falou chorando.- eu queria muito fumar...- chorou ainda mais.- eu só dei um trago, eu juro.- olhei para suas mãos que estavam trêmulas.
- olha para mim.- segurei o seu rosto.- está tudo bem, não se preocupa.- encostei nossa testa.
- eu te prometi, eu não mereço você, nem uma promessa eu consigo cumprir, não sei porque você ainda está comigo.- pelo o jeito que ele falava, balançava a cabeça freneticamente e suas mãos tremiam ele provavelmente estava tendo um surto psicótico.
- vem, vamos para o seu carro.- lhe abracei de lado.- vai ficar tudo bem.
Caminhamos em passos lentos até o carro dele, peguei a chave do seu bolso e desliguei o alarme, abri a porta de trás e coloquei ele dentro me sentando ao seu lado.
- não se culpe tanto, sabíamos que ia ser difícil para você largar o vício e agora com tudo isso acontecendo é compreensível que tenha tido uma recaída.- falei calma.
- você me perdoa mesmo?- perguntou baixinho se deitando no meu colo.
- claro que sim amor, eu te amo.- alisei o seu cabelo.
Depois de um tempo olhei para o Luan que estava dormindo serenamente, deitei minha cabeça no estofado do banco e sem perceber peguei no sono também.
...
Me acordo com o corpo dolorido, olho para os lados e percebo que ainda estamos no carro e que o Luan dorme na mesma posição, olho pela janela e percebo que já é de dia, p*ta que pariu, passamos a noite aqui?
- amor, acorda.- dei uns tapinhas no seu rosto.
- hum.- resmungou.
- Luan, acorda.- dei um tapa mais forte.
- aí.- se levantou assustado com a mão no rosto.- onde estamos?- olhou para os lados.
- dormimos no seu carro, temos que voltar para casa, os meus pais devem está preocupados.- pulei para o banco do passageiro da frente.- vamos Luan, vem logo.- lhe apressei.
- me desculpa, eu peguei no sono sem perceber.- pulou para o banco do motorista.
- você está bem? Me refiro a ontem.- perguntei cautelosamente.
- eu acho que eu nunca irei me acostumar, ele era meu melhor amigo, um irmão, mas eu acho que depois de um tempo a ferida vai cicatrizar.- ligou o carro.
- eu vou sempre está ao seu lado, nunca se esqueça disso.- olhei para ele.
- obrigado, por tudo, você é a melhor namorada, amiga e pessoa que alguém pode ter, eu sou um homem de sorte.
...
Chego em casa e quando abro a porta encontro toda a minha família lá, tia Sam que está com nove meses de gestação, a Beatrice não quer nascer, o tio Jack, a tia Ágda, o tio Bruno, a tia Geovana, a tia Ana, o tio Magrin, a Yasmim, o Rafa, a Emy, minha mãe e meu pai, assim que eu entro todos me olham.
- aí meu Deus, ainda bem que você chegou.- mamãe veio até mim e me abraçou forte.
- gente, o que está acontecendo?- perguntei confusa.
- o que está acontecendo Isabela? Você sumiu a noite toda, não ligou, não atendeu o telefone, não deu um sinal de vida.- meu pai falou irritado.
- desculpa, é que eu passei a noite com o Luan.- expliquei.
- você o que?- tio Bruno arregalou os olhos.
- Isabela pelo amor de Deus, você usou camisinha?- tio Jack perguntou daquele seu jeito eufórico.
- aí meu Deus, vocês entenderam errado.- falei envergonhada.- não aconteceu nada, só pegamos no sono.- falei desconcertada.
- podia ter avisado, ficamos preocupados.- agora Emy se manifestou.
- qual a parte do "eu peguei no sono" ninguém entendeu?- falei já sem paciência.
- deixem a menina, o namorado precisa dela nesse momento e ela também precisa dele.- tia Ana me defendeu. Amém tia Ana.
- é, a vovó está certa, ela ainda está sofrendo com o luto, o que ela menos precisa é de gente pedindo satisfação a ela.- Rafa também me defendeu.
Todo mundo começou a discutir entre si, era tantas vozes ao mesmo tempo que eu não conseguia distinguir de quem eram elas.
- CALEM A BOCA, A MINHA BOLSA ESTOUROU.- tia Sam gritou.
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Oi coalas, tudo bom?
Vocês acreditam que eu tinha esquecido completamente o nascimento da Beatrice? Sério, na história essa garota deve ter nascido de onze meses. Sorry, sou lerda ;-;
Até amanhã, bjundas para vocês ;*
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A Princesinha do Morro
Teen FictionEla é doce Ele é arrogante Ela faz de tudo pelos os amigos Ele é calculista Ela espera o seu príncipe encantado Ele já não crê mais no amor Ela é divertida Ele é frio Ela mora no morro Ele mora no Leblon Duas pessoas completamente diferentes, e qu...