39//"eu vou sempre está ao seu lado, nunca se esqueça disso"

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Jogamos algumas pétalas de flores em cima do caixão, o coveiro jogou a terra, todos fomos saindo, só a mãe e o pai do André que pediram para ficarem sozinhos lá.

Eu não sei como é a dor de perder um filho e espero nunca ter que passar por isso, pelo o que eu saiba o André era filho único.

- amor, se você não se importa eu quero ficar sozinho agora.- Luan falou baixo.

- tudo bem, qualquer coisa me liga.- lhe dei um longo selinho.- eu te amo.

- também te amo.- me soltou e caminhou até o seu carro.

- tudo bem filha?- mamãe apertou o meu ombro observando o Luan entrar no carro.

- tudo sim, vamos para casa.- falei baixo.

...

Me deito na cama e fico agarrada com meu pacote de doritos, eu me pergunto se um dia eu irei me acostumar, o André era um garoto tão legal, não entendo porque as pessoas boas morrem, tanta gente ruim fazendo maldade no mundo e são que nem gatos, tem sete vidas.

- filha, quer conversar?- papai pergunta entrando.

- não pai.- sorrio fraco.- eu estou bem.- mal. Completei na mente.

- Ok, se precisar de alguma coisa é só me chamar.- saiu do quarto.

O meu celular tocou, olhei no ecrã e vi o nome do Luan, imediatamente eu atendi.

- amor?- falei preocupada.

- Isa, você pode vim me encontrar?- perguntou com a voz embargada, sinal de que estava chorando.

- claro, aonde?- me levantei da cama.

- no parque que eu te pedi em namoro.

- ok amor, já tô chegando aí.

Desliguei o celular e fui até o closet, já havia tomado banho depois que cheguei do cemitério, não tinha precisão de tomar outro. Olho minhas roupas e visto look na multimídia, penteio o cabelo e coloco o celular, dinheiro e identidade dentro da bolsa.

Desço as escadas e encontro o meu pai e minha mãe no sofá, coitada, estava péssima, o André vai fazer falta para muita gente.

- gente, eu vou me encontrar com o Luan.- ajeitei a bolsa no ombro.

- ok filha.- meu pai falou enquanto acariciava o cabelo da minha mãe.

...

Chego no parque e encontro o Luan todo largado num banco, nossa, ele estava péssimo.

- Luan... Meu Deus, você está bem?- me agachei na sua frente.

- me desculpa Isa...- falou chorando.- eu queria muito fumar...- chorou ainda mais.- eu só dei um trago, eu juro.- olhei para suas mãos que estavam trêmulas.

- olha para mim.- segurei o seu rosto.- está tudo bem, não se preocupa.- encostei nossa testa.

- eu te prometi, eu não mereço você, nem uma promessa eu consigo cumprir, não sei porque você ainda está comigo.- pelo o jeito que ele falava, balançava a cabeça freneticamente e suas mãos tremiam ele provavelmente estava tendo um surto psicótico.

- vem, vamos para o seu carro.- lhe abracei de lado.- vai ficar tudo bem.

Caminhamos em passos lentos até o carro dele, peguei a chave do seu bolso e desliguei o alarme, abri a porta de trás e coloquei ele dentro me sentando ao seu lado.

- não se culpe tanto, sabíamos que ia ser difícil para você largar o vício e agora com tudo isso acontecendo é compreensível que tenha tido uma recaída.- falei calma.

- você me perdoa mesmo?- perguntou baixinho se deitando no meu colo.

- claro que sim amor, eu te amo.- alisei o seu cabelo.

Depois de um tempo olhei para o Luan que estava dormindo serenamente, deitei minha cabeça no estofado do banco e sem perceber peguei no sono também.

...

Me acordo com o corpo dolorido, olho para os lados e percebo que ainda estamos no carro e que o Luan dorme na mesma posição, olho pela janela e percebo que já é de dia, p*ta que pariu, passamos a noite aqui?

- amor, acorda.- dei uns tapinhas no seu rosto.

- hum.- resmungou.

- Luan, acorda.- dei um tapa mais forte.

- aí.- se levantou assustado com a mão no rosto.- onde estamos?- olhou para os lados.

- dormimos no seu carro, temos que voltar para casa, os meus pais devem está preocupados.- pulei para o banco do passageiro da frente.- vamos Luan, vem logo.- lhe apressei.

- me desculpa, eu peguei no sono sem perceber.- pulou para o banco do motorista.

- você está bem? Me refiro a ontem.- perguntei cautelosamente.

- eu acho que eu nunca irei me acostumar, ele era meu melhor amigo, um irmão, mas eu acho que depois de um tempo a ferida vai cicatrizar.- ligou o carro.

- eu vou sempre está ao seu lado, nunca se esqueça disso.- olhei para ele.

- obrigado, por tudo, você é a melhor namorada, amiga e pessoa que alguém pode ter, eu sou um homem de sorte.

...

Chego em casa e quando abro a porta encontro toda a minha família lá, tia Sam que está com nove meses de gestação, a Beatrice não quer nascer, o tio Jack, a tia Ágda, o tio Bruno, a tia Geovana, a tia Ana, o tio Magrin, a Yasmim, o Rafa, a Emy, minha mãe e meu pai, assim que eu entro todos me olham.

- aí meu Deus, ainda bem que você chegou.- mamãe veio até mim e me abraçou forte.

- gente, o que está acontecendo?- perguntei confusa.

- o que está acontecendo Isabela? Você sumiu a noite toda, não ligou, não atendeu o telefone, não deu um sinal de vida.- meu pai falou irritado.

- desculpa, é que eu passei a noite com o Luan.- expliquei.

- você o que?- tio Bruno arregalou os olhos.

- Isabela pelo amor de Deus, você usou camisinha?- tio Jack perguntou daquele seu jeito eufórico.

- aí meu Deus, vocês entenderam errado.- falei envergonhada.- não aconteceu nada, só pegamos no sono.- falei desconcertada.

- podia ter avisado, ficamos preocupados.- agora Emy se manifestou.

- qual a parte do "eu peguei no sono" ninguém entendeu?- falei já sem paciência.

- deixem a menina, o namorado precisa dela nesse momento e ela também precisa dele.- tia Ana me defendeu. Amém tia Ana.

- é, a vovó está certa, ela ainda está sofrendo com o luto, o que ela menos precisa é de gente pedindo satisfação a ela.- Rafa também me defendeu.

Todo mundo começou a discutir entre si, era tantas vozes ao mesmo tempo que eu não conseguia distinguir de quem eram elas.

- CALEM A BOCA, A MINHA BOLSA ESTOUROU.- tia Sam gritou.

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Oi coalas, tudo bom?

Vocês acreditam que eu tinha esquecido completamente o nascimento da Beatrice? Sério, na história essa garota deve ter nascido de onze meses. Sorry, sou lerda ;-;

Até amanhã, bjundas para vocês ;*

A Princesinha do MorroOnde histórias criam vida. Descubra agora