Minha obsessão (Concluído)

CAP: 8 - Porque as coisas tem que ser tão complicadas(revisado)

Alice narrando:

Minhas malas estavam prontas, eu estava consumida por uma mistura de tristeza, raiva e medo. Não queria sair daquele lugar, mas seria muito egoísmo da minha parte colocar minha família em risco, por um sonho que era só meu.

" Porque as coisas têm que ser tão complicadas? o que aconteceu de tão grave com Guero para ele se tornar tão cruel e mal? Ou será que já nasceu assim?". Sou interrompida de meus pensamentos, pelo toque do meu celular, era uma chamada de voz da Jojo.

Ligação on.

- Alice onde você está? - Atendo, e logo percebo no tom de voz da Jojo que ela esta preocupada.

- Oi Jojo, estou em casa terminando de arrumar minhas coisas, por quê?

- Alice sai já daí, preciso for saio somente com a roupa do corpo, mas saia.

- Porquê? o que houve?

- Guero passou de moto por mim na maior velocidade, e foi em direção a sua casa, Alice provavelmente ele já está sabendo foge.

- Aí meu Deus esse pesadelo não vai ter fim - Sinto meu coração acelerar, e me pego mais uma vez estou com medo - Obrigado Jojo, já estou saindo.

Ligação off

Pego minhas coisas o mais rápido que posso. Não acredito que estou vivenciando isso. Abro a porta, arrastando minhas malas, para ir embora e dou de cara com Guero.

Ele estava furioso, empurrou-me com toda força para dentro novamente, e fechou a porta  atrás dele com um único baque.
Eu estava apavorada, nunca tinha visto ele daquele jeito, vermelho, olhar possessivo, lacrimejando e todo suado. Guero foi se aproximando de mim sem dizer nada, com toda sua fúria, seus punhos fechados, e eu mais que depressa fui me afastando na tentativa de escapar.

- Onde você acha que vai garota? - ele chega mais perto, e com a voz tão alterada que ecoava pela pequena casa - Em Alice? Gato comeu sua língua poha?

- Eu entendi seu recado, por favor, não quero confusão, só me deixa sair daqui - Eu digo trêmula com os olhos lacrimejando. Tento me desviar, mas ele me cerca rapidamente.

- Você não quer confusão? Haha — ele sorri forçado—  tarde demais, não vai sair daqui para lugar algum vagabunda - Disse Guero, indo até a mim e segurando meus braços com toda força.

- Você está me machucando, me solta estúpido - entro em pânico, me debatendo, para soltar de suas mãos, mas e em vão, aquele homem era muito mais forte que eu.

Agora percebo o tamanho do perigo, que estou correndo, meu destino aquele momento era incerto. Eu poderia está a caminho da tortura ou da minha morte mesmo.

- Cala boca - Ele grita - Se continuar se debatendo, eu vou desmaiar você. Vem comigo por bem ou por mal? Você entendeu? - Ele ameaça me arrastando pela casa até a porta - Eu te avisei vadia, prometo o que cumpro. Agora você vai sofrer as consequências de sua rebeldia, você não é melhor do que ninguém aqui, e assim como eles, você vai aprender o respeito. Vou fazer de tu exemplo para geral.

Guero me arrasta pelo braço para fora da casa, me levando para perto de um carro preto, que estava estacionado em frente à minha porta.

Meu Deus vou morrer, isso era tudo que eu conseguia pensar depois das palavras dele. Mãe me perdoa, eu devia ter de escutado, lamento comigo mesma.

Ele me puxa com tanta força que sinto seus dedos  grandes aprofundarem em minha carne. Guero então coloca um saco preto na minha cabeça, sou praticamente jogada dentro do carro. Ouço barulhos de porta batendo, o arranque do motor e sinto o carro sair em alta velocidade.

" Por que isso está acontecendo comigo meu Deus? aonde fui me meter?"

Eu não conseguia parar te chorar e tremer. Nessas horas a gente começa a rezar para tudo quanto é santo pedindo proteção e fazendo promessas. Mas parece que ninguém está disponível para você.

Horas depois de tanto chorar e questionar o universo, percebo quando o carro freia bruscamente parando, então sou consumida por mais um onda de Pânico e ansiedade.

Será que era agora que eu morreria?

Escutei os movimentos de Guero descendo do carro e vindo em minha direção, em seguida  ele abre a porta e me arrasta para fora do carro, já que eu estava com tanto medo para minhas pernas firmarem.  Eu não conseguia ver nada com a cabeça envolvida naquele saco preto, tudo que eu enxergava era uma escuridão densa.

Ouvi ele chamando alguém, pedindo  para abrir o portão, minutos depois ouço então o portão abrir e nós entramos.

Ele fez um pequeno trajeto comigo, me arrastou por uma escada, pois dava para sentir os degraus batendo contra minha pele. De repente escutei uma porta se abrindo e Fui praticamente jogada no chão.

Eu ainda não conseguia ver o lugar que estava, só sentia o chão frio em minhas pernas. Guero muito agressivo agarrou meu braço segurando firmemente com toda sua força e com a outra mão arrancou o saco preto da minha cabeça, abri os olhos vagarosamente devido claridade em meu rosto, ao olhar rapidamente o local percebi que era um quarto, feminino.

- Você fica aí, mas tarde vamos ter uma conversinha. Depois a Dita trás o que você precisar, você vai aprender respeito burguesa e pelo visto da maneira pior que tiver- Disse ele com um tom de voz irritado, logo depois soltou meus braços, me lançou um olhar matador, e saiu do quarto batendo e trancando a porta.

Olhei para os meus braços, que  estavam vermelhos e doloridos. As mãos de Guero estava tatuadas neles, minhas pernas estavam todas vermelhas e roxas, devido a brutalidade com que Guero me tratará.
Sentada naquele chão frio e pouco empoeirado, olho aos arredores e não faço ideia que local estava, que lugar era aquele ou de quem era Dita.

O medo tomou conta de mim, logo eu que era tão destemida e autoconfiante, agora estava totalmente desestabilizada e amedrontada.
Me aproximo perto da janela que ia do chão ao teto do quarto, arrastando meu corpo no chão, pois eu mal tinha forças para me levantar, tudo em mim doía. observo o lugar através da cortina branca e fina que a cobria, e choro como nunca, eu oficialmente tinha sido sequestrada.