48. A volta ao passado

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Alice narrando:

Guero me convence a ir para o sítio com ele, já era quase noite e eu estava morrendo de saudades de Dita e não via a hora de encontrá-la.

Faço a ligação para meus pais e os tranquilizo, em seguida devolvo o celular para Guero que me observa sem dizer nenhuma palavra.

Encosto a cabeça no vidro gelado da janela do carro e me perco em meus pensamentos.

"O que a mãe de Jojo viu naqueles búzios que a deixou daquele jeito? Preciso saber se foi algo relacionado a mim e Guero.
Mas ele está tão diferente"

É claro que não comprei aquela história que ela não tinha visto nada, não nasci ontem né.

— Marrenta chegamos - a voz de Guero interrompe meus pensamentos.

Estava tão preocupada que perdi a noção do tempo a minha volta.

— Mas já? - observo e vejo que estamos parados na garagem daquele casarão do sítio — Guero antes de sairmos gostaria de te perguntar algo.

— Já imagino o que seja - ele revira os olhos cruzando os braços — Mas pergunta aí Alice - me encara.

— O que você fez com Carine?

— Esse assunto não te diz respeito – ele dá as costas para mim na tentativa de sair do carro  abre a porta.

— Por favor me responda - seguro seu pulso  forçando a ficar no carro – Eu sei que não e da minha conta, mas não vou te perdoar se você fez algo ruim com ela.

— O que posso te dizer Alice e que ela nunca mais vai te ver - ele me olha nos olhos enquanto acaricia meu rosto - Fiz o que me pediu marrenta, mandei ela para um hospital psiquiátrico, te garanto que ela não fará mal a ninguém.

— Sério que você fez isso Guero - pergunto ainda em dúvida desse novo homem, Guero não e o tipo de pessoa que cede as vontades de terceiros, ele sempre fez o que lhe desse na telha — Não sei como te agradecer por não ter matado ela.

— Alice as vezes acho que você não existe sabia, como pode ter um coração tão bom desse jeito? - ele se aproxima e me beija enquanto acaricia minha barriga.

Interrompi nosso beijo quando percebo o clima esquentar entre nós, é extremamente difícil resistir a Guero, tudo nele me atrai, ainda mais agora com meus hormônios aflorados por conta da gravidez.

— O que foi marrenta não gostou? - ele tenta uma nova aproximação e eu o paro colocando a mão direita em seu abdômen.

— Claro que gostei, só quero ir devagar como combinamos.

Guero me olha sem dizer nada e sai do carro, em seguida vai até minha porta abrindo para que eu saia.

"Mas que cavalheirismo é esse"

Vamos entra marrenta o jantar deve está pronto, você precisa se alimentar a marrentinha também e amanhã  o médico da família vem ver se está tudo certo com você  o bebê - o brutamontes fecha a porta do carro assim que saio, me abraça e entramos na casa, mais precisamente na cozinha.

— Graça a Deus, acho que está bem, foi só um susto, Lavínia veio inquieta durante a viagem. Guero onde está todo mundo? - pergunto ao perceber que a casa está em total silêncio.

O cheiro do jantar toma conta do ambiente, ao aproximar da mesa de madeira que fica no centro da enorme cozinha vejo que o prato do dia é macarrão a bolonhesa.

— Não sei Alice, minha madrinha disse que estaria aqui com minha sobrinha, mas olha tem um papel na geladeira - ele se aproxima da mesma pega o bilhete e começa ler em voz alta.

Minha obsessão (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora