Cap: 21 Reencontro

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 Alice narrando:

Eu tomo meu café da manhã com tranquilidade. Não sei o porquê, mas um sentimento de paz havia tomado conta de mim com a saída de Guero do quarto.

Alguns minutos ali sentada sobre a cama ouço novamente o barulho que vinha da porta, eu temi que fosse Guero voltando, mas para minha surpresa era apenas a empregada de quem o brutamontes falou quando saiu.

Bom dia – disse Maria – você deve Alice?

sim sou eu, e você deve ser a Maria? – eu respondi, analisando se ela era alguém em que eu podia confiar.

Sim. Seu Guero me pediu pra arrumar o seu quarto e vê se a senhorita precisa de alguma coisa.

Sim, preciso sair desse quarto um pouco respirar ar puro – eu disse irritada só de lembrar da situação em que eu me encontrava.

Me desculpe dona Alice, mas não posso fazer isso – Maria se dirigiu para minha cama ajeitando as fronhas do meu travesseiro, fazendo com que eu me levantasse.

Me chama só de Alice –  franzi o cenho – onde está Guero? – indaguei, desconfiada.

Ele não lhe contou? – disse ela um tanto quanto surpresa – hoje e o dia da guerra no morro.

Não ele não me contou nada, aliás, Maria ele nunca me conta nada, porque eu sou apenas uma prisioneira nessa droga de casa. Não que ele tenha alguma obrigação né, mas se vai colocar a vida em risco indo de encontro a morte, ao menos avisa ou me libera de vez– eu disse, temendo pelo o que poderia acontecer, se Guero morresse eu estava perdida.

Jonas ia me matar sem piedade. Ele jamais me deixaria sair com vida por eu saber das coisas que sei.

Pois então Alice uma facção rival ameaçaram a tomar o morro onde o valentão comanda – ela disse num tom irônico.

Não gosta do Guero também Maria? – perguntei me aproximando dela, na tentativa de forçar uma intimidade entre nós.

– Não é da minha conta, mas eu acho um absurdo o que ele faz com você Alice – ela me lança um olhar de pena.

Então me ajude a sair daqui Maria, por favor – supliquei, indo até ele segurando forte suas mãos.

Eu não posso Alice, me desculpe, se eu fizer isso Guero me mata, ele já me assegurou disso. Sinto muito mesmo. Mas tarde trago seu almoço – ela disse soltando se das minhas mãos e saindo rapidamente do quarto sem me dá a chance de convencê-la.

Eu já estava perdendo as esperanças de sair daquele lugar. Me perguntava como que meus pais não tinha se dado conta que eu havia desaparecido por semanas.

Não tinha como eu avisá-los, já que eu havia esquecido meu celular na favela. Começo a acreditar que alguma coisa Guero fez pra que eles não mandassem a policia atrás de mim, só não sei o que ainda, mas eu ia descobrir.

Farta de tudo aquilo, fui para minha cama e me deitei, eu tinha levantado muito cedo, então logo adormeci. Algumas horas já havia se passado desde que dormi.

Meio sonolenta ainda ouço uma voz familiar do meu lado, chamando pelo meu nome.

Alice.

Abri meus olhos e não podia acreditar, era Dita, minha protetora estava de volta. Rapidamente me sentei sobre a cama e a abracei carinhosamente.

Dita que saudades – eu disse sorrindo e ajeitando seus cabelos grisalhos – você não sabe como faz falta aqui querida Dita.

Minha obsessão (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora