Cap: 20 - A Guerra

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GUERO narrando:

Deixei a bandeja na mesa da cozinha, e avisei Maria para não alimentar Alice hoje, ela me olhou com reprovação, mas fez um gesto com a cabeça concordando. Ela não tinha escolha a nao ser me obedecer.

Sai pela porta e avistei meus capangas sentados em baixo das árvores nas suas cadeiras almoçando. Me aproximei e peguei uma das cadeiras vazias e fui sentando.

- Jonas está tudo preparado pra amanhã.

- Sim chefe. Já passei a visão para rapaziada.  Agorinha mesmo vamos deixar os canos ( gírias pra armas) no ponto, amanhã vamos sentar o dedo naqueles FDP. Vamos mostrar para esses viado de merda o que acontece com quem tenta vir pra cima - disse Jonas vibrando com o resto da facção.

Depois que todos já haviam almoçado, nos dirigimos ao barracão que ficava no sítio, em um local mais afastado da casa. Lá era onde nós guardávamos o carregamento das armas e algumas mercadorias clandestina. 

Entramos todos para dentro e em seguida fechei a porta, passamos o dia fazendo manutenção nos fuzis e nas pistolas que íamos usar na Guerra na manha seguinte.

Já era 18 horas quando Maria bateu na porta do barracão. Estávamos tão concentrados colocando os equipamentos em ordem que nem vimos a hora passar.

- Seu Guero é telefone pro Sr. Disseram que são do hospital - disse ela, dando toques na porta de alumínio.

Abri a porta rapidamente com cuidado para que Maria não olhasse para dentro. Por mais que eu confiasse no julgamento de Luana, eu não ia vacilar, deixando uma empregada ficar de zói nas paradas da nossa facção.

 Sai pra fora e peguei o celular das mãos dela. O hospital estava ligando a pedido de Luana para avisar que minha madrinha havia recebido Alta e que amanhã a tarde viria pro sítio.

Eu fiquei muito contente com a notícia, quis ir até Alice para dividir com ela a noticia, pois sabia o quanto ela gostava da madrinha, mas me contive. Era melhor evitar confusão com a marrenta naquele momento, pois era só ela me ver que virava o bicho.


 Devolvi o celular para Maria, que nos chamou para jantar e em seguida foi pra dentro de casa. Entrei no Galpão e dei a noticia pra todos que vibraram muito, minha madrinha era muito querida por todos da facção, uma espécie de mãe.


                                                               -----------hrs dps----------

Já era 8 da noite, geral já havia jantado e ido dormir. E eu estava sentado na sacada do meu quarto, tomado por um sentimento estranho. Era  só pensar em Alice, um arrepio subia pelo meu corpo todo, e eu também estava me sentindo culpado por deixar ela sem comida e por ter dito aquelas coisas todas para ela.

Na verdade minha boca dizia uma coisa e meu coração outra. Eu tinha conseguido o que eu queria. Alice estava humilhada, seu olhar soberbo deu lugar a uma tristeza imensa. isso era tudo o que eu queria, mas porque eu não estava feliz?

Não sou homem de voltar atrás em minhas decisões, amanhã talvez eu leve algo pra ela comer. ficar com fome talvez faça ela refletir sobre seu atrevimento. 

Minha obsessão (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora