Minha obsessão (Concluído)

CAP: 5 - "O que ele vai fazer comigo(revisado)

GUERO narrando:

Eu estava na laje observando minha quebrada, quando meu celular começa a toca, retirei o telefone do bolso e a ligação era de Rita.

Ligação on.

- Fala Ritinha - atendo o celular - O que que manda?

- Oi amor - Ela responde animada - Então, vai rolar um pagode aqui em casa e minha mãe está fazendo feijoada, geral vem, quero que você venha também.

- Amor? - Pergunto irritado, ela sabe que não gosto dessa melação - Desde quando? Você não tem direito de vir com essa melação toda.  Não estrega a parada, o que temos é um lance maneiro e nada mais, não vai criando paranóia de casal não.  Detesto me sentir preso, e outra, não tem que querer nada, eu vou quiser.

- Me desculpa Guero, eu sei, espero que venha.

ligação off.

Desliguei o celular muito irritado com Rita, pois não suporto essa muge romântica de casal, mulher pra mim e diversão tá ligado.

Jonas curioso como é, ouviu tudo por conta do volume alto do  meu celular, e aparentemente não gostava de como eu trata a mina, mas foda-se crlh. Eu percebia que sempre que eu falava com a Rita ele ficava meio na depre, acho que é  só por causa do jeito que trato a sua amiga de infância mesmo.

Meio cauteloso, ele se aproxima e pergunta se vamos.

-— Claro que vamos porra, agrupa alguns homens para vir com a gente e deixa uns aí vigiando a quebrada, nunca se sabe né?

E assim Jonas fez. Tudo estava nos conformes, então saímos e fomos para o pagode. Chegando lá, escolhemos um lugar para ficarmos e como sempre a comida da mãe da Rita estava com cheiro bom.

- Chefia olha só quem acabou de chegar - Disse Jonas na cadeira ao lado se aproximando disfarçadamente de mim.

Olhei e vi Alice juntamente com Jojo, " Porra aquelas duas não se desgruda não".

- Não é possível, caralho - bufo de raiva, Alice conseguiu estragar a poha do dia - Essa mina deve estar me perseguindo.

Minha tranquilidade é abalada com a presença dela, parecia que essa mina gostava de me afrontar, e se tem uma coisa capaz de acordar o pior que existe em mim é gente atrevida.

  Eu não podia deixar de observar como ela estava bonitinha, se vestia diferente das meninas daqui, muita roupa para o meu gosto, mas estava gostosa. Ela estava dançando toda à vontade passando as mãos lentamente pelo seu corpo, notei também que ela não sabe requebrar como as vagabas da quebrada, mas aquela mini saia amarela deixa tudo mais bonito para olhar.

Sou desconcentrado com a aproximação de Rita que dança sensualizando em minha frente, essa sim sabe rebolar gostoso.

Rita era uma espécie de patroa da comunidade, nosso lance já durava há muitos meses, geral ali respeitava ela achando ser minha fiel. O pior medo da piranha era que eu parasse de bancar suas mordomias.

As horas se passam rápido, Alice e Rita dançam, se provocam, e nisso já é final de tarde. Tenho a leve impressão de que a burguesinha passou a festa tentando chamar minha atenção, é uma safada pagando de santa, está doida para dá uma sentada.

Avistei quando a vadia da professorinha se despediu do pessoal e  saiu para ir  embora sozinha.

"Agora é minha oportunidade de dá um chega pra lá nessa folgada".

Segui Alice sem que alguém percebesse, e jurei para mim mesmo que hoje essa vagabunda vai se ver comigo.

Alice narrando:

Confesso que quando avistei Guero e seus homens armados, fiquei espantada, mas eu não ia me intimidar com aquela cena de chefão do crime estilo filme amaricano.

" Eu vim para me divertir e é isso que vou fazer".

Conversei com algumas mães dos meus alunos, que por coincidência ou não, também estavam lá, felizes me diziam o quanto seus filhos gostaram de mim, foram muito simpáticas por sinal, por eu ser uma estranha achei que me tratariam com uma certa diferença, mas não, todas foram muito gentis.

Algumas pessoas também me olharam torto, como Rita e suas amigas, mas não ligo, também não gostei delas, a única coisa que espero e não sair com a cabeça raspada daqui.

A roda de pagode começou a tocar uma de minhas músicas favoritas, "DEPENDENTE/ sorriso maroto", me levanto da cadeira onde estou sentada e vou até Jojo e a chamo para dançarmos, ela rapidamente se levanta e se junta a mim no pagodinho.

Nos divertirmos por horas, até eu ver Rita dançando toda vulgar para Guero enquanto me olhava, ele também não tirava os olhos de nós duas.

Eu fiquei irritada com a ousadia dela em me afrontar, como se eu fosse sua rival em potencial, do estilo de homem que ela gosta, quero distância. Eu não sou de deixar barato, então comecei a provocá-la, e também eu queria que aquele imbecil do traficante, visse que eu também tenho um pé na favela e que não sou retardada como ele pensa.

Não sei porque eu estava me sentindo assim, afontada, desafiada e com um nó na garganta. Paro de dançar e vou até Jojo me despedir, para mim essa festa já deu, mas ela praticamente me ignora e recusa a sair da festa, então sem que os demais percebam, eu saio discretamente e vou para a casa. Chego no meu pequeno lar, abro a porta, entro e me dirijo a até a cozinha, abro a geladeira e pego uma jarra de água, me sirvo um copo e volto para a sala, quando dou de cara com Guero, que entra batendo a porta.

"Aí meu Deus o que ele vai fazer comigo, estou morta", eu começo a tremer, fico paralisada e não consigo ter reação diante do que vejo.