Minha obsessão (Concluído)

CAP: 40 Em risco

Guero narrando:

Segui as dicas da minha madrinha, fiz as paradas românticas para Alice.

Pedi desculpas, e isso foi verdadeiro. Ela não mereceu o esculacho que eu fiz.

O dia foi massa. Dormimos juntos na mesma cama, trocando carícias.
Eu até achei que até ia rolar uma transa boa, mas Alice é daquelas que gosta de tudo certo. E eu estava disposto a seguir seu ritimo.

Tivemos um excelente fim de tarde ao meu ver, na beira do mar, olhando o por do sol. A marrenta me faz sentir bem, ela me faz querer ser alguém melhor, alguém que a mereça.

Eu quero Alice e a marrentinha do meu lado. Ela será a rainha da favela. Vou fazer com que ela e a minha filha sejam respeitadas na quebrada custe o que custar.

Minha madrinha acha que Alice não vai aceitar ficar do meu lado no morro, porque ela é muito certinha para isso. Eu espero que isso não seja mesmo verdade, porquê de uma coisa eu tenho certeza: não largo meu morro por nada.

Gosto da marrenta, mas espero que ela não me peça para abandonar o legado do meu pai. Já abri mão de muita coisa para ser o cara meloso que ela gosta, agora afastar das minhas raízes? isso nunca.

Saímos de carro da cabana já era noite. Combinei de levar Alice para posar no sítio, mas antes, eu iria passar na favela para acertar uns detalhes do contrato de drogas da facção.

Alice dormia no banco do passageiro encostada no vidro da janela, eu dividia minha atenção entre a estrada e admirando ela. Olhando para essa marrenta, eu me pergunto como posso estar tão amarrado na dela. Essa minha bugou minha mente.

Meu coração era vazio, frio. Eu desconhecia o significado de se apaixonar, até porque não fui criado para isso. Todas as amantes que eu tive foram tratadas como objeto. Claro, tinha a minha preferida, mas era apenas  diversão.

Eu quase me apaixonei uma vez, mas como era imaturo, me deixei levar pelo orgulho e o ódio. Resultado disso foi uma catástrofe, o que aconteceu com  Adriana.

Flashback on.

"— Guero por favor — Adriana estava ajoelhada abraçada minhas pernas  — ele é fruto do nosso amor, não me obrigue a fazer isso – Ela implora chorando desesperada.

— Eu te avisei. Não quero essa criança, falei pra você tomar cuidado sua vagabunda. Não me venha com essa que é fruto do nosso amor não. Eu nem sei se essa porra é meu caralho — Eu a empurro deixando ela sentada chorando no chão – Você é pior das biscates daqui Adriana, eu até curtia de ficar contigo, mas você fodeu tudo.

- Esse filho seu Guero, eu jamais te trairia – Ela afirma me olhando fixamente secando as lágrimas — O ódio e desespero estava estampado no seu rosto.

- É meu nada sua puta. Eu tô sabendo dos seus caô. Ontem mesmo eu descobri que você ficou com um dos meus capangas – Eu me aproximo agarrando com as mãos seus cabelos, forçando ela olhar para mim – ah querida, não se preocupe, já dei um jeito nele também.

— Você é um mostro Guero – Ela solta um grito de terror, enquanto se debate, até que solto seus cabelos – Essa criança não é sua mesmo não, jamais teria um filho com   um idiota como você – Meu sangue ferve de raiva quando Adriana ri debochada. A confirmação de sua traição me deixa maluco,  e eu desfiro uma porrada na cara dela, arrancando sangue da sua boca.

— Podem levar essa puta, arranque logo essa criança dela – Eu digo aos enfermeiros que paguei, quando eles entram no barraco – E vocês já sabem – Eu aponto o dedo para eles – Se abrirem a boca, eu abro um buraco para cada um de vocês. Anda logo com isso, e de tudo o que ela precisar depois.