Cap: 22 O Susto

17.9K 974 134
                                    

Alice narrando:

Após questionar Dita, Guero desmaiou ensanguentado sobre seu capanga.

Fiquei em estado de choque ao vê-lo ferido daquele jeito. Eu não conseguia me mover da cadeira. Dita e Maria correram até eles para ajudar.

- O que aconteceu pelo amor de Deus - pergunta Dita chorando desesperada - meu menino acorda. Vamos, por favor, meu menino.

- Os capangas do Nen  foram covardes. Nos emboscaram dona Dita - Gustavo falou assustado - atirou no carro onde eles (Jonas, Guero e mais dois capangas) estavam. Somente Jonas e Guero que estavam no banco de trás escaparam. Um dos tiros atingiu de o abdômen dele, acho que a bala está alojada em algum lugar do corpo, o pessoal da facção já vai trazer o médico.

- Leve pro quarto dele, já vou lá - disse Maria indo rapidamente até um armário pegando algodão e álcool, enquanto Gustavo subia as escadas levando Guero nas costas, para o quarto. Junto subia Dita que não parava de tremer e chorar.

- Quer ajuda Maria - as palavras mal saiam da minha boca.

- Sim Alice, rápido, coloque uma água para ferver, provável que o médico vai precisar para extrair os estilhaços da bala do rosto e do abdômen de Guero - ela respondeu subindo as escadas correndo e indo para o quarto.

Eu levantei da cadeira rapidamente fui procurar uma panela naquela enorme cozinha para colocar a água para esquentar. Eu estava tao apavorada que não conseguia achar nada diante de mim.

Aquela era uma cena que realmente dava pena. Eu odiava Guero, mas naquele momento eu só queria que ele ficasse bem, alguma coisa dentro de mim pedia pra cuidar dele mesmo depois de tudo que ele havia me feito.

Alguns minutos depois.

A água estava borbulhando quando Jonas levemente ferido e o medico entraram pela a porta da cozinha.

Sem me perceberem lá, rapidamente os dois subiram as escadas em direção ao quarto de Guero.

Desliguei o fogo, e com dois guardanapos de pano, peguei nas alças daquela panela quente, com cuidado subi as escadas até o quarto onde eles estavam.

Chegando lá me deparei com Guero ainda desacordado sobre a cama, o medico ao seu lado o examinando. Do outro lado do quarto, Maria estava abraçada Dita que não parava de chorar.

- Me dá aqui - disse Jonas tomando a panela das minhas mãos e a colocando em um aparador de madeiras no quarto - o que você esta fazendo solta aqui Alice? - perguntou me puxando pelo braço para fora do quarto.

- Me larga imbecil - eu disse soltando meu braço - Dita me soltou.

- Estou de olho em você Alice, não e porque o chefe está mal que você vai fazer o que bem quer - ele falava apontando o dedo para meu rosto — se sair daqui e  dedurar o nosso esconderijo, nem Guero será capaz de protegê-la.

- Me deixa em paz, o que eu posso fazer hem - eu disse o encarando - estou presa aqui feito um animal enjaulado vigiado por todos os lados.

- Acho bom mesmo você não tentar fazer nenhuma gracinha. Vou voltar para guerra no morro, mas deixarei homens de confiança vigiando a casa com ordens para interferir em qualquer situação que coloque em risco a segurança do esconderijo - disse me deixando assustada, em seguida voltando para o quarto.

Minha obsessão (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora