59. tragédia parte l

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Guero narrando

As semanas ao lado de Alice foram longas e pertubadoras, me senti um cão totalmente dominado e acorrentado pelo dono.

Alice exercia um poder controlador sobre mim, eu acho que até aguentei muito sem reclamar, as vezes sorria e fingia está feliz somente para agradá-la.

Essa vida que Alice quer para mim não vai rolar, eu gosto do que faço, o morro e meu lugar, aquela é minha gente, aquele é meu lar.
Eu  deixei o gostinho do Guero de família para Alice, se ela quiser que venha atrás.
Amo a marrenta, mas cansei de me submeter aos caprichos de mulher mimada, juntei minhas coisas da casa dela, que não era muitas, e vim ocupar meu lugar de direito no morro.

Eu aposto que aquela mulher não consegue viver sem mim, não vai demorar muito ela virá até mim e ocupará seu lugar de patroa do morro, será minha rainha.

Bom dia seus putos – surpreendo meus homens ao entrar na sala do comando.

Bom Dia chefe! – Todos se levanta ficando em formação lado a lado.

Quer dizer que é só me afastar que  as princesinhas relaxa, é isso ? Cadê Jonas?

Desde que o filho dele nasceu ele vem pouco aqui chefe, a barra agora está mais tranquila, os pé preto desencarnaram de nois.

Alguém liga pro filho da puta e diz que estou na minha sala esperando, acabou a mamata porra, bora ralar, não tem esse negócio de paizinho baba ovo de filho não — dou o intimato  e entro para dentro da sala fechando a porta.

Admito, como eu estava com saudades da minha quebrada, sentei na cadeira e coloquei os pés em cima da mesa do meu escritório, o negócio era organizado sacou? Meu pai deixou tudo nos conformes para mim.

Algumas horas depois ouço batidas na porta.

O que as maricas quer?

Sou eu chefia, Jonas.

Entra aí seu puto de merda — me levanto caminhando ao encontro da porta, e Jonas entra.

Caralho velho, tu tava sumido irmão — Jonas me dá um abraço — Cansou de brincar de homem de família é?

E tú caralho que agora e homem de responsa, juntou os trapinhos com a Ritinha foi — comprimento meu brother que a muito tempo eu não via, e me sento atrás da mesa do escritório.

Poisé chefia, tô curtindo essa vida de pai tá ligado, meu pivete e tudo pra mim. Tu tem que conhecer ele a qualquer hora, já que tu vai ser o padrinho.

Agradeci a honra concedida mim por Jonas, pô ser padrinho era meu sonho.
Jonas me colocou por dentro de todos os assuntos do morro, no tempo que eu fiquei fora parece que tudo ocorreu muito bem.

Que maravilha, deu certo tudo por aqui, eu sabia que não ia me decepcionar te colocando a frente.

Valeu pela confiança chefe. Seu celular tá tocando não vai atender?

É a Alice — respondo assim que visualizo seu nome na tela — vou  desligar essa porra, se ela quiser que venha ocupar o lugar dela do meu lado, não vou ouvir drama por telefone.

Alice narrando:

Senti o chão aos meus pés se abrir, a moça do outro lado da linha não deu muita informação, eu estava apavorada sem ninguém ao meu lado para me apoiar.

Juntei o resto de força que eu ainda tinha e fui para meu quarto me trocar  e na minha cabeça eu só conseguia pensar " Calma Alice, não e nada, seus pais estão bem, eles te amam e vão voltar para você".

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Bom Dia! Meu nome é Alice. Me ligaram hoje cedo pedindo para eu vir — me apresento na recepção para um moço moreno, magro fardado, ele aparentava ter uns 25 anos, bem jovem.

Sim dona Alice, a senhora pode aguardar um momento? Vou anunciar a sua chegada para nosso comando.

Ele entra em uma sala toda camuflada com vidro escuros, e logo retorna.

Pode entrar – ele diz segurando a maçaneta com a porta aberta, e assim que entro ele fecha.

Bom dia Dona Alice! Pode se sentar — um homem de cabelos grisalhos me recebe e recepciona até uma das duas cadeiras em frente sua mesa.

Bom dia! O senhor poderia me dizer logo o que eu estou fazendo aqui? Cadê meus pais? Eles estão aqui ? Estão em algum hospital? Pelo amor de Deus me responde alguma coisa.

Quando aquele homem me lança um olhar de pena, sinto um frio percorrer todo meu corpo, meu coração estava desgovernado, minhas mãos suava, eu definitivamente não estava sentido muito bem, alguma coisa em mim dizia que o pior havia acontecido.

Porque o senhor está me olhando desse jeito, diz alguma coisa – altero a voz impaciente com aquele suspender todo.

Calma dona Alice, no seu estado não é bom se alterar, não faz bem para a criança. Estou esperando um colega nosso da polícia civil chegar para esclarecer o que houve, o que posso adiantar é que seus pais sofreram um acidente nessa madrugada, os detalhes está por conta dos investigadores.

Nãoooo! Isso não está acontecendo meu Deus — grito aos berros me levantando com o susto — eles estão bem? Me diz comandante por favor?

Nesse momento o investigador entra na sala, eu o olho e pela expressão do seu rosto vejo que não traz boas notícias.

Alice? — ele me olha surpreso.

Era meu colega de faculdade, na época eu fazia pedagógia e ele  aluno do último ano de direito, se fosse em outras ocasiões, eu estaria muito feliz em revê-lo, mas não nessa.

Renan me diz, aconteceu alguma coisa com meus pais? — eu agarro sua camisa no desespero em busca de respostas.

— Se acalme Alice, olha seu estado isso não vai te fazer bem.

Cala boca e me responde Renan.

Alice infelizmente não trago boas notícias, o barco em que seus pais estavam foi atingido por uma tempestade e infelizmente naufragou.

Não, não, é mentira, porque você está fazendo isso comigo Renan —  grito desesperada, sinto uma dor forte nas costas e nesse momento tudo escurece e não vejo mais nada.

Minha obsessão (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora