62.Ente a cruz e a espada.

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Guero:

Ouvir aquela voz masculina pedir para entrar no quarto da minha mulher já fiquei cabreiro, mas achei que talvez fosse um enfermeiro. Eu e Alice Ainda tínhamos que conversar sobre a história que o vagabundo inventou lá no morro.

Assim que Alice negar tudo, porque eu sei que vai, vou acabar com a raça daquele puto, minha Alice não seria capaz de me trair desse jeito.

Caminho até a porta e abro dando de cara com um pé preto filho de uma puta com o distintivo na cintura.

Então era verdade tudo o que o desgraçado lá morro tinha falado, Alice tinha me traído, ela colocou o pior tipo de gente para se passar por pai da minha filha, eu jamais vou perdoá-la  por esse insulto.

— Quem é você? — ele me olha espantado.

Sou o marido da Alice e pai da filha dela, e você quem é? — pergunto parado em frente a porta impedindo que ele visse qualquer coisa atrás de mim.

Agora sei com quem a pequena Lavínia se parece, muito prazer, sou Renan — ele estende mão para cumprimento e eu ignoro. Tive a impressão que ele se assustou quando me viu, mas logo disfarçou.

Alice está dormindo, volta outra hora.

O filho da puta me  encara, me ignora e força a entrada. Quando ele passou por mim senti vontade de encher a cara dele de bala, mas me controlei, afinal minhas mulheres estavam logo ali e eu não queria que nada as atingisse.

Vou no banheiro e já saio marido da Alice — ele debocha, em seguida se tranca no banheiro do quarto.

Mil e uma coisas estava se passando pela minha cabeça, a vontade de apertar o pescoço de Alice era grande, eu não podia deixar essa afronta barato, eu ia me vingar. O meu orgulho, minha moral mais uma vez foi afetada por essa mulher, ela ia senti na pele minha humilhação.

Achei estranho a demora do pato no banheiro, então fui até lá e encostei meu ouvido na porta para ouvir que ele tanto cochichava.

" Então tirei a sorte grande delegado, bem que desconfiei que aquele rosto não me era estranho. Essa prisão é minha, pode reservar a cela que ele sairá daqui algemado, graças a Alice temos ele nas nossas mãos"

Eu estava certo, Alice me traiu, me entregou para meu pior inimigo.
Minha vontade era derrubar aquela porta e matar Renan estrangulado, mas esperei no quarto atrás da parede, e assim que ele passasse eu o derrubaria com uma porrada.

Eu ouvi os passos do tira se aproximando lentamente, quando ele apontou com a arma em punho eu lhe desferir um soco no rosto e o mesmo caiu derrubando a arma para bem longe.

O cara era forte, não desmaiou de primeira, ele saiu engatinhando para pegar a arma e eu o puxei pelo pé, entramos em uma luta corporal violenta trocando vários socos e pontapés em silêncio, sem dizer uma única palavra.

❤️Alice narrando:

Acordei assustada com barulhos de pancadas e quando olho para o chão o que não podia acontecer tinha acontecido.

Renan e Guero tinham se encontrado e estavam se matando de socos.

Parem já com isso vocês dois — eu grito com autoridade que não sei da onde tinha vindo, e ao mesmo tempo sinto uma dor enorme na cicatriz da minha cirugia — respeitem minha filha e eu .

Os dois completamente suados e sangrando pararam e me olharam assustados, Guero em um movimento rápido alcançou a arma de Renan e colocou em punho apontando para o mesmo que ficou sem reação.

Minha obsessão (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora