CAP: 41 Sequestro

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Alice narrando:

Guero foi um completo cavalheiro nesse dia que passamos juntos, acho mesmo que poderemos ser uma família algum dia, claro se ele concordar em deixar essa vida criminosa.
Saímos da cabana já era noite, eu estava muito cansada e assim que entramos no carro eu logo adormece encostada na janela. Quando acordei já estávamos adentrando na comunidade.

— Oi, onde estamos? — Abro meus olhos lentamente olhando para Guero, que me lança um sorriso.

— Estamos chegando na favela marrenta.

— Você vai demorar muita lá? — Eu pergunto esfregando meus olhos com as mãos enquanto bocejo.

— Vou não marrenta — Ele me olha carinhosamente — Marrenta, eu vou resolver essa parada rapidinho, não demoro — Eu fico triste ao ver que Guero ainda está muito ligado a comunidade, depois de tudo o que aconteceu, ele segura meu queixo ao perceber meu olhar tristonho e me dá um selinho na boca — É rápido Alice, me espera no carro demoro — Ele pisca para mim, logo depois vai ao encontro de seus capangas.

Permaneço sentada no carro observando através da janela, Guero muito à vontade no meio daqueles homens cruéis e perigosos, ele parece impor medo naqueles indivíduos enquanto conversa com eles, percebo, Guero exerce algum tipo de domínio sobre o povo da comunidade. Estou reparando com atenção Guero lhe dá com aqueles homens, quando tomo um susto ao ouvir alguém bater na janela do carro, era uma mulher jovem, branca, cabelos loiros e aparentava ter uns 28 anos de idade, ela estava assustada, batia cada vez mais forte no vidro enquanto falava algo que eu não conseguia ouvir, por conta das portas e vidros fechados.

— Oi! no que posso te ajudar? — pergunto abrindo o vidro do carro.

— Você pode me ajudar em muitas coisas vadia – Ela retira da cintura um revólver calibre 32 e aponta para mim – Nem pense em gritar, se não dou um tiro nesse bastardinho que você está carregando na barriga – Estalo os olhos e fico completamente paralisada, ela então abre a porta do carro, com a arma em punho apontada para mim, me puxa violentamente para fora do veículo.

— Moça pelo amor de Deus, o que foi que eu fiz para você? – Pergunto chorando e receosa com o que pode acontecer – Me solta, é dinheiro que você quer? – Pergunto olhando para ela enquanto saio do carro – Meu namorado tem, é só chamar ele, está ali no bar – Aponto para o local onde Guero está.

— Mais e uma puta mesmo, desgraçada – Ela me desfere uma coronhada na cabeça, que imediatamente me deixa tonta, sinto o sangue quente escorrer pelo meu rosto – Ele não e seu namorado vadia, é meu homem, está enfeitiçado por você agora, mas logo vai recobrar a razão – Ela me auxilia colocando meu braço em torno do seu pescoço, como se nós estivéssemos nos abraçando – Vou te ensinar uma lição cachorra – A moça me arrasta por um beco escuro, eu dou passos com muita dificuldade, meu corpo todo parece pesar uns 100kg – Você e esse bastardo não vai cruzar o meu caminho nunca mais.

Guero estacionou o carro a uns 200 metros de distância de onde ele estava, eu torcia para que ele visse o que estava acontecendo, mas ele estava muito concentrado em sua reunião. Ouço a voz da mulher como se ela estivesse bem longe, me arrasto escorada em seus ombros por mais alguns metros, de repente paramos, tenho muita dificuldade para abrir os olhos, que já estão todos cobertos por sangue, escuto a porta de um carro se abrindo e ela me joga com toda força no banco passageiro, sinto uma dor muito forte na barriga quando me choco com o banco, então tudo se escurece eu não vejo mais nada.

1hora depois:

Abro os olhos ainda com muita dificuldade, minha cabeça dói, sinto meus pés formigarem, olho ao arredor, percebo que estou deitada em uma cama de solteiro, no quarto escuro, sujo e fedorento, do lado da minha cama tem uma cadeira com uma vela acesa que já está quase no fim. Me sento sobre a cama ainda meio zonza, olho de um lado para o outro e tudo que consigo enxergar e uma escuridão densa, o quarto deve ter uns 15 metros ao todo. Com muita dificuldade me levanto calmamente da cama e caminho a passos lentos para uma única porta de madeira com uma tintura velha e descascada, que consigo enxergar, puxo a maçaneta para baixo tentando abrir, mas é inútil, a porta estava trancada, volto para a cama novamente a passos lentos e me sento, não consigo segurar as lagrimas que começam a rolar sobre meu rosto, coloco as mãos sobre minha barriga fazendo carinho em minha Lavínia torcendo para que ela desse um sinal de que estava bem.

"Me perdoa minha pequena, me perdoa por te colocar em risco dessa maneira, eu não sei onde eu estava com a cabeça quando pensei que essa família poderia dar certo. Não é culpa do seu pai, mas estamos nessa situação por causa dele. Eu sei que ele vai nos achar, eu sei que vai filha". Com esse pensamento, e mesmo contra a minha vontade eu adormeço.

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Oi meus amores!

Mas que barra que nossa Alice esta enfrentando hem?

Será que esse amor e forte o suficiente para resistir a tudo isso?

Quando Alice pensa que vai melhorar, sempre aparece algo para dar errado, não e mesmo?

Gostaram do capitulo de hoje? se gostaram deixem uma estrelinha para amiga aqui.....

PLEASEEE!!!

Minha obsessão (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora